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Tênis de Mesa

Hugo Calderano não se incomoda com pressão de ser o melhor da história

O atual número 4 do mundo falou sobre a pressão que sente, a volta de uma competição no país e como grandes eventos chamam a atenção do público

Hugo Calderano tênis de mesa terceiro colocado ranking mundial
(WTT)

Hugo Calderano está no Brasil para o Desafio de Tênis de Mesa Brasil x França, que será disputado no próximo sábado, no Rio de Janeiro. Será a primeira vez desde 2018 que ele joga um torneio internacional em solo brasileiro. O atleta de 25 anos, que já chegou a ser o número 3 do mundo e atualmente está em quarto no ranking, não encara tudo o que conquistou como um peso e lida muito bem com a pressão de ser o melhor da história do país.

“Sei que tem essa cobrança de pessoas, mas isso não me incomoda. Eu já sou exigente o suficiente comigo mesmo, então não preciso que outras pessoas falem que eu tenho que jogar melhor. Eu sei o que preciso fazer e tô bem tranquilo com toda essa pressão de fora. Espero continuar evoluindo, não porque a gente chegou no número 3 que a gente vai parar por aqui. E sei também que tem muita gente torcendo por mim, então vou tentar pegar essa energia pra continuar evoluindo”, afirma Hugo Calderano.

Hugo Calderano é branco, usa uma camiseta amarela e segura uma raquete de tênis de mesa, ele acerta uma bolinha de tênis de mesa branca.
Calderano é o melhor mesa-tenista da história do Brasil. Foto: Gaspar Nóbrega/COB

Principal nome do país no tênis de mesa, Hugo Calderano aposta em um duelo muito disputado contra a França, que será representada por Simon Gauzy (21º), Alexis Lebrun (214º no sênior e 1º no sub-19) e Can Akkuzu (77º). “As duas equipes são bem equilibradas. O Alexis é o 1º no mundo sub-19, mas 214ª no adulto não representa. Se você ver os últimos torneios você percebe que ele tem nível de top-50. Vai ser um desafio bem duro, pra gente e pra eles também. Mas é isso que a gente queria, bons jogos pra todo mundo. Depois desse período de treinos, ter uma competição vai ser bom pra pensar no que pode vir.” 

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Para o Desafio Brasil x França, Hugo terá Vitor Ishiy (53º colocado do mundo) e Eric Jouti (83º) como companheiros. Ele acredita que algumas características dos companheiros tornam o time brasileiro bem forte. “O Vitor e o Eric são dois caras bem rápidos na mesa, são bem leves. Não são tão altos e tão fortes, mas eles compensam na velocidade. Eles têm um trabalho de pernas muito bom. Eu acho que eu tenho uma parte mental muito boa, uma boa movimentação de pernas. Acho que isso pode ajudar nesse desafio também.”, avaliou o mesa-tenista, que, antes de seguir para a capital carioca, esteve em São Caetano do Sul para matar a saudade do clube que treinou dos 14 aos 17 anos e adorou receber a energia dos jovens talentos que atualmente treinam na cidade. “Eu treinei 3 anos em São Caetano. Então é sempre bom voltar pra cá. Principalmente ver a garotada treinar com muita vontade, com treinos muito sério, muitas horas por dia desde bem jovens. Isso me dá motivação. Vejo que alguns deles se inspiram em mim, isso é muito prazeroso pra mim”, contou Calderano.

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Hugo teve um calendário incerto nos últimos meses por conta da pandemia. Outro agravante foi a guerra na Ucrânia, que influenciou sua estadia na equipe russa Fakel Gazprom Orenburg. Calderano chegou a competir na Champions League pelo clube, mas após o início do conflito seu contrato foi rescindido. “A gente nem sabe quando podem acontecer as próximas competições. Isso é um problema pra gente planejar o nosso treinamento, pra gente se projetar. Eu tenho alguma ideia do que pode acontecer, mas não tem quase nada confirmado. Rescindi o contrato com o clube russo e não sei ainda o que vou fazer na próxima temporada. Eu ainda tô avaliando as possibilidades, mas ainda não sei qual vai ser a decisão final”, confirmou o atleta.

Hugo Calderano é branco, usa uma camiseta azul e amarela e segura um troféu
Hugo Calderano venceu o Star Contender de Doha, maior vitória de sua carreira. Foto: Remy Gros/ WTT

A importância dos mega-eventos para o tênis de mesa

Apesar do calendário de Hugo Calderano ainda estar aberto, dos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023 ele quer participar. “A gente ainda vai conversar, mas eu pretendo jogar sim. Acho que vai ser um bom evento, e espero que a gente traga muitas medalhas.” Hugo tem dois ouros (individual e nas duplas) e um bronze (por equipes) do Pan de Lima em 2019. 

Ele ressalta que mega-eventos, como o Pan ou a Olimpíada, são importantes para o tênis de mesa, já que é uma das únicas oportunidades que o público tem de acompanhar a cobertura do esporte. “O Pan é muito importante pra gente, pro tênis de mesa. Pela visibilidade que traz e eu sei que o público acompanha bastante. Espero conquistar várias medalhas nos grandes eventos, nas Olimpíadas, em campeonatos mundiais, quem sabe. E outro objetivo que eu sempre tive também é popularizar o tênis de mesa no Brasil, e acho que os Jogos Olímpicos é a melhor forma de fazer isso, nada melhor que uma medalha olímpica.”, finalizou Calderano.

Formada em Jornalismo pela Unesp-Bauru, participou da Rio-2016 como voluntária, cobriu a Olimpíada de Tóquio-2020 a distância e Paris-2024 in loco pelo Olimpíada Todo Dia; hoje coordena as Redes Sociais do OTD.

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