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Tênis de Mesa

Giulia Takahashi revela inusitado desfecho do Pan Juvenil

Competição disputada em Cancún não terminou por falta de pagamento da Federação Mexicana ao hotel que abrigou torneio

Giulia Takahashi em disputa que vale vaga no mundial juvenil de tênis de mesa

O Campeonato Pan-Americano juvenil de tênis de mesa, disputado semana passada, em Cancún, no México, teve um desfecho inesperado. Quer dizer, não teve desfecho. Por conta de uma dívida da Federação Mexicana com o hotel que abrigou a competição, o torneio foi interrompido e terminou sem que fossem definidos os campeões de simples masculino e feminino e de duplas masculino e feminino. A curiosa história foi revelada ao Olimpíada Todo Dia pela atleta Giulia Takahashi na manhã desta terça-feira.

Todo o problema aconteceu no sábado. Os brasileiros haviam recém terminado suas últimas partidas. Giulia Takahashi e Laura Watanabe perderam nas quartas de final das duplas femininas para as canadenses Ivy Liao e Benita Zhou. Pela mesma fase, mas no torneio masculino, Eduardo Tomoike e Lauro Sebold foram eliminados pelos chilenos Nicolas Burgos e Andrés Martínez e Guilherme Teodoro e Rafael Torino caíram diante dos peruanos Felipe Dufoo e Jhon Loli. Foram os últimos jogos do Pan-Americano juvenil. Depois disso, nada mais aconteceu.

“Iam ter as semifinais de duplas e individuais. Acho que era por volta de 11 da manhã e apagaram todas as luzes do ginásio. A gente voltou para o nosso quarto porque os brasileiros não tinham mais jogo. Depois, não deixaram mais ninguém entrar no ginásio. Estava tudo fechado. Só lá para umas dez na noite, fizeram uma reunião e falaram que não ia ter mais jogo porque o México estava devendo para o hotel porque eles não pagaram para ter o campeonato. Aí, perto de 11 da noite, falaram que poderia ter jogo de novo, mas alguns atletas não quiseram jogar mais”, conta Giulia Takahashi.

Pela programação inicial, o torneio acabaria 19h de sábado. Não tinha mais mesmo como continuar. Giulia Takahashi cita como exemplo a semifinal do individual feminino. Amy Wang, Crystal Wang e Rachel Sung, dos Estados Unidos, e Valentina Rios estavam ainda na disputa pelo título, mas as americanas se recusaram a jogar depois de tudo o que aconteceu. “Elas iam embora meia noite e não quiseram mais jogar. A menina do Chile queria, mas desistiu porque não queria ser campeã sem jogar porque ela seria campeã sem mérito. Ela podia ser campeã, mas ela não quis e não teve mais nada. Ficou sem campeão”, lembra Giulia.

Dos sete torneios previstos para serem disputados, apenas três chegaram ao fim. As disputas por equipes masculina e feminina terminaram na quarta, enquanto as duplas mistas acabaram na sexta. Apesar de toda a confusão, pelo menos valeu para o Brasil se classificar a equipe feminina para o Mundial juvenil. “Era o nosso objetivo. O Mundial vai ser na Tailândia”, disse Giulia Takahashi, que jogou ao lado de Livia Lima e Laura Watanabe. Para completar, Rafael Torino/Giulia Takahashi e Guilherme Teodoro/Livia Lima ganharam a medalha de bronze nas duplas mistas.

Uma das maiores esperanças do tênis de mesa brasileiro para o futuro, Giulia Takahashi, de apenas 14 anos, já tem mais um desafio pela frente nos próximos dias. “Eu vou dia 14 para a Colômbia, onde vai ter o Campeonato Latino-Americano do infantil, sub-15, e, se eu conseguir classificar, vai ter o Mundial Sub-15 na Polônia, que vai ser no final do ano”.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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