A listagem de julho da Federação Internacional de Tênis de Mesa é mais do que simbólica para Hugo Calderano. Um ano depois da primeira aparição do brasileiro no Top Ten Mundial, em julho de 2018, o brasileiro segue no grupo dos dez melhores, na sétima posição. Não é a melhor de sua carreira, já que ele ocupou a sexta posição por quatro meses, mas é a primeira vez que o atleta carioca de 23 anos aparece como o primeiro não asiático da lista.
À frente de Calderano estão apenas cinco atletas da seleção chinesa, país hegemônico na modalidade, e o japonês Tomokazu Harimoto, fenômeno de 16 anos que ocupa a quarta posição na listagem da ITTF. Desde que apareceu pela primeira vez no Top Ten, em julho de 2018, o mesatenista se mostrou consistente. O único mês em que Calderano não figurou no grupo dos dez melhores foi em outubro de 2018, na 11ª posição. Entre dezembro de 2018 e março de 2019, ocupou de forma ininterrupta a sexta posição. Após o Mundial de Budapeste, em abril, quando chegou às oitavas de final pela primeira vez na carreira, manteve-se estável, em sétimo. Variou para oitavo em maio e junho e subiu novamente para sétimo agora.
“Acho que é uma marca muito boa. Todos sabemos da dificuldade de se chegar ao Top 10 do ranking mundial do tênis de mesa, e o quanto é mais difícil ainda se manter nesse grupo. É uma amostra do trabalho que está sendo feito com o Hugo, principalmente com os técnicos Jean-René, Michel Blondel e o preparador físico Mika. Ele está no caminho certo”, disse o técnico da Seleção Brasileira, Francisco Arado.
O calendário de Calderano em julho de 2019 prevê a participação do atleta no Aberto da Austrália, entre 9 e 14 de julho, e uma aparição no T2 Diamond, liga alternativa com alguns dos melhores do mundo, na Malásia. Na sequência, ele se apresenta à Seleção Brasileira para os Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru. Calderano defende na competição continental o título individual e por equipes conquistados em 2015, em Toronto, no Canadá. Se repetir a dose e conquistar novamente o ouro individual, garante vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.
Retorno de Xu Xin
No topo da lista, uma novidade. O experiente chinês Xu Xin, de 29 anos, único atleta de estilo caneta (segura a raquete como se manipulasse um lápis) entre os 15 melhores do mundo, voltou ao topo da lista pela primeira vez desde fevereiro de 2015. Xu Xin foi protagonista de um revés marcante no Mundial de Budapeste, ao perder para o francês Simon Gauzy na fase de 32 do torneio. Desde então, foi semifinalista do Aberto da China e conseguiu um impressionante triplo ouro no Aberto do Japão, com os títulos individuais, de dupla masculina e de dupla mista. Mais cedo em 2019, já havia sido semifinalista no Aberto do Catar e no Aberto da Hungria. Com essa aparição no topo, Xu Xin soma agora 16 meses como o melhor do mundo em sua carreira, com direito a um ano direto entre março de 2014 e fevereiro de 2015.
Outros brasileiros
Entre os outros brasileiros, Gustavo Tsuboi se manteve na elite, em 35º, como na última listagem. Os outros dois atletas nacionais na listagem masculina, Eric Jouti e Thiago Monteiro, tiveram pequenas variações para baixo. Jouti, que vai integrar a equipe brasileira nos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019 ao lado de Tsuboi e Calderano, aparece como 66º (era o 60º na atualização de junho), enquanto Monteiro ocupa a 75ª posição (era 69º). No ranking masculino de equipes, o Brasil ocupa a sétima posição.
Bruna Takahashi, após chegar à melhor classificação de sua carreira e da história do tênis de mesa brasileiro feminino, na 62ª posição em junho, caiu para 74ª da lista da ITTF de julho. A brasileira é a principal esperança nacional de obter a vaga olímpica feminina nos Jogos Pan-Americanos de Lima. Pelo regulamento, só os campeões individuais conquistam o passaporte para o Japão.
Fonte: Rede Nacional do Esporte