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Tênis de Mesa

Campeão brasileiro, Ishiy começa 2020 ansioso por vaga em Tóquio

Número 59 no ranking mundial, Vitor Ishiy comemora ano que passou, mas se prepara para disputar uma vaga nas Olimpíadas do ano que vem

Ishiy comemora Campeonato Brasileiro - Foto: Daniel Zappe/CBTM
Foto: Daniel Zappe/CBTM

Vitor Ishiy tem muito o que comemorar no fim de 2019. Apesar de não ter ido para a disputa dos Jogos Pan-Americanos de Lima, Ishiy conseguiu subir 18 posições no ranking mundial e terminou o ano em 59º, alcançando a melhor marca da carreira e assumindo o lugar de terceiro melhor brasileiro do mundo (Hugo Calderano é 6º e Gustavo Tsuboi é 41º). No Pan-Americano de tênis de mesa, realizado no Paraguai, Ishiy foi campeão na disputa individual e também por equipes. E ainda ajudou a seleção brasileira a garantir a vaga para Tóquio no Pré-Olímpico, em Lima.

“Esse ano foi excelente para mim, tive bons resultados, principalmente nessa segunda metade do ano. Fico feliz em ser o terceiro no ranking, mas os cinco jogadores que estão no top 100 já mostraram que têm muito nível para representar bem o Brasil. Eu fico feliz de estar em terceiro neste grupo, mas ainda tenho muito para melhorar”, declarou o jogador, lembrando que Thiago Monteiro, em 68º, e Eric Jouti, em 84º, também são atletas brasileiros entre os 100 melhores do mundo.

Para encerrar o ano com chave de ouro, Ishiy ainda conquistou o 53º Campeonato Brasileiro, realizado em São Paulo, no último dia 15. “Fico muito feliz de terminar o ano assim, porque foi um ano muito longo, com muitos torneios, muitos jogos, muitas viagens. Mas valeu a pena. O ano que vem continua, a temporada na Europa continua, então não dá para baixar a adrenalina”, concluiu.

(Foto: Daniel Zappe/CBTM)

A luta pelo sonho

Para o ano que vem, o maior objetivo já é claro: conseguir a vaga para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Mas para realizar esse sonho, Ishiy tem que ultrapassar Tsuboi no ranking ou contar com a indicação do técnico. Hugo Calderano, número 6 do mundo, já tem uma das três vagas garantida.

Além de Tsuboi e Ishiy, Eric Jouti e Thiago Monteiro são atletas top 100 que também estão na briga por uma vaga. Até a definição, em junho, muita coisa pode mudar.

“Agora, quatro jogadores top 100 estão brigando por duas vagas. A segunda vaga é pelo ranking mundial e a outra é indicação do técnico. Está complicado para o técnico”, brincou o jogador. “É melhor garantir o segundo lugar no ranking, mas também não é fácil. Tsuboi está bem ranqueado. Lógico que eu quero chegar, mas não vai ser tão fácil. Todo mundo tem chance até o momento, está muito equilibrado. Eu, por exemplo, não tenho que defender muitos pontos no ano que vem. O Tsuboi está na frente, mas ele tem que defender alguns pontos. Então está todo mundo na briga. Parece que está longe, mas com qualquer resultado bom, você já sobe.”, explicou.

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Caminho certo

A carreira de atleta de Vitor Ishiy aconteceu sem muito planejamento. O jogador sempre jogou tênis de mesa, mas se dedicava mais aos estudos do que ao esporte. “Mas quando eu cheguei no juvenil, a Confederação começou a apoiar, pagar viagem para Europa, intercâmbio, e eu vi uma oportunidade”, lembrou. “Eu gosto de conhecer outros países, outras culturas e, claro, jogar tênis de mesa. Então eu vi uma oportunidade e tentei seguir este caminho.”.

E o caminho vem dando certo. Atleta do São Caetano desde 2009, Vitor Ishiy atualmente joga na França. Agora, com 24 anos, o jogador começa a colher os frutos de um longo trabalho no esporte.

“Logo que eu saí do juvenil, eu fui treinar na Alemanha, e jogava na França. Mas eu não conseguia clube profissional, eu jogava a terceira divisão na França. Então, tudo o que eu recebia, eu gastava para treinar, para morar, então eu saía zerado no final do ano. Mas era um investimento. Foram 4 anos assim e só ano passado eu comecei com um contrato de trabalho e agora estou tendo retorno.”, explicou.

(Foto: Daniel Zappe/CBTM)

Jovem ídolo

Ishiy pode ter começado a colher os frutos recentemente, mas já se tornou conhecido no meio do tênis de mesa. Durante a disputa do Campeonato Brasileiro, no Centro Paralímpico Brasileiro, em São Paulo, ele era um dos que mais chamava a atenção. Enquanto treinava, ao lado de Gustavo Tsuboi, nos primeiros dias de competição, os outros jogadores, especialmente as crianças, o olhavam com admiração. Depois de vencer o torneio, o garoto reuniu uma pequena multidão para tirar fotos e conversar. Aos 24 anos, Ishiy acha estranho ser visto como uma espécie de ídolo.

“Para mim é estranho, para falar a verdade, porque eu não ligo muito para isso. Eu acho que só faço o meu tênis de mesa e tento fazer o melhor pelo Brasil. Mas eu fico feliz que o pessoal fique olhando, isso quer dizer que estão interessados também, querem ver como jogamos lá fora. Por mais que eu seja jovem, já tenho um pouco de bagagem, então acho legal o pessoal ficar observando. Eu acho que assim o tênis de mesa também vai melhorar aos poucos.”, comemorou.

Atualmente, a visibilidade do tênis de mesa é realmente maior. Que venha 2020 para essa paixão pelo esporte aumentar. Se depender dele, Vitor Ishiy estará presente em Tóquio para fazer isso acontecer.

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