Hugo Calderano está na reta final da preparação para a disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. O atleta, do Time Nissan, está recuperado de uma lesão recente no ombro e garante estar se sentindo bem fisicamente. Mas sobretudo, ele confia que a parte mental está em forma, o que pode ser um diferencial para que o carioca possa tentar superar o favoritismo e a hegemonia dos chineses na Olimpíada.
“Eles são realmente superiores na parte técnica, não tenho dúvida. Sei que a minha técnica melhorou bastante desde que me mudei para a Alemanha. Mas é justamente na parte mental que sinto que consigo competir com eles e ter alguma chance, alguma coisa extra. Eu também já mostrei várias vezes que nos momentos imporatantes eu consegui jogar bem. E com certeza, a parte mental é a principal no tênis de mesa. Você pode treinar horas, ter a técnica perfeita, mas se não tiver aquela concentração no momento decisivo vai ser bem difícil ganhar”, explicou Hugo em entrevista coletiva nesta terça-feira (6).
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Uma parte desse trabalho mental é também fazer visualizações, o que prepara Calderano para diferentes cenários que possam acontecer durante os Jogos de Tóquio. Por isso, essa prática tem sido um fator importante nessa reta final, assim como treinos de mais qualidade e menos quantidade.
“Antes dessas grandes competições, eu costumo fazer bastante visualiazação por conta própria. Às vezes eu me pego imaginando como eu vou estar jogando na competição e acho que isso me prepara bastante mentalmente, porque quando você já viveu aquele cenário na sua cabeça centena de vezes, você já está mais preparado para o que pode acontecer. E claro que você precisa ter muitas horas na mesa, mas agora, para mim, o principal é treinar com bastante intensidade, mas não tanta quantidade, prestando bastante atenção nas lesões, que com certeza me prejudicaria muito”.
Equipe unida
Além da disputa individual, Hugo Calderano também disputará o torneio por equipes ao lado de Gustavo Tsuboi e Victor Ishiy. Eles estão concentrados na Alemanha, treinando juntos nesta véspera de Jogos e bastante unidos pelo objetivo em comum.
“Nas últimas competições por equipe a gente teve bons resultados, então isso ajuda bastante o nosso entrosamento. Todo mundo tem o mesmo objetivo, todo mundo vendo essa oportunidade de ter um resultado muito bom nos Jogos Olímpicos. A gente vai chegar como cabeça de chave número seis, então vamos pegar uma equipe atrás da gente no ranking nas oitavas. E o Brasil nunca chegou nas quartas de final, então já seria um resultado muito bom. E a equipe está bem unida, com o objetivo em mente e espero que a gente tenha uma boa performance”.
Além disso, Calderano terá a oportunidade de jogar ao lado de Ishiy, seu melhor amigo e que vai estrear Olimpíadas. “A gente veio para a Alemanha há sete anos e ele é o meu melhor amigo. Então estou muito feliz por ele também. Sei que esse era o grande obejtivo dele, um sonho. E estou vendo que ele está bem preparado, bem animado. Às vezes a gente conversa, troca ideia e isso pode ajudar os dois”.
Na briga por medalha
Esta será a segunda Olimpíada de Hugo Calderano, mas a primeira que ele chega entre os melhores atletas do mundo. A experiência na Rio 2016 será, então, mais um diferencial para o carioca, além desse ano a mais que ele ganhou por causa da pandemia de coronavírus.
“A pandemia afetou todo mundo, fiquei um ano e meio sem ver minha família, sem voltar parar o Brasil. E apesar de ter conseguido continuar treinando, eu também tive algumas quarentenas que atrapalharam. Mas eu sempre fui um cara que não precisei de muitas competições oficiais, nos treinos eu consigo simular competições e já chego preparado para a disputa. E esse ano eu estou melhor que ano passado, então tem sim um ponto positivo”, explicou.
Por fim, Hugo Calderano também fez questão de exaltar a evolução do tênis de mesa brasileiro apesar do pouco investimento. E se diz pronto para chegar em Tóquio, brigar por uma medalha e, quem sabe, surpreender os favoritos chineses.
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“O Brasil estar chegando entre as potências do mundo é incrível. Se a gente compara o nível de investimentos da Ásia, eles tem uma estrutura muito grande. Infelizmente essa não é a realidade no Brasil e isso enfatiza ainda mais a nossa chegada entre os melhores do mundo”.
“É inconstestavel a hegemonia dos chineses e realmente é um grande desafio. Mas eu nunca penso que eles são invencíveis, até porque já ganhei de alguns. Eles são os favoritos, mas tudo pode acontecer e onfio muito que seja possível. Estou me preparando da melhor forma para ter o máximo de chance. Eu não consigo controlar o que os outros vão fazer, mas sim o que eu vou fazer. Então meu objetivo, com certeza é ganhar uma medalha. E vou chegar em Tóquio bem para essa briga por medalhas”, concluiu.