Há pouco mais de dois meses, Hugo Calderano se despedia dos Jogos Olímpicos de Tóquio nas quartas de final com uma derrota dura, mas a melhor campanha da história do Brasil no tênis de mesa em Olimpíadas. De lá, após um período de descanso, o atleta do Time Nissan saltou para a conquista do maior título da carreira até agora, o Star Contender de Doha, na semana passada. E para ele, o duro revés no Japão serviu como motivação para a conquista do troféu no Catar.
“A minha derrota em Tóquio foi bem difícil, mas não tive arrependimento nenhum, dei o melhor melhor, e isso me deu mais motivação ainda. Alguns momentos depois de ter perdido a partida eu já estava com mais vontade de voltar ainda mais forte. E desde o início, depois do jogo, pensando que já queria voltar a treinar, a competir. Claro que eu sabia que precisava de algum tempo de descanso, porque o corpo e a mente não aguentariam. Então eu voltei para o Brasil, consegui recuperar as energias, mas o tempo inteiro com muita motivação”, contou Hugo Calderano em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (30).
O título em Doha foi o primeiro passo de um novo ciclo olímpico que já se inicia e será também será mais curto, de apenas três anos. Para o atleta, o troféu foi uma boa maneira de dar a largada rumo à Paris. E ele garante estar vivendo seu melhor momento na carreira até agora.
“Paris vai chegar muito rapido, então foi bom começar com esse titulo em Doha. Espero continuar nesse caminho e conseguir me manter sem lesões também, e vamos traçar um planjamento para chegar em Paris da melhor maneira possível. Estou na minha melhor forma física, técnica, me sentindo bem mentalmente também, e estou mais motivado ainda para o futuro”.
De casa nova
Hugo Calderano começa o novo ciclo também de casa nova. Ele vai defender o clube russo Fakel Gazprom Orenburg, pentacampeão europeu, e terá a oportunidade de jogar a Champions League de tênis de mesa ao lado de outros dois atletas do top 10 mundial.
O brasileiro, no entanto, não irá morar na Rússia. Ele seguirá residindo em Ochsenhausen, na Alemanha, onde jogou nos últimos anos, e terá mais liberdade para montar seu calendário. O que poderá ser um diferencial importante pensando em Paris-2024.
+Hugo Calderano se apresenta ao pentacampeão europeu
“A minha rotina vai continuar parecida, mas como eu vou ter menos jogos agora pela liga, vou ter mais liberadade no calendário. Vou poder treinar como gostaria, participar de torneios internacionais, quem sabe treinar no Japão, China… E isso vai me dar mais liberdade de fazer o que eu gostaria e não conseguia fazer jogando a Bundesliga. E é muito positivo poder jogar em um time forte, a Champions League. São jogadores do top 10 e acho que um pode aprender muito com o outro. Acho que a gente é a equipe mais forte da Europa, vamos entar com favoritismo na Champions, então tem uma pressão também. Mas estou muito animado para competir ao lado deles e buscar o título”.
O céu é o limite
A conquista no Catar rendeu ainda mais um feito histórico para Hugo Calderano. Ele assumiu a quinta posição do ranking mundial, chegando onde nenhum latino-americano jamais esteve. A liderança do ranking ainda está distante, mas Hugo não coloca limites para o seu sucesso. E sabe que ainda não atingiu seu auge, mas caminha para isso.
“Os chineses ainda estão bem na frente. Em termos de pontos, estão bem longe, estou mais perto do quarto colocado. Mas para mim, o mais importante nem é ser o número do um do mundo. Eles sempre vão ser mais regulares, têm uma técnica muita boa. Mas acredito bastante que eu possa ganhar e chegar perto do nível deles com meu estilo de jogo agressivo e diferente. Então esse é o meu objetivo. Não nessariamente preciso ser o número um, mas quero brigar por uma medalha olímpica”.
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, TWITTER, INSTAGRAM, TIK TOK E FACEBOOK
“Tenho sempre os pés no chão, mas sei do que eu sou capaz também e quero buscar cada vez mais. Eu não estou nem um pouco satisfeito e espero continuar evoluindo. Não constumo me colocar limites, então claro que gostaria de ser número um e acho que é possível sim. Mas meu objetivo principal é ganhar as competições mais importantes, acredito que dá sim para ganhar a medalha de ouro e estou no caminho certo. Vou continuar tentando. Tenho muitas Olimpíadas pela frente e estou longe do meu augem de onde posso chegar”, concluiu Hugo Calderano.