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Brasil é convocado para o Zonal das Américas da Copa Davis

Com Marcelo Melo como grande nome e com cinco negativas dos atletas mais conhecidos, Brasil é convocado para a disputa do Zonal das Américas da Copa Davis de Tênis

O capitão da equipe brasileira na Copa Davis, João Zwetsch, convocou os tenistas que integrarão o Time Brasil na estreia do Zonal das Américas contra a República Dominicana, em Santo Domingo. Thiago Monteiro, João Pedro Sorgi e o jovem Thiago Wild serão os representantes de simples, enquanto Marcelo Melo e Marcelo Demoliner formarão a dupla brasileira.

O confronto inédito com os dominicanos será disputado entre os dias 2 e 3 de fevereiro, nas quadras rápidas do Club Deportivo Naco, na capital do país caribenho. Se a equipe brasileira vencer, encara quem sair do duelo entre Colômbia e Barbados para tentar uma vaga no playoff para o Grupo Mundial.
Cinco jogadores brasileiros foram consultados pelo capitão João Zwetsch e não poderão participar do confronto, cada um com um motivo especial. “Meu foco neste ano é priorizar o calendário ATP”, ressaltou Rogerinho. Da mesma forma Bellucci, Feijão e Clezar irão jogar os torneios importantes do calendário na data da Davis e focar em seus rankings individuais. “Com a segunda gravidez da Bruna (esposa) e o nascimento do nenê programado para junho, vou ter que cortar algumas semanas do meu calendário para ver a minha família e acompanhar esse momento,” explicou Bruno Soares. “Ela não poderá viajar nenhuma semana comigo e infelizmente, vou ter que abrir mão da Copa Davis em 2018 e dos ATPs de Stuttgart e de Estocolmo,” lamentou o duplista top 10 do mundo.
Mediante isso, o Time Correios Brasil poderá ter até três estreantes na Davis, no confronto inédito com os dominicanos: Sorgi, Wild e Demoliner. “É um confronto um pouco diferente. Nossa equipe vai com uma escalação bem diferente do que estamos acostumados. Dos cinco que vão, três estão indo pela primeira vez. É uma data complicada dentro do calendário ATP, com torneios no saibro, diferentemente da Davis jogada em quadra rápida, ficou difícil para muitos jogadores. A esposa do Bruno está grávida de novo, então ele pediu para dar uma segurada na Davis esse ano para ficar mais com ela. O Thomaz está há quase seis meses sem jogar, sem ritmo de jogo. E o resto da turma, o Rogerinho, o Feijão, o Clezar decidiram priorizar o calendário dos torneios da América do Sul no saibro, perfeitamente entendível”, explicou o capitão João Zwetsch.
“Essa Copa Davis é muito complicada por isso, por ser na quadra dura com data um pouco inconveniente. Temos que compreender. Os quatro ATPs que possuem no período são torneios muito importantes para todos da América do Sul. A grande maioria das vezes que foram solicitados o Rogerinho, o Thomaz e o Bruno jogaram, o Feijão e o Clezar também. Todos eles já têm um serviço importante prestado ao Brasil na Copa Davis e temos que entender que é realmente inadequado terem que quebrar seus calendários para jogar uma Davis. Também seria compreensível se o Marcelo e o Monteiro não quisessem jogar”, completou o capitão do Time Correios Brasil na Davis.
Paulista de Sertãozinho, João Pedro Sorgi tem 24 anos e é o atual número 366 do mundo. Seu melhor ranking foi em setembro do ano passado, quando ocupou a 251ª colocação. Em maio do ano passado, Sorgi foi vice-campeão do Challenger de Savannah, nos Estados Unidos, e em dezembro foi campeão de duplas do Future de Lima, no Peru.
Vice-campeão do Banana Bowl em 2017, Thiago Wild tem apenas 17 anos e pode ser o tenista mais jovem a estrear pelo Brasil na Davis. O paranaense de Marechal Cândido Rondon é o atual número 9 do ranking mundial juvenil e 616 da ATP. No ano passado, além do vice-campeonato do Banana Bowl, em Criciúma, Wild foi campeão no Sudamericano Individual GB1, na Argentina, e no 39th Torneo “Città Di Santa Croce” Mauro Sabatini, na Itália, além de conquistar um Future em Antalya, na Turquia.
