Saint-Denis – Ser a mulher mais jovem da delegação brasileira é algo natural para Sophia Kelmer. Aos 16 anos, ela estreia em uma Paralimpíada com o intuito de curtir os Jogos, mas mantém o foco na medalha no tênis de mesa.
“Sou medalhista mundial, a mais jovem da história do Brasil. Sou a sétima do mundo (no ranking da classe 8), enfim, já tenho um currículo bom mesmo com a minha idade. Então, vou mirar na medalha com todas as minhas forças, eu tenho chance para isso, eu tenho potencial para isso”, reforçou a carioca, em entrevista exclusiva ao OTD.
A atleta começou a jogar aos 9 anos e vem de três medalhas conquistadas nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago-2023. Além de uma prata no individual, ela assegurou dois bronzes em duplas.
Sophia tem noção de que sua carreira teve uma ascensão fulminante, mas diz que as conquistas vieram com naturalidade. É com essa mentalidade que ela quer seguir em Paris. “Não dá para ficar muito tensa, muito preocupada com a medalha. Para você chegar na medalha, você tem que ganhar os jogos, e para ganhar jogos você tem que ganhar os sets. A gente sempre fala que o importante é pensar ponto a ponto”, destacou.
Uma adolescente na Paralimpíada
A naturalidade para falar de resultados é a mesma para comentar sobre a visão de uma adolescente em meio ao maior evento do paradesporto mundial.
“Confesso que estou acostumada com o título de mais nova. Sempre fui a mais nova em tudo que eu fiz. Mas confesso que, às vezes, eu paro e penso: ‘caramba, olha o que estou conquistando com 16 anos, ainda em idade escolar, eu tenho escola, vou chegar de Paris e vou ter que fazer prova no meu colégio”, brincou a mesatenista, que estuda em uma escola adaptada para atletas. “Conciliar essa vida é um pouco complicado, mas é a coisa que eu mais amo fazer na vida.”
Sophia lembra que assistiu à Paralimpíada de Tóquio pela televisão e que nem sabia da existência de uma Vila Paralímpica. Quando chegou em Paris, ficou um pouco perdida, mas se apoiou nos colegas mais experientes para se adaptar à rotina dos Jogos.
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“Tem gente que está indo para a quarta Paralimpíada. Eu pergunto: ‘o que vocês estão sentindo, qual é a diferença, o que vocês estão gostando, o que eu faço, onde é que eu pego o brinde?’. Era o meu sonho estar com eles. Eu assistia a todos os podcasts que eles participavam, todas as entrevistas. Eu via tudo porque era o meu sonho estar ao lado deles e hoje eu estou realizando todos os meus sonhos”, enalteceu.
O tênis de mesa paralímpico é sediado na Arena Paris Sul 4, o mesmo palco que recebeu a competição olímpica. A equipe brasileira é composta por 15 atletas que começam a competir a partir de quinta-feira (29).
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