Depois de estrear com derrota no WTT de Macau, na China, Hugo Calderano voltou a entrar em ação nesta quinta-feira (27), mas novamente não se deu bem. Em mais uma partida não eliminatória do grupo de melhores ranqueados, o brasileiro, sexto do mundo, sofreu a virada diante do número cinco, Lin Gaoyuan, e perdeu por 3 a 2 (2/5, 2/5, 5/3, 5/1 e 5/3).
Todos do grupo já estavam classificados para as quartas de final, apenas definindo a ordem dos cabeças de chave e, consequentemente, quem teria prioridade de escolha do próximo adversário. Desta forma, como Calderano perdeu os dois jogos, ele ficou como o quarto cabeça de chave e não teve prioridade na escolha do rival. Assim, ele enfrenta Wang Chuqin, número 12 do ranking mundial, nesta sexta-feira (27), por volta das 9h (de Brasília).
Os dois já se enfrentaram duas vezes em partidas internacionais. Em 2016, no Aberto da Áustria, o brasileiro venceu, e no ano passado, no Aberto da Hungria, o chinês levou a melhor.
Além disso, vale destacar que Hugo Calderano é o único brasileiro remanescente no WTT de Macau, já que Gustavo Tsuboi foi eliminado na segunda fase pelo número nove do mundo.
O jogo
Assim como aconteceu no primeiro jogo, Hugo Calderano abriu 2 a 0, mas permitiu a reação do adversário, que tomou conta da partida, forçando o afastamento na mesa e provocando erros seguidos do brasileiro.
Vale lembrar que a ITTF mudou as regras da competição, implantando sets com apenas cinco pontos nesta fase. Com isso, o chinês se beneficiou dos sets muito curtos para conseguir a virada.
“É difícil analisar e avaliar esses jogos. Por um lado, o Hugo teve oportunidade de vencer os dois chineses, duas vezes, com 2 a 0. Mas, no final, são duas derrotas. Esse formato pode ser um exercício mental interessante, mas é bem longe do que estamos acostumados. É difícil produzir uma qualidade ótima com vários ralis, quando o sistema é tão exigente e curto”, avaliou o técnico de Hugo e consultor técnico da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, Jean-René Mounié.
“Acho que a qualidade do espetáculo é pior desse jeito. Amanhã, será também um formato menor do que o internacional. Mas, pelo menos, mais parecido com 11 pontos cada set. Espero que o Hugo consiga reproduzir o desempenho, propor o mesmo nível que durante o ITTF Finals, na semana passada”, completou.
Entenda o formato
A partir de 2021, o Circuito Mundial de tênis de mesa será reformulado e terá um novo nome: WTT. O WTT de Macau já segue o novo formato das competições que funciona da seguinte maneira: os 16 atletas serão inicialmente divididos em três chaves de acordo com o ranking mundial.
A primeira chave terá os jogadores das posições 9 a 16, que foram sorteados entre si para quatro jogos eliminatórios. Nesta fase, estava o brasileiro Gustavo Tsuboi, que venceu e avançou. Os quatro melhores se classificam e enfrentam posteriormente os cabeças de chave de número 5 a 8. Os vencedores estarão classificados então para as quartas de final.
E enquanto esperam a definição de seus adversários, os quatro melhores ranqueados se enfrentam para definir a ordem dos cabeças de chave das quartas de final. É onde está Hugo Calderano.
Os cabeças de chave poderão escolher, então, entre os quatro classificados na fase anterior. Assim, o cabeça de chave classificado em primeiro lugar fará a primeira escolha, e assim sucessivamente. Daí em diante, segue normalmente para quartas, semis e final em jogos eliminatórios.
Regras diferenciadas
Mudanças também serão vistas no formato dos confrontos. O grupo dos cabeças de chave terá cinco sets onde o vencedor será o atleta que fizer oito pontos primeiro. Não há necessidade de abrir dois pontos de vantagem em caso de empate em 7 a 7, sendo vencedor aquele que fizer o oitavo ponto.
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No grupo que define os classificados para as oitavas e nas duas fases seguintes, a regra será diferente. Os jogos terão cinco sets de 11 pontos, com o mesa-tenista que fizer o 11° ponto primeiro vencendo automaticamente nos quatro primeiros sets. Caso a partida vá para quinto set, desempate, é preciso que um dos dois atletas abra dois pontos.
Já nas semifinais, serão sete sets de 11 pontos cada, com o atleta que fizer o 11° ponto primeiro vencendo automaticamente nos seis primeiros sets e necessidade de abrir dois pontos em caso de set desempate. Na final, nova mudança. A partida terá nove sets de 11 pontos. Novamente, o mesa-tenista que fizer 11 vence nos oito primeiros sets e há a necessidade de abrir dois pontos em caso de set desempate.