Campeãs olímpicas em Tóquio e dupla número 1 do ranking mundiial, Barbora Krejcikova e Katerina Siniakova, da República Tcheca, impediram Beatriz Haddad Maia, que jogou ao lado da cazaque Anna Danilina, de se tornar a primeira brasileira e vencer um torneio de Grand Slam desde 1968. Foi um jogaço, mas as tchecas levaram a melhor e conquistaram o título do Australian Open com parciais de 6/7 (3/7), 6/4 e 6/4 em 2h42 de jogo.
Apesar da derrota, que interrompeu uma sequência de nove vitórias ao lado de Anna Danilina, Beatriz Haddad Maia tem muito o que comemorar. Ela se tornou a terceira brasileira em toda a história a disputa uma final de Grand Slam, se juntando aos feitos de Maria Esther Bueno e Claudia Monteiro.
“Hoje foi um jogo muito duro. As meninas são muito boas, mas acho que fiz um primeiro set impecável. Estava realmente bem em quadra e, por muitos momentos, me senti a melhor. E aí depois baixei meu nível. Parei de me mexer na rede e tudo mais. E quando você está jogando contra as melhores do mundo, você tem que apresentar o seu melhor tênis, e não se encolher. Estar numa quadra grande e contra as melhores do mundo é o momento de chamar o jogo, e hoje eu não senti que fiz isso. Mas mesmo assim eu lutei”, disse a brasileira.
Settle in for the show 🍿
— #AusOpen (@AustralianOpen) January 30, 2022
Anna Danilina and Beatriz Haddad Maia are putting the No.1 seeds through their paces. #AusOpen · #AO2022
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Salto no ranking
Com o vice-campeonato na Austrália, Beatriz Haddad Maia vai dar um salto gigantesco no ranking de duplas. Ela chegou ao torneio como a 150ª e vai sair como a 41ª, enquanto sua parceria era 53ª e aparecerá na 25ª nesta segunda-feira (31). A melhor marca anterior de Bia era o 70º posto, após o Australian Open de 2018.
Anna Danilina e Beatriz Haddad Maia não conseguiram o título do Australian Open, mas não perderam para qualquer dupla. Barbora Krejcikova e Katerina Siniakova chegaram ao quarto título de Grand Slam da carreira delas. Antes, já foram campeãs em Roland Garros, em 2018 e 2021, e em Wimbledon, em 2018.
Campeãs do WTA 500 de Sydney na semana anterior ao Australian Open, onde disputaram o seu primeiro torneio juntas, Bia e Danilina se juntaram de última hora para jogar os dois campeonatos. Programada para atuar ao lado de Nadia Podoroska no Grand Slam, a brasileira precisou buscar outra parceira após a argentina sofrer uma lesão, não podendo disputar o início da temporada. Foi quando Bia convidou Danilina para jogar Sydney e o Australian Open, resultando em vitoriosas campanhas.
“Muito feliz mesmo com o que a gente fez nessas três semanas. Pessoalmente, foi uma conquista e um aprendizado muito grande. Pude enfrentar eu mesma, me senti pressionada na maioria dos jogos e isso me fez sacar e devolver em muitos momentos de pressão. Aprendi que não criar expectativa