Na Rio-2016, ele foi uma agradável surpresa. Em Tóquio-2020, ficou aquela sensação de que poderia ter ido mais longe. No trajeto para os Jogos de Paris-2024, o brasileiro Hugo Calderano vai a cada dia pavimentando uma estrada firme e segura rumo a um resultado que tem tudo para ser histórico, que seria um lugar no pódio do tênis de mesa masculino.
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Ninguém é doido de descartar o favoritismo dos chineses na modalidade. Berço do esporte, a China tem uma superioridade indiscutível. Já são 32 medalhas de ouro das 37 em disputa em Jogos Olímpicos, nos dois gêneros, desde sua estreia, em Seul-1988. Mas se é possível cravar que certamente teremos dois chineses fazendo a dobradinha com ouro e prata, não seria loucura dizer que Hugo Calderano pode sim sonhar com uma medalha de bronze. Seria, portanto, o maior resultado da história para o Brasil neste esporte.
Marca impressionante
O que faz essa previsão otimista aparecer a pouco mais de um ano e meio para a Olimpíada começar é o começo arrasador do brasileiro na atual temporada. Duas conquistas consecutivas no circuito WTT (World Table Tennis), em Durban, na África do Sul, e de Doha, no Qatar, no último sábado (21), farão Calderano alcançar nova marca impressionante.
Nesta terça (24), quando o ranking mundial for atualizado, Hugo Calderano deverá aparecer na quinta colocação, voltando a ser o melhor não-asiático da lista. Só estará atrás dos chineses Fan Zhendong, Ma Long e Wang Chuqin, além do japonês Tomokazu Harimoto. Contudo, ele sabe que pode ir ainda mais longe: em abril do ano passado, chegou a ocupar a terceira posição.
Livre das lesões e buscando alcançar o auge da forma física, o mesa-tenista carioca de 26 anos tem mostrado um jogo cada vez mais consistente, aliando seu estilo agressivo com alguns golpes de pura técnica, como uma rebatida de costas em plena final em Doha. O caminho até Paris-2024 ainda é longo, mas Hugo Calderano é uma aposta certeira de forte candidato a uma medalha que seria histórica para o esporte olímpico do Brasil.
Estudo expõe o “lado B” da ginástica artística
A Revista Veja trouxe na última semana um estudo que muitos já desconfiavam. Na busca dos movimentos perfeitos e encantadores da ginástica artística feminina, existem riscos de métodos coercitivos e abusivos. O pesquisador Vítor Ricci Costa, da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas (FEF-UNICAMP) realizou uma pesquisa com oito ex-ginastas brasileiras, algumas delas olímpicas, que entre 2001 e 2005 frequentaram um centro de treinamento de alto rendimento.
O estudo, publicado, publicado no periódico “Sport, Education and Society”, trouxe o depoimento de cinco destas meninas e é impressionante.
Sem revelar os nomes, as meninas contaram que tinham que se submeter a três pesagens diárias. Passavam por dietas rigorosas de apenas 800 calorias por dia, mesmo treinando de quatro a seis horas. Sofriam muitas vezes com cobranças excessivamente rigorosas de treinadores. Todas começaram a carreira muito cedo, com cinco ou sete anos, sendo que aos 20 já tinham se aposentado, portanto, sem terem qualquer preparo para isso.
Vale a leitura.
OLÍMPICAS
Biles quer Paris
Em um evento para responder perguntas de fãs em Houston, a estrela da ginástica artística Simone Biles, disse que não desistiu de Paris-2024. Dona de 25 medalhas em Mundiais (19 de ouro), quatro de ouro, uma de prata e duas de bronze em Olimpíadas, não sabe de que forma integrará o time dos Estados Unidos. Biles não compete desde que se retirou durante os Jogos de Tóquio-2020 para cuidar da saúde mental.
Consciência ecológica
Nem mesmo a possibilidade de representar o Reino Unido no Mundial adulto de Atletismo Cross Country no mês que vem, na Austrália, serviu para motivar a jovem Innes FitzGerald, de 16 anos, a aceitar a convocação da federação britânica. Mas o motivo é no mínimo inusitado. Segundo o site “Athletics Weekly”, FitzGerald abriu mão da vaga por se recusar a voar para a Austrália em razão do aquecimento global. Ela acha que viajando de avião, estaria contribuindo para aumentar as emissões de gases na atmosfera. Em dezembro, quando competiu no Europeu realizado em Turim, Innes FitzGerald viajou de trem.
Briga em voo
Afastada dos Jogos de Tóquio-2020 após testar positivo para maconha, a velocista americana Sha’Carri Richardson envolveu-se em uma confusão em um voo da American Airlines no último sábado (21), nos Estados Unidos. Ela se desentendeu com um comissário de bordo, reclamando que ele teria sido rude na abordagem. O bate-boca prosseguiu, envolvendo os demais passageiros, onde alguns ficaram do lado da atleta, outros do comissário. No final, Sha’Carri desembarcou e não fez a viagem, mas divulgou toda a confusão em suas redes sociais.
A FRASE
““Estarei em Paris, aconteça o que acontecer, seja na quadra ou na plateia torcendo pelas meninas, mas estarei lá”
Simone Biles, ginasta americana, durante em evento para fãs, em Houston, ao comentar sobre a possibilidade de disputar os Jogos Paris-2024