Desde o início das disputas do ranking, na Copa Brasil Sul-Sudeste, a torcida de Concórdia vinha aguardando uma grande oportunidade para comemorar. No último dia, na disputa do Absoluto A, a principal competição da programação, com sua maior esperança de medalhas, essa comemoração ficou realmente completa. Danilo Toma (F.M.E.Concórdia) derrotou Isaac Zauli (ADC Estrela/Joola/Santos F.C./Fupes – SP) por 3 a 1 (11/5, 4/11, 11/8 e 11/8), na decisão realizada na manhã deste domingo (1/4) e garantiu o ouro. No feminino, Bruna Alexandre derrotou Lígia Silva (ADC Estrela/Joola/Santos F.C./Fupes – SP) por 3 a 1 (7/11, 11/9, 11/7 e 11/4) e assegurou o título.
Final masculina
Danilo Toma é paranaense de Londrina e começou a jogar com 9 anos. Chegou na Seleção Brasileira infantil aos 14 anos. Depois de atuar na Suécia e na Espanha, voltou para o Brasil e atualmente defende o tênis de mesa de Concórdia, apesar de seguir treinando na sua cidade natal. Dono de um estilo de jogo muito agressivo, já defendeu a Seleção Brasileira em algumas oportunidades.
“Foi muito bom jogar a Copa Brasil em Concórdia, atuar na cidade que eu represento. Ser campeão em casa sempre tem um gostinho especial”, ressaltou Danilo, que lembrou também as conquistas de Lauro Sebold, no juvenil, e Giuliano Peixoto, no veterano 4.
Gustavo Kodama (Santa Maria/São Caetano/Xiom/Ateme/Cooper – SP) venceu Richard Pinheiro (Saldanha da Gama/ Joola/ Santa Cecília – SP) por 3 a 1 (11/6, 11/9, 7/11 e 11/7), na decisão do Absoluto B. Lucca Felippi (Saldanha da Gama/ Joola/ Santa Cecília – SP) bateu Ítalo Henrique (C.T.M.Jacareí) por 3 a 2 (11/9, 7/11, 11/13, 11/8 e 11/8), vencendo o Absoluto C. Na disputa do Absoluto D, melhor para Hoon Shim (Sociedade Thalia Curitiba), que derrotou Matheus Floriano (A.T.M.Campinas), por 3 a 0 (11/5, 11/7 e 11/8). Na final gaúcha do Absoluto E, Bruno Bandeira (Sogipa), venceu João Vitor Model, (Nipo Ivoti), por 3 a 2 (12/14, 9/11, 11/9, 11/6 e 11/5).
Final Feminina
Bruna Alexandre (Santa Maria/São Caetano/Xiom/Ateme/Cooper – SP) foi a grande vencedora da categoria Absoluto A da Copa Brasil Sul-Sudeste, em Concórdia (SC). Neste domingo (1/4), ela derrotou Lígia Silva (ADC Estrela/Joola/Santos F.C./Fupes – SP) por 3 a 1 (7/11, 11/9, 11/7 e 11/4), assegurando o título. Foi apenas mais um de muitos triunfos da atleta da Seleção Brasileira paraolímpica, que brilha entre os olímpicos também.
“Cada jogo é uma experiência nova, tem um estilo diferente. Hoje eu consegui me superar na final. Joguei num nível muito alto, por mais que eu tenha cometido alguns erros, como não ter atacado de forma tão ativa e rápida. Mas consegui acertar bem. Com certeza, isso vai me ajudar para os próximos campeonatos. Fazia tempo que eu não jogava, essa foi minha primeira competição no ano”, disse a campeã.
Quase todos que acompanham o tênis de mesa conhecem a história da criciumense, de 23 anos, que mora em São Caetano do Sul. Ela perdeu o braço direito aos 3 meses de idade, por causa de um erro médico. Ao tomar a vacina BCG, na mesma hora teve uma trombose e a amputação teve de ser imediata, para que o problema não avançasse. “Graças a Deus foi quando eu era pequena, então isso nunca me afetou”, reconhece.
“Eu sempre consegui me virar sozinha e hoje moro sozinha em São Paulo. Treino com a seleção paralímpica em São Caetano, enfim, (o braço) nunca me fez falta”, diz Bruna, que mostrou, neste domingo, ser esta uma grande verdade.
Lígia Silva, a adversária derrotada por Bruna neste domingo, é uma das poucas com quem costuma falar constantemente. A companhia mais frequente, quando não está treinando, é a dos dois cachorrinhos, que ela faz questão de levar para passear diariamente. Mas garante que está sempre feliz e alegre.
Bruna diz que começou a fazer crossfit há um mês e isso está melhorando muito sua resistência. O objetivo maior da atleta é perder peso e melhorar a condição física para conseguir se mexer melhor na mesa.
A campeã descobriu o tênis de mesa com 7 anos. O irmão, Bruno, já jogava no CT em Criciúma, ao lado da sua casa. Num dia de treino do Bruno, o técnico Alexandre Ghizi viu a menina e a convidou para treinar. Ela começou na Seleção pelos olímpicos, na categoria infantil. Só depois descobriu o paralímpico.
“Eu fui gostando muito. Primeiro, foi muito difícil para sacar com o braço, mas consegui me adaptar. Como eu já fazia outras modalidades, como futsal e skate, consegui ter agilidade para me movimentar por causa do equilíbrio”, lembra.
A campeã da Copa Brasil se mostra muito satisfeita por ter tido uma vida tão vitoriosa: “Joguei em muitos campeonatos, ganhei ouro na Paralimpíada de 2016, no Rio… Eu agradeço muito a Deus por ter tantas oportunidades na minha vida, em que eu consegui me superar tanto, não só no esporte. No Mundial em 2014, na China, eu consegui também um feito muito grandioso, não só para a CBTM e o Brasil, mas para mim também, que foi a grande superação de conseguir estar na semifinal e conseguir a medalha. Esse momento me incentivou bastante a batalhar e treinar mais, até agora”.
Outras finais
Na decisão do Absoluto C, vitória de Laira Silva (A.T.M. Pouso Redondo – SC) sobre Pâmela Moura (Jaraguá T.C. – AL), por 3 a 1 (9/11, 11,5, 11/4 e 11/9). No Absoluto D, entre duas companheiras da A.T.M. Pouso Redondo, a campeã foi Érica Peters, que superou Nataly Ribeiro na final, por 3 a 2 (11/9, 11/6, 8/11, 8/11 e 11/8).