Os resultados nos Jogos Pan-Americanos contarão pontos para o ranking da corrida olímpica do tênis de mesa. Muito em função disso, os atletas olham para a competição de Lima com o desejo de se aproximarem cada vez mais de Tóquio. Provavelmente a maior potência nas Américas, o Brasil conta com representantes importantes no cenário da modalidade. Bruna Takahashi, número 1 do país de acordo com a Federação Internacional, chega confiante para a competição em solo peruano.
Ela, que disputou a categoria de duplas nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, sonha em participar novamente do maior evento esportivo do planeta. “Em Lima, a minha expectativa é de ir lá para ganhar mesmo, conseguir essa vaga para Tóquio. Eu sinto que eu tenho chances. Se não conseguir, a gente tem outras classificatórias após Lima. Eu estou indo passo a passo, isso é o mais importante”.
Apesar da experiência olímpica, Bruna Takahashi fará sua estreia em Jogos Pan-Americanos na edição de 2019 do evento. A paulista tem somente 18 anos e esteve em vários campeonatos relevantes. Considerando o retrospecto geral, vale ressaltar que o Brasil ainda não conquistou nenhuma medalha de ouro no individual feminino. “É o meu primeiro Pan. Para mim foi meio invertido. Eu joguei a Olimpíada do Rio, depois joguei Olimpíada da Juventude, Jogos Sul-Americanos e agora os Jogos Pan-Americanos. Eu não sei como vai ser. Todo mundo na Vila. Tem que tomar cuidado para não perder o foco. Eu estou me preparando. Estou fazendo acompanhamento psicológico, isso ajuda bastante a conseguir manter o foco e alcançar o objetivo”, contou.
Em Lima, Bruna encontrará adversárias com ascendências asiáticas, algo comum no tênis de mesa. Como não poderia ser diferente, chinesas e japonesas, principalmente, ocupam as primeiras posições entre as melhores do mundo. O desafio é grande. “Se você pegar o ranking das top 50, provavelmente 40 são chinesas e “chinesas da Europa”. É difícil, posso dizer que é muito difícil. Eu sinto que nós (não-asiáticas) estamos ganhando mais espaço. Eu acho isso muito motivacional. Eu ganhei da chinesa canadense, já ganhei da chinesa dos Estados Unidos. Elas vão entrar mais forte nesses Jogos Pan-Americanos por causa da vaga para Tóquio. Mas eu também estou me preparando muito forte e espero conseguir essa vaga. Tem chinesas, tem a porto-riquenha Adriana Diaz, que é bicampeã pan-americana. Todos as adversárias serão muito difíceis, e com a pressão, muda totalmente o jeito e a maneira de jogar. É muito importante ter o psicológico muito preparado, muito focado nessas horas”, afirmou.
E mesmo conhecendo as rivais, o resultado positivo não está garantido. O tênis de mesa é um esporte em que é necessário ter o poder do improviso durante a partida. “É muito importante (conhecer o adversário) para já entrar preparado para o jogo. Muitas vezes, o adversário também vai notar como você joga. O tênis de mesa é bem complexo, você tem que ser bem esperto jogando. É difícil. É preciso prestar atenção nessa adaptação que você tem que fazer. Por exemplo, no último jogo que eu joguei, eu sacava mais longo. No duelo seguinte, a adversária já vai estar mais esperta. Então, eu vou ter que mudar. É bem variado”.
Para aumentar as chances de classificação para a Olimpíada no Japão, ampliar o leque de possibilidades é fundamental. Bruna Takahashi revelou a fase de treinamento do time para o desempenho nas duplas. “Uma coisa bem interessante que a nossa equipe feminina está fazendo agora é treinar duplas. Era algo que a gente não fazia antes, a gente chegava meio que já indo jogar. Nós não tínhamos uma estratégia juntas. Eu acho que essa parte está sendo bem importante. Dupla é um ponto importante na nossa equipe. A preparação está sendo muito forte. Estamos com uma expectativa bem alta, vamos dar o nosso melhor.”
A evolução do tênis de mesa no Brasil é constante, aumentando a possibilidade de progressão dos atletas. Para participar de torneios ao redor do mundo, o auxílio financeiro é essencial, como aponta Bruna. “Eu achei bem legal que o tênis de mesa cresceu. Estamos ganhando mais visibilidade com o Calderano, Hugo Tsuboi, Thiago Monteiro. Eu acho que isso é muito importante para nós. São difíceis as condições no esporte, não só no tênis de mesa, mas em geral. Muitas empresas estão me ajudando em viagens. Esse custo de viagens a CBTM também ajuda para você conseguir o ranking mundial e ter mais torneios para jogar. Isso é fundamental para você conseguir o nível e o objetivo que quer”.