O esporte brasileiro tem conquistado excelentes resultados no ano de 2022. As mulheres foram protagonistas em modalidades como judô, vôlei de praia, skate e ginástica artística. Mas em um esporte, elas vêm sob a perspectiva de reinvenção: o tênis. O país já teve lá nos anos 90 e 2000 grandes tenistas no masculino, como Fernando Meligeni e principalmente Gustavo Kuerten, o Guga, brasileiro que conquistou três edições de Roland Garros. Às vésperas da Copa Billie Jean King, ele comentou para o Olimpíada Todo Dia sobre o atual momento do tênis feminino brasileiro.
Nos anos 2000 e 2010, o tênis brasileiro foi mais forte nas duplas, com Bruno Soares, Marcelo Melo e companhia. Mas, recentemente o tênis feminino tem sido o grande destaque, alcançando a melhor colocação histórica de uma brasileira no ranking WTA, com a 15ª colocação de Bia Haddad Maia, e a dupla formada por Luisa Stefani e Laura Pigossi, que conquistou a inédita medalha de bronze na Olimpíada de Tóquio-2020, além de outras tenistas estarem em ótimas fases, como é o caso de Carol Meligeni e Ingrid Martins.
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Guga falou com o Olimpíada Todo Dia no final de setembro, durante o evento Lacoste .12.12, em que a marca promoveu o lançamento da coleção de relógios do ex-tenista. Para ele, o momento do Brasil é de ascensão. “A Bia (Haddad) traz entusiasmo, incentiva que meninas entrem em quadra. O esporte ainda é um ambiente masculino, mas tendo uma inspiração mais próxima é mais fácil de se promover a inclusão de meninas. Ver ela nos grandes torneios gera uma expectativa boa e traz de volta essa chama pro tênis, que pra gente é muito bem-vindo”. A brasileira foi a primeira a participar do WTA Finals nas duplas com a cazaque Anna Danilina, que reuniu as oito melhores equipes do mundo na temporada.
Para Guga, o top-15 de Bia Haddad já representa uma grande conquista para o tênis brasileiro, assim como ele viveu em 2000. “É impossível transmitir através das palavras, tem que viver na pele. Um tenista, no masculino ou no feminino, estar entre os 15 melhores do mundo, é muita coisa, é muita gente concorrendo!” falou entusiasmado o ex-atleta. A brasileira atualmente ocupa a posição 15 do mundo na simples e 13 nas duplas do WTA.
De olho em Paris 2024
Guga também falou sobre o legado que Serena Williams deixa para o esporte feminino, não apenas para o tênis. “Fica um legado eminente de uma das maiores tenistas de todos os tempos. O legal é que hoje tem o filme (“King Richard: Criando Campeãs”), tem muito mais imagens, é isso que a garotada precisa”, opina o brasileiro.
Além disso, para Guga, a Olimpíada de Paris será algo marcante, uma vez que a disputa do tênis se dará em Roland Garros, complexo onde sagrou-se três vezes campeão (em 1997, 2000 e 2001). O ex-número 1 do mundo acha que os tenistas vão valorizar o torneio olímpico na edição francesa, e lembrou de forma empolgada do bronze conquistado pela dupla LuLau em Tóquio-2020.
“Eles vão querer ir, principalmente os brasileiros. O tênis entrou na Olimpíada de forma mais modesta e depois saiu, voltou e ficou. O Federer tentou ganhar na simples e não conseguiu. Nadal jogou, o Murray ganhou. O Djoko estava em Tóquio e não conseguiu ir bem, ele provavelmente deve estar em Paris. Então acho que é sonho de todo tenista, do brasileiro ainda mais. A gente nasce com esse ímpeto olímpico, de representar nosso país. Por incrível que pareça, na vez que a gente chegou mais por acaso, foi a vez vitoriosa, a única medalha que nós temos!”
Copa Billie Jean King
O próximo compromisso das mulheres do Brasil é nessa semana, nos dias 11 e 12 de novembro. O time terá força total na Copa Billie Jean King contra a Argentina com: Beatriz Haddad Maia, Luisa Stefani, Laura Pigossi, Carol Meligeni Alves e Ingrid Martins. Os jogos serão em Tucumán, casa das adversárias.