Aos 39 anos de idade, Marcelo Melo não pensa em parar de jogar tênis tão cedo. O mineiro traça planos para o futuro e, inclusive, projeta participar da Olimpíada de Paris, em 2024, naquela que seria a sua quinta participação olímpica. Ele pensa, inclusive, em fazer dupla mista com Bia Haddad, principal brasileira na modalidade atualmente.
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“Eu vou falar com a Bia para a gente poder jogar alguns Grand Slams até lá para irmos acostumando. Seria um prazer enorme para mim jogar com ela. A Bia joga demais, todo mundo tem que valorizá-la, e tenho certeza que ela ainda vai fazer muito pelo tênis”, disse Marcelo Melo, em entrevista após o jogo de despedida de seu companheiro Bruno Soares, que aconteceu no último sábado (26).
Melo rendeu mais elogios à Bia Haddad, hoje 15ª colocada do ranking mundial e que teve um grande ano de 2022. “A Bia é uma excepcional jogadora. Ela já é top. É impressionante o nível que ela joga e o ranking que ela tem, o que fez e o que ainda vai fazer. Às vezes temos expectativas muito grandes, comparando até com o Guga, mas temos grandes jogadores e precisamos saber valorizar”, falou.
Medalha olímpica à vista?
Marcelo Melo foi um dos grandes parceiros de Bruno Soares. Os dois são conterrâneos de Belo Horizonte e jogaram juntos desde as categorias de base. No circuito profissional, chegaram a atuar como um dupla, mas tiveram destaque principalmente nos Jogos Olímpicos. Eles competiram em Londres-2012 e na Rio-2016 e pararam nas quartas de final nas duas oportunidades.
“Nós começamos pequenos, no COSAT chegamos a dividir cama para jogar o Juvenil. Então realmente temos uma história muito longa juntos. Saímos de BH para ganhar o mundo e ganhar Grand Slam. Nós tivemos tantos resultados que acabou acostumando, mas chegamos muito longe. Agora ele deixou essa mochila para mim sozinho, mas eu ainda tenho alguns anos, quem sabe mais uma Olimpíada”, disse.
Dono de três Grand Slams, Marcelo Melo não vive o auge de sua carreira. Ele já foi número 1 do mundo há alguns anos, mas inicou 2022 na 29ª colocação do ranking mundial. O mineiro não teve um grande ano de 2022. Sem um parceiro fixo, oscilou no circuito e perdeu posições na classificação geral, encerrando a temporada em 39º lugar.
Apesar disso, Melo acredita que ainda pode encontrar sua melhor forma e lutar por um pódio em Paris-2024. Vale destacar que o Brasil já tem uma medalha olímpica no tênis, conquistada justamente nas duplas, por Luisa Stefani e Laura Pigossi, em Tóquio-2020.
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“A medalha (olímpica) é realmente muito importante. Eu e o Bruno chegamos perto duas vezes. É um título muito difícil de se conseguir, porque é uma vez a cada quatro anos. A Olimpíada é um dos lugares mais especiais que eu já estive na minha vida, porque os melhores atletas do mundo estão reunidos. É uma atmosfera incrível. Eu acho que ainda posso chegar lá com chances de uma medalha”, comentou.
Primeiros passos em 2023
Apesar do 2022 ter sido um dos anos mais vitoriosos da carreira, Marcelo Melo teve um saldo positivo no final da temporada. Junto ao norte-americano Mackenzie McDonald, ele faturou o título do ATP 500 de Tóquio, no Japão. Buscando manter a dupla que deu certo, o mineiro manterá a parceria com o norte-americano para os primeiros torneios de 2023.
Abrindo a temporada, Melo e McDonald competirão em dois torneios de nível ATP 250 em Adelaide, na Austrália, nas primeiras semanas de janeiro. Logo depois, no Australian Open, o primeiro Grand Slam da temporada. Apesar de jogarem juntos, eles ainda não são parceiros fixos. Segundo Melo, a sequência da temporada dependerá dos resultados do início do ano.