Luca Kumahara, do tênis de mesa, revelou em matéria de Giovana Pinheiro e Guilherme Pereira, para o GE, publicada nesta terça-feira (13), que mudou o nome, que antes era Caroline. Aos 27 anos, ele deu detalhes da mudança, falou que tem interesse em “um dia” competir no masculino e contou que teve apoio tanto dentro de sua família quanto de atletas, técnicos e da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa.
“Poxa, eu não preciso viver assim para sempre. Porque era uma questão que eu tinha muito me conformado que ia ser dessa forma. Eu me entendia de uma forma, mas para o mundo, o mundo ia me enxergar de outra forma. Eu nunca ia poder ser eu mesmo. Esse momento foi crucial para eu tomar essa decisão de falar para o mundo, as pessoas podem fazer essa adaptação. A gente pode passar por essa transição, passar por essa mudança e eu continuar fazendo minhas coisas, continuar vivendo do esporte. Tudo”, disse, para Giovana Pinheiro e Guilherme Pereira.
+ Defesa de Babi é eleita a melhor da rodada Champions de handebol. Veja!
Sempre me senti um menino
Luca Kumahara explicou, sempre de acordo com a matéria do GE, que a palavra transição ficou fora do contexto, pois, apesar de entender o sentido dela, nunca entendeu-se como menina. “Desde criança, desde as primeiras lembranças que eu tenho, sempre me senti um menino”, contou. O mesatenista acrescenta que nunca teve dúvidas e que a única coisa que mudou da infância para agora foi ter contato com informações.
Ele diz também que o entendimento aconteceu em 2019 e que, daqui em diante, ainda não pretende fazer nenhum procedimento, como hormonização. Explica que tem objetivos com a seleção feminina que pretende cumprir. “Quero continuar contribuindo como puder, o máximo que eu puder e depois a gente vê o próximo passo.” Porém, pretende competir entre os homens no futuro. “Poxa, posso mudar de nome, posso hormonizar – se quiser, posso fazer cirurgia. Se não quiser, também está tudo bem.”
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, TWITTER, INSTAGRAM, TIK TOK E FACEBOOK
Apoio em casa e no esporte
A troca de Caroline Kumahara para Luka Kumahara teve apoio dos pais, irmãos, amigos e de todas as pessoas próximas. Dentro do tênis de mesa, mais apoio irrestrito. Hideo Yamamoto, técnico da seleção feminina de t~enis de mesa, afirmou ter visto um sorriso diferente em Luca Kumahara. A atleta Laura Watanabe disse ter visto a mesma coisa e acrescentou que se ele está feliz, ela também está.
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa e se manifestou de maneira oficial sobre o tema, afirmando respeitar a decisão e que está criando uma rede de apoio para que o atleta siga mantendo sua atividade profissional. Disse, ainda, que já adaptou postagens nas redes sociais e que irá divulgar as convocações com nome social. O Comitê Olímpico Internacional tem como protocolo que cada Federação de modalidade determine as regras para atletas trans. No tênis de mesa, esse é o primeiro caso no mundo divulgado até aqui.