Passados alguns dias do histórico vice-campeonato de duplas no Australian Open, Bia Haddad Maia retomará pelo WTA 500 de Dubai a caminha no circuito internacional de tênis. Nos Emirados Árabes Unidos, a brasileira jogará apenas a chave de simples. A parceria com a cazaque Anna Danilina, com quem jogou o Grand Slam em janeiro, volta a seguir no WTA 1000 de Doha, no Catar, onde Bia também disputara no individual.
“A prioridade ainda é simples, mas vamos jogar pelo menos uns 15 torneios até o fim do ano. O meu objetivo principal neste ano é estar saudável. Quanto estou saudável, posso fazer as coisas muito bem. De ranking, o meu objetivo é entrar no top 50 de simples e o Finals nem era uma possibilidade, mas vamos ver o que acontece”, disse Bia Haddad Maia em entrevista na tarde desta quinta-feira (3), em São Paulo, quando fez balanço da campanha no Grand Slam, além de falar sobre os próximos passos no circuito mundial de tênis. Após Doha, ela joga simples no WTA 250 de Monterrey, no México, simples e duplas com Danilina nos WTAs 1000 de Indian Wells e Miami, nos Estados Unidos, e novamente apenas no individual do WTA 250 de Bogotá, na Colômbia.
Resiliência
Bia Haddad Maia ficou dez meses fora do circuito por conta de uma suspensão e por cancelamentos de torneios por conta da pandemia. Desde o retorno em setembro de 2020 com ranking zerado, a paulista foi disputando campeonatos menores e subindo no ranking. Foi campeã de nove, entre os níveis W15, W25 e W60 da Federação Internacional de Tênis (ITF). Voltou a disputar uma chave principal de Grand Slam neste ano, na Austrália, após quase três anos. Lá, tornou-se apenas a terceira brasileira a alcançar a final de um Major, ao lado de Maria Esther Bueno e Claudia Monteiro. Hoje, é a melhor brasileira no ranking de simples, a 75ª, e a segunda nas duplas, a 40ª, atrás apenas da 12ª Luisa Stefani.
“O maior aprendizado que sempre levo comigo é resiliência. Seguir em frente, valorizar cada momento difícil, cada detalhe. Um treino, uma fisioterapia, um exercício que parece que não está fazendo diferença”, disse Bia. Sobre o resultado no Australian Open, só alegria. “Saímos da final e eu fui direto para o aeroporto. Fiz dois voos muito longos, mas eu estava num momento tão feliz que foi até legal passar 15 horas no avião. Cheguei aqui no Brasil e jantei com a minha família para comemorar. Descansei dois dias, já voltei a treinar”, detalhou. “O mais interessante na volta foi ver o alcance que a final teve por aqui. De lá, tão longe, na nossa rotina, não dava para perceber. Mas pra mim, o importante, é que o tênis tenha cada vez mais alcance, mas eu por mim, por dentro continuo a mesma.”
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Modalidade em evidência
Com o tênis feminino em alta, especialmente após a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio conquistada por Luisa Stefani e Laura Pigossi, também nas duplas, Bia Haddad Maia disse estar honrada em poder continuar ajudando a evolução do esporte. “É muito especial poder divulgar o tênis feminino. Sempre tento ser o mais sincera possível e falar de tudo que passo por aí. Quando a gente está no topo, sempre tem muita gente, muitos amigos, todo mundo aparece, sabe? Mas quando estamos em momentos difíceis, de muitas derrotas, aparecem críticas e tudo mais. Então estar num momento como esse, podendo representar as mulheres, me mostra que estou no caminho certo, que sou muito profissional e que tenho esse privilégio de fazer o que amo.”