Pela quarta vez na história, o Brasil subiu no pódio do torneio de duplas mistas dos Jogos Pan-Americanos. Em Santiago-2023, a conquista foi obtida por Bruna Takahashi e Vitor Ishiy, que mais do que parceiros, se conhecem desde a infância. Um entrosamento que fez a diferença para que ficasse com a medalha de prata, superados apenas pelos cubanos Jorge Campos e Daniela Fonseca na final com parciais de 11/8, 11/6 , 11/7 e 11/6.
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Entrosados desde pequenos
“A gente começou a jogar junto em 2017, só de lá para cá tiveram dois anos em que a gente não jogou junto. Mas a gente se conhece desde pequeno. A gente começou no mesmo clube mais ou menos na mesma época que ela começou a jogar. E o Paco foi o meu primeiro técnico. Então, é muito especial”, afirmou Vitor Ishiy se referindo também a Francisco Arado, o Paco, técnico cubano radicado no Brasil.
Se Vitor Ishiy começou com Paco em São Caetano do Sul, Bruna Takahashi deu suas primeiras raquetadas com a esposa dele, Mônica Doti, ex-atleta olímpica do Brasil, no mesmo clube e na mesma cidade. Ou seja, entrosamento não faltou ao trio na caminhada rumo à inédita medalha de ouro.
“Você tem que conhecer seu parceiro muito bem, acho que isso faz muita diferença, e ter um técnico que conhece a dupla. O Paco também faz muita diferença. Quando a gente perde a confiança, ele consegue elevar de novo e botar a gente no eixo para conseguir continuar o jogo. Então, a questão não é só eu estar bem ou o Vitor estar bem. Mas eu, o Vitor e o Paco conseguirmos ler um ao outro. Acho que isso faz muita diferença”, explica Bruna Takahashi.
“No momento em que a gente sente que o outro está sem confiança, dá pra ajudar ou pensar o que eu posso mudar para a bola vir diferente para ela para ela ter mais confiança e assim por diante porque o tênis de mesa , por mais que não pareça pela televisão, é muito tático. É muito efeito, colocação da bola. É mais essa parte tática mesmo”, completou Vitor Ishiy.
Quarto pódio nas duplas mistas
Antes da conquista de Vitor Ishiy e Bruna Takahashi em Santiago-2023, o Brasil tinha apenas três medalhas nas duplas mistas do tênis de mesa em Jogos Pan-Americanos. Cláudio Kano e Sandra Noda foram os primeiro a subir no pódio com o bronze de Caracas-1983. Depois, em Mar Del Plata-1985, Hugo Hoyama e Lyanne Kosaka, atual blogueira do OTD, repetiram a terceira colocação.
A partir de então, as duplas mistas ficaram fora do programa e só voltaram em Lima-2019, quando Bruna Takahashi foi medalha de prata, jogando ao lado de Gustavo Tsuboi. Os brasileiros perderam a final, na oportunidade, para os canadenses Eugene Wang e Zhang Mo, derrotados em Santiago nas semifinais por Bruna e Vitor. O resultado deu a eles a vaga olímpica, mas fica para daqui a quatros a tentativa de conquistar a inédita medalha de ouro.