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Tênis de Mesa

Hugo Hoyama conquistou nono ouro em Pans há 10 anos

Ao fim da partida, desabou no chão. As mãos que, até então, seguravam raquete e bolinha, passaram a esconder as lágrimas. O coordenador técnico Paulo Camargo, o treinador Wei Jianren e os companheiros de equipe Gustavo Tsuboi e Thiago Monteiro invadiram a área de jogo e foram abraçá-lo. Mais do que isso, tirá-lo do chão, colocá-lo entre os braços e o jogá-lo para o céu. Afinal, havia acabado de se tornar o brasileiro com maior número de medalhas de ouros em Jogos Pan-Americanos. Há 10 anos, no dia 24 de julho de 2007, durante o Pan do Rio, Hugo Hoyama gravava o nome na história do esporte nacional.

Ao conquistar a medalha de ouro no torneio por equipes, batendo a Argentina na final, Hugo chegou a nove conquistas, passando o nadador Gustavo Borges, que tinha oito.

Apesar de experiente, Hugo Hoyama admite que a parte mental pesou no início da competição e revela uma ajuda que, segundo ele, foi essencial para conseguir chegar novamente ao lugar mais alto do pódio.

“Esse Pan foi muito difícil, principalmente pelo psicológico. Estava bem treinado, mas a cabeça, no início, não estava muito legal. Me sentia muito pressionado, mas aconteceu uma coisa super importante para mim durante a final. Não foi nem antes e nem depois. Durante o jogo de duplas, Tsuboi e Thiago estavam jogando, o Nuno Cobra ligou para o meu celular, que estava com a minha namorada da época. Ela fez um sinal para mim, disse que era ele, e eu dei uma fugida. Ele me disse: ‘Estou vendo seus jogos e você está muito pressionado, entrando pensando apenas em ganhar. O importante é buscar a melhor concentração possível. Você consegue’ “. E essa ajuda foi muito importante, revela Hoyama, que lembra os momentos decisivos daquele ouro:

“Eu nunca tinha perdido para o Pablo (Tabachnik). Perdi o primeiro set, ganhei o segundo, perdi o terceiro… Mas consegui colocar a cabeça no lugar e virar”.

Logo que se recuperou de toda a emoção e comemoração ainda ao lado da mesa, Hugo deixou a área de jogo rapidamente, rumo à arquibancada.

“Meu pai estava na arquibancada e eu queria muito dar um abraço nele. Saí correndo e fui até o local onde ele estava. Na hora, até acabou quebrando uma pequena parte do alambrado, sem querer, mas foi um momento de muita emoção para mim”, recorda.

Além de ter batido um recordo, Hugo Hoyama faz outras ponderações para que esse ouro por equipes no Pan de 2007 seja única.

“É a medalha mais significativa que tenho. Não digo especial porque especial todas são, mas essa foi em casa, na frente da torcida, do meu pai. E a torcida me deu muito apoio quando estava perdendo o jogo, me deu uma energia a mais. Além, é claro, de ter chegado a essa marca expressiva. Por tudo isso, lembro dela com muito carinho”, ressalta, emocionado.

Hoje, o mesatenista, que defende o Palmeiras/ São Bernardo, é treinador da seleção feminina e salienta o quanto lembra suas comandadas (Bruna Takahashi, Caroline Kumahara e Lin Gui) sobre a importância de estarem com foco total nas partidas.

“Como técnico, o que mais falo é sobre concentração. A maioria das conquistas que as meninas tiveram, foi porque elas estavam bem concentradas. Claro que a parte tática e técnica é importante, mas confiança é muito importante para poder render o máximo durante o jogo”, aponta.

Na edição seguinte do Pan, em Guadalajara, no México, em 2011, Hugo Hoyama ainda conquistaria mais uma medalha de ouro, chegando a 10 conquistas. Atualmente, o recorde pertence ao nadador Thiago Pereira, com 12 medalhas de ouro. Ele passou Hoyama nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara.

Jornalista baiana, soteropolitana, faconiana. Mestrado em jornalismo esportivo pela St. Mary's University, do Reino Unido. Bolsista Chevening 2015/2016.

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