Quem nunca jogou ping-pong? Mas quantos que jogaram se aventuraram depois no tênis de mesa? Poucos, muito poucos. Por conta disso, a CBTM (Confederação Brasileira de Tênis de Mesa) resolveu assumir de vez a “brincadeira” para tentar popularizar o esporte e, consequentemente, descobrir novos talentos. Para se ter uma ideia, o país conta com apenas quatro mil atletas filiados contra, por exemplo, 700 mil da Alemanha, onde joga o melhor brasileiro, Hugo Calderano, sétimo colocado do ranking mundial.
Mas por que assumir o ping-pong pode ajudar o tênis de mesa? É porque o assunto sempre foi uma espécie de tabu para quem joga para valer. A brincadeira sempre era usada de forma pejorativa para cutucar algum atleta de alto nível, que não aceitava ver o esporte ser associado à atividade de lazer.
Mas nenhum jogador chegou ao tênis de mesa sem passar pelo ping-pong. A brincadeira é a porta de entrada no mundo das raquetes, bolinhas, mesas e redes. Por conta disso, a CBTM lançou a campanha “Prazer, Ping-Pong” na noite desta terça-feira na cervejaria Braugarten, na Vila Mariana. No evento, que reuniu as atletas Bruna Takahashi e Jessica Yamada, o técnico da seleção feminina, Hugo Hoyama, dirigentes, convidados e jornalistas, foi apresentado o vídeo inicial do movimento. Assista abaixo:
“Queremos acessar o imaginário das pessoas, engajando novamente com o esporte que é o mais social e está mais inserido em áreas de lazer do que em áreas de performance, além de retomar as boas lembranças que todas as pessoas têm com a modalidade. Acreditamos muito no lado afetivo e na vocação de socialização do tênis de mesa. Somos ping-pong, somos descompressão, somos cool, somos sociais e somos o esporte mais democrático. É o segundo esporte mais praticado, estamos em todos os condomínios, escolas e clubes. Temos o desafio de reconstruir a marca do esporte”, explicou João Gabriel Leite, gerente de desenvolvimento da CBTM.
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Faz parte da campanha a parceria com a cervejaria Braugarten, que vai disponibilizar uma mesa e todos os equipamentos para os clientes que quiserem jogar ping-pong na loja que fica dentro do Shopping Santa Cruz, em São Paulo. Além disso, a ideia da nova parceira da CBTM é lançar alguns pratos que tenham a ver com a modalidade em seu cardápio.
“Vamos começar o trabalho de popularização da modalidade aumentando os pontos de contatos com as pessoas, seja por conteúdo ou experiência. Queremos levar mesas para todos os espaços e momentos, prédios comerciais, bares, condomínios, praças, parques e metrôs, e levar o assunto ping-pong por meio todos os tipos de temas, inclusive os que não estamos inseridos mas acreditamos que é responsabilidade do esporte, como igualdade, inclusão, diversidade e sustentabilidade. Depois, partiremos para fomentar a experimentação. Tendo a experimentação, passaremos a gerar recorrência na prática, o que levará muitos dos praticantes ao desejo pela competição”, acredita Leite.
Depois de levar o ping-pong a cada vez mais gente, o desafio da CBTM será aumentar o número de atletas filiados. O objetivo é ousado: chegar a 40 mil nos próximos anos, dez vezes mais do que o número atual.
“No plano estratégico da CBTM, temos programas concretos de massificação e ampliação das bases de membros filiados. Neste sentido, todos os projetos da área técnica estão interligados e, somados, contribuem para impulsionar o interesse pelo relacionamento com a entidade. Envolve competições, programas de fidelidades e campanhas, como esta que foi divulgada nesta semana. São medidas que contribuem com a valorização do tênis de mesa em âmbito nacional”, finalizou Geraldo Campestrini, diretor da CBTM.