Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 estão no radar de Beatriz Haddad Maia. Em entrevista ao Olimpíada Todo Dia após sua apresentação ao time da Rede Tênis Brasil, a tenista número 1 do Brasil afirmou que quer estar presente nas quadras de saibro da capital francesa no ano que vem. A paulista também falou sobre o seu início do ano pré-olímpico e manifestou o desejo de fazer dupla com a compatriota Luisa Stefani no circuito.
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“Olimpíada é um sonho para mim, independente de ser em simples ou em duplas. Vou fazer o meu melhor para classificar e representar o Brasil. Eu tento não pensar muito em resultados, mas tem um processo e bastante tempo até lá. Tudo pode acontecer e tenho que ter pé no chão, humildade e trabalhar duro para conseguir essa vaga olímpica”, falou Bia.
“Eu cresci assistindo às Olimpíadas e valorizo muito todas as modalidades. Independente de saber que os Grand Slams são mais respeitados no tênis, eu como brasileira valorizo bastante as Olimpíadas. Então, fica como meta para o ano que vem. A minha meta agora é ser top 10 e estamos trabalhando para alcançá-la”, completou, em coletiva.
Classificação olímpica
Por ter um Circuito Mundial bem estabelecido, o tênis é uma das poucas modalidades em que os seus atletas não priorizam os Jogos Olímpicos. Os torneios mais importantes da modalidade acabam sendo os Grand Slam, quatro campeonatos muito tradicionais (Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open) que acontecem anualmente e distribuem a maior quantidade de pontos no ranking mundial. A Olimpíada, por outro lado, não conta pontos para o ranking mundial desde a edição do Rio-2016.
Dessa forma, muitos tenistas optam por não disputar os Jogos Olímpicos e usam o espaço no calendário para descansar e se preparar para a sequência da temporada do circuito. Na Rio-2016 e em Tóquio-2020, por exemplo, houve um movimento grande de desistência dos tenistas. Como comparação, a última vaga olímpica de Tóquio via ranking mundial (em simples) foi do 146º colocado entre os homens e da 109ª entre as mulheres, enquanto em Londres esse número parou em 72 e em 70, respectivamente.
Para Paris-2024, 172 atletas participarão dos torneios olímpicos, sendo 86 homens e 86 mulheres. Haverá 64 tenistas nas chaves individuais, 32 parcerias nas duplas masculinas e femininas e 16 nas duplas mistas. A corrida olímpica será aberta dentro de dois meses e será encerrada em 10 de junho de 2024. No individual, se classificarão as 56 melhores tenistas de cada ranking mundial – com o limite de quatro atletas por país. Nas duplas, há outros critérios, mas que também envolvem o ranking.
Dupla com Luisa Stefani
A motivação de Bia Haddad por um lugar em Paris-2024 passa também pela primeira medalha olímpica do tênis brasileiro, conquistada por Luisa Stefani e Laura Pigossi em Tóquio-2020. Hoje, Bia se dá ao luxo de sonhar tanto em repetir um pódio nas duplas, já que é 20ª colocada do ranking mundial, quanto fazer um inédito em simples, onde é a número 14 do mundo. A escolha mais provável para sua parceria em Paris seria Luisa Stefani, atualmente em 27º lugar no ranking de duplas.
Já podendo tê-la como parceira na Olimpíada do próximo ano, Bia tem o desejo de jogar ao lado de Luisa em eventos do circuito ainda nesta temporada. Além da Billie Jean King Cup, as duas estiveram juntas em quatro torneios entre 2018 e 2019 e foram bem: venceram o ITF 100 de Ilkey, foram vice do ITF de Cagnes-sur-Mer e pararam nas quartas de final do WTA de Praga, todos em 2019. Entretanto, Bia relata que elas têm tido dificuldades para encontrar torneios para jogarem juntas nos últimos meses.
“Cada hora uma marca com alguém. É engraçado porque no ano passado, quando ela ainda estava começando a bater bola, comentou que no finalzinho do ano talvez já estaria jogando. Eu já tinha combinado com a Shuai (Zhang) o ano inteiro, mas depois ela cancelou e aí a Lu já tinha combinado com a Gaby (Dabrowski). É difícil nós conseguirmos conciliar o calendário. Mas eu quero jogar com a Lu!”, falou Bia ao OTD. Ela não tem participado de todos os eventos de duplas no ano e, por isso, não tem parceira fixa.
Chance de jogar com Melo
Por fim, Bia Haddad afirmou que também está “motivada” para jogar com Marcelo Melo em uma possível dupla mista em Paris 2024, depois que o tenista mineiro manifestou o desejo de tê-la como parceira. “Se eu puder jogar a mista, será um prazer compartilhar com o Marcelo”, disse ela. Entretanto, apenas uma dupla mista por país poderá competir no tênis em Paris-2024. Além de Bia e Marcelo, Luisa Stefani e Rafael Matos, que venceram o Australian Open no início do ano, estão no radar para representar o Brasil.
Antes de focar em Paris, Bia terá uma longa jornada pela frente em 2023. Em seu início de ano, ela disputou sete torneios e teve como melhor resultado a semifinal do WTA 500 de Abu Dhabi. Ela ainda parou nas quartas de final dos WTAs 500 de Doha e de Adelaide, além de ter caído na segunda rodada dos Masters de Indian Wells e de Miami e na estreia do Australian Open. Segundo a paulista, ser top-20 do mundo a fez ser mais estudada pelas demais tenistas do circuito.
“Eu tenho trabalhado muito bem nos treinos, conseguindo fazer bastantes coisas que já traçamos como objetivo dentro da quadra. Em alguns jogos, tenho oscilado um pouco e não consegui executar da forma como eu gostaria, mas sigo trabalhando igual e motivada com o mesmo objetivo”, disse. “Quanto mais subimos, mais somos visadas e temos acesso umas às outras. Isso também permite com que eu treine e aprenda mais com elas. Elas acabam conhecendo mais o meu jogo, o que é algo natural, faz parte do processo do circuito”, completou.
Temporada de saibro
Enquanto passa algum tempo no país para compromissos com a Rede Tênis Brasil, Bia se prepara para disputar a gira de saibro na Europa. Ela disputará o WTA 500 de Stuttgart (ALE) a partir de 17 de abril, e segue para a Espanha, onde competirá no Masters de Madri, a partir do dia 25. Em 9 de maio, será a vez de entrar em ação em outro WTA 1000, agora em Roma, na Itália. Por fim, terá o Grand Slam de Roland Garros a partir de 28 de maio.
“Eu sempre joguei desde cedo no saibro e gosto bastante da superfície. Pela minha característica de jogo, consigo me adaptar nos três pisos e no saibro não é diferente. Sigo fazendo as mesmas coisas, buscando o mesmo objetivo e, independente da superfície, tento jogar o meu jogo”, avaliou a tenista sobre a sequência da temporada.