PARIS – Cátia e Joyce têm o mesmo sobrenome, Oliveira. Não são, entretanto, da mesma família. Mas é como se fossem. As duas se tratam como irmãs e juntas elas foram responsáveis por garantir a primeira medalha do Brasil nos Jogos Paralímpicos de Paris-2024 com a vitória sobre as egípcias Fawzia Elshamy e Ola Soliman.
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“Graças a Deus! Nossa, eu estou muito feliz. Já estreamos nas quartas e tínhamos essa chance de garantir já um bronze. A gente está muito, muito feliz. Primeira medalha da minha parceira Joyceem Paralimpíadas. Mas ainda não acabou, não queremos ficar no bronze, queremos brigar pelo ouro e vamos para cima”, afirmou Cátia Oliveira, que já tem um pódio em Jogos Paralímpicos. Ela foi bronze em Tóquio-2020 no individual.
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Joyce Oliveira, por sua vez, vai sentir em Paris-2024 o sabor de colocar no peito uma medalha paralímpica. “Eu estou com uma emoção que eu nem sei o que falar. Eu falo que faltam duas medalhas na minha carreira, uma de Mundial e uma de Paralimpíada. Mas agora não falta mais. Eu tenho uma garantida, mas a gente não quer essa medalha. Queremos mudar a cor dela e temos toda a condição de mudar”, acredita.
CONFIANÇA NA BRIGA PELO OURO
A confiança de que elas podem brigar pelo ouro vem do fato delas terem vencido recentemente as sul-coreanas Seo Su Yeon e Yoon Jiu, cabeças de chave número 1 e adversárias das brasileiras na semifinal. “A gente jogou com elas faz pouco tempo e ganhamos. É a dupla primeira do mundo. Vai ser difícil porque estamos na Paralimpíada e aqui todo mundo joga para caramba. Mas estamos bem focadas no que a gente quer e no nosso objetivo”, garante Joyce Oliveira. “Jogamos com elas faz dois meses, na final de um torneio na República Tcheca. Foi a primeira vez que as enfrentamos e vencemos por 3 a 1. Não tem como falar que vamos ganhar de novo porque é uma das melhores duplas do mundo. Mas, se ganhamos uma vez, podemos ganhar de novo e elas é quem tem que ficar preocupadas com a gente agora”, brincou Cátia Oliveira.
O sucesso da dupla formada por Cátia e Joyce é até certo ponto repentino. As duas só começaram a jogar juntas na metade do ano passado. “A Joyce, na verdade, era da classe 4, mas a gente conseguiu brigar para ela baixar de classe e vir para a classe certa. Estamos jogando juntas desde os Jogos Parapan-americanos e fomos campeãs lá em Santiago. Ganhamos agora também na República Tcheca e estamos agora com medalha garantida na Paralimpíada. Temos tido resultados maravilhosos desde que a Joyce está na classe certa”, comemora Cátia Oliveira.
MAIS DO QUE AMIGAS, IRMÃS
Mas antes mesmo de jogarem juntas, as duas já eram amigas. Aliás, mais do que isso. “A gente não é só amiga, né? É como se eu fosse irmã. Temos uma sintonia muito grande e isso faz total diferença na hora do jogo”, conta Cátia.
“A Cátia convive com a minha família, conhece meu filho, que ama ela. Então, nosso convívio é muito próximo. A gente está sempre junto. Eu vou para as festas dela e ela vai para as minhas. Então, eu acho que isso ajuda a jogarmos bem juntas porque uma confia na outra. E mesmo quando uma está para baixo, a outra está puxando. Temos aquela amizade que mesmo que eu fale alguma coisa que ela goste, ela vai entender porque sabe que é para o bem dela”, finalizou Joyce.