O relógio marca 16h30. Uma hora e meia antes do habitual, o treino dos meninos e meninas das equipes de desenvolvimento do tênis de mesa brasileiro é finalizado nas mesas, mas continua, de uma forma diferente. Todos se dirigem para as mesas do outro lado, onde estão treinando os craques das Seleções adultas e sub-23. Hora de um outro aprendizado.
Durante mais de uma hora, eles observam atentamente os movimentos de Hugo Calderano, Vitor Ishiy, Eric Jouti, Guilherme Teodoro, Rafael Turrini e os franceses Simon Gauzy, Can Akkuzu e Alexis Lebrun. Olhos vidrados em cada movimento, fazem anotações, comentam com os colegas sobre algum lance. Todos admiram os movimentos de alguns dos melhores atletas do mundo ali presentes. Oportunidade inédita para toda uma geração.
O treino termina, a aula não. É hora de conversar com quem iniciou todo esse processo. Em 2009, Jean-René Mounié começou a trabalhar na Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, como técnico da Seleção masculina adulta. No ano seguinte, participou da primeira reunião dos Diamantes do Futuro. Que tinha a presença destes mesmos atletas hoje admirados, então apenas jovens promessas da modalidade.
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Agora, o processo se repete. Hoje consultor técnico da CBTM e técnico de Hugo Calderano e Simon Gauzy, ele busca passar os ensinamentos de trabalhar com atletas de alto rendimento. Dar um norte a quem batalha para buscar seu espaço e também falar aos técnicos que participam deste processo no training camp montado pela CBTM.
“Quando os meninos treinam, não têm ideia apenas de evoluir tecnicamente. Esta é apenas uma ferramenta para ganhar. Vocês podem sentir uma intensidade muito especial dentro do treino. O conceito que vocês vão colocar nos treinos vai definir a qualidade deste treinamento”, explicou Jean-René aos jovens atletas e aos treinadores das equipes de base.
“Foi planejado um cronograma de atividades com os treinadores dos atletas de base, dentro do qual havia um período de observação dos atletas de elite. Tudo dentro de um contexto, havia um objetivo nesta atividade. Ou seja, os atletas não estavam somente assistindo, mas observando como funcionam os treinos de alto rendimento”, explicou Taisa Belli, líder da Universidade do Tênis de Mesa e que participa do planejamento das ações ao lado do coordenador das seleções olímpicas da CBTM, Lincon Yasuda.
“O Jean-René fez uma intervenção muito interessante. Ele pôde explicar aos jovens as suas instruções aos jogadores de alto rendimento. Isso faz parte de uma formação mais ampla dos atletas. O treino não se realiza somente na mesa. É uma parte importantíssima, claro, mas existem outras questões que devem ser trabalhadas para formar atletas de alto rendimento”, complementou.
Os 35 jovens atletas da Seleção treinam na Arena Carioca 2 ao lado da equipe principal até o próximo sábado (7).
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