Mais experiente, Marcelo Demoliner tem 29 anos e é o atual número 35 no ranking de duplas da ATP. No ano passado, o gaúcho de Caxias do Sul avançou até as oitavas em Wimbledon, foi vice-campeão no ATP 500 de Viena, na Áustria, vice no ATP 250 de São Paulo, vice no ATP 250 de Lyon, na França, e vice no ATP 250 de Chengdu, na China, além de conquistar um Challenger em Irving, nos Estados Unidos. “Estou feliz com a convocação, é uma honra poder jogar e defender as cores da nossa pátria. Vou desfrutar muito e deixar o meu melhor dentro de quadra”, projetou Demoliner.
“O Demo é o substituto natural do Bruno, atleta que está logo atrás no ranking, teve um grande ano em 2017 e que está merecendo a oportunidade de defender o Brasil numa Copa Davis. O Sorgi está batalhando um lugar ao sol, está tentando subir de nível, jogar torneios maiores e merece uma chance nessas condições, onde os principais titulares não poderão jogar. O Thiago Wild é o melhor juvenil do Brasil, já tem uma vitória sobre um top 100 no fim do ano passado. E a definição do nosso número 2 de simples, entre o Sorgi e o Wild, será na semana de treinamentos”, afirmou Zwetsch.
O cearense Thiago Monteiro, 116 do ranking de simples, será o tenista número 1 do Brasil no confronto. O tenista de 23 anos atingiu o posto de 74 do mundo em fevereiro do ano passado, após ser quadrifinalista no ATP 500 do Rio de Janeiro. Monteiro também venceu dois jogos de Grand Slam, um em Roland Garros e outro em Wimbledom. Ele também participou da Copa Davis no Japão.
Já Marcelo Melo divide a liderança do ranking de duplas com seu parceiro, o polonês Lucasz Kubot. Com a conquista do ATP 250 de Sidney na semana passada, o mineiro passou a ser o tenista brasileiro com o maior número de títulos no circuito, com um total de 29 na carreira, sendo dois Grand Slam (Roland Garros 2015 e Wimbledon 2017) e oito Masters 1000, três deles no ano passado.
O presidente da Confederação Brasileira de Tênis, Rafael Westrupp, também disse entender as razões que motivaram alguns atletas a não disputarem o confronto, ressaltou o histórico deles em defender o Brasil na Davis e depositou confiança nos atletas convocados. “Eles sempre jogaram a Copa Davis, sempre estiveram disponíveis para defender as cores do Brasil. No final do ano passado, o Rogerinho e o Bruno estiveram aqui na sede da CBT no Encontro Nacional de Tênis, jogaram o Desafio Correios, o Bellucci só não veio porque estava fazendo a pré-temporada nos Estados Unidos. Todos eles sempre foram muito solícitos, entendo a posição de cada um deles pelo momento pessoal e profissional e confio nos atletas que foram convocados pelo João”, afirmou.
Segundo Zwetsch, o sucesso do Time Correios Brasil no confronto com a Costa Rica passará pela capacidade de a equipe brasileira fazer uma grande semana de treinamento, já que o principal jogador costa-riquenho, Victor Estrella Burgos, de 37 anos e número 79 do ranking de simples da ATP, anunciou nesta segunda-feira que não disputará no confronto.
“Será um confronto interessante para nós, mostra que temos que ter uma força de grupo grande pra construir uma semana bem coesa e poder ter uma boa performance. Então, o confronto vai depender bastante da nossa capacidade de construir uma semana firme de treinamento para que esses três jogadores que vão entrar pela primeira vez se sintam confiantes para jogar”, finalizou o capitão da equipe brasileira na Davis.
A comissão técnica comandada pelo capitão João Zwetsch terá o técnico Daniel Melo, o preparador físico Eduardo Faria, o médico Ricardo Diaz e o fisioterapeuta Paulo Roberto Santos, além do chefe da delegação Eduardo Frick.

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