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Tênis de Mesa

Giulia Takahashi coroa dedicação desde muito nova com ida para Tóquio

Trabalho duro iniciado nas categorias de base, desistência do teatro e recusa em deixar de treinar para ir ao shopping com as amigas foram recompensados agora

Giulia Takahashi Pan-Americano da Juventude de Tênis de Mesa
ITTF

Quem não acompanha as categorias de base do tênis de mesa brasileiro poderá estranhar a presença de Giulia Takahashi, de 16 anos, na delegação que vai aos Jogos Olímpicos de Tóquio. Para quem a conhece, sua convocação não é nenhuma surpresa: desde muito jovem, ela é presença frequente em categorias acima da sua e representando o Brasil em competições internacionais. Focada somente no tênis de mesa, ela realiza um sonho ao se juntar, como reserva, à Seleção de Jéssica Yamada, Carol Kumahara e de sua irmã, Bruna Takahashi, na Olimpíada deste ano.

Como todo jovem atleta que planeja atuar em alto nível, ela teve que abdicar de coisas importantes em sua adolescência. Uma delas foi o teatro: a mesa-tenista adorava decorar textos, interpretar e falar em público. Alguns convites para eventos e saídas também tiveram que ficar de fora. Tudo por causa de uma frase que, segundo ela, é bem famosa em seu meio: “Não posso, tenho treino”.

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“Chega uma hora que tem que sacrificar algumas coisas. Comecei muito novinha, minhas amigas sempre me chamavam para sair, ir para festas, para o shopping. Não podia porque tinha treino. Gostava bastante de fazer teatro e tive de parar para treinar. Não fiquei triste porque foi uma coisa que decidi fazer, jogar tênis de mesa, me esforçar muito para esse esporte”, conta Giulia.

A virada

Mas para fazer essas escolhas, é preciso ter certeza do que quer para o futuro. Para Giulia Takahashi, essa virada de chave veio aos 13 anos, quando percebeu que tinha qualidade para superar, na mesa, atletas mais velhas e mais experientes em confrontos decisivos. Foi aí que ela decidiu que deveria seguir uma carreira de alto nível no esporte.

“Foi quando fui chamada para treinar em São Caetano todos os dias, menos sábado e domingo. Tive minha primeira seletiva, eu era ainda sub-13. E foi para o Sul-Americano Infantil já no sub-15. Consegui a primeira vaga, ganhando das meninas mais velhas, mesmo tendo 13 anos. Daí comecei a jogar campeonatos internacionais, comecei a ter bons resultados e foi virando uma coisa séria”, lembrou a atleta.

Pesou também o estímulo que ela tinha em casa e que lhe ajuda até hoje: sua irmã, Bruna Takahashi, que foi a atleta mais jovem do Time Brasil na Olimpíada do Rio, em 2016, também aos 16 anos. Neste período de preparação para Tóquio, Giulia conta com olhares atentos em seus treinamentos e conselhos na volta para a casa.

Bruna Takahashi - Giulia Takahashi - Missão Europa
(Daniel Varsano/COB)

“As meninas sempre estão me ajudando. Principalmente a Bruna, que é minha irmã. Temos mais intimidade, então estamos sempre conversando. No treino mesmo, quando erro, ela sempre está de olho, me ajudando. Elas estão me ensinando bastante a parte técnica”, diz Giulia.

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Seu sentimento, neste momento, é de que “todo o esforço está valendo a pena”. O primeiro sonho, ser convocada para uma Olimpíada, foi realizado. A dedicação está em dia, caso seja preciso entrar em ação já neste ano. Mas os olhares também estão fixos para Paris, em 2024, e até Los Angeles, em 2028. A mensagem deixada é de esperança.

“Vá atrás dos seus sonhos que você consegue. Vai ter muita coisa no seu caminho, vai ficar difícil. Mas é cada passo de uma vez, sem atropelar as coisas, tem que ir com calma”, afirma Giulia Takahashi, antes de agradecer o apoio de seus pais, sua irmã, seus amigos e seus técnicos na sua carreira.

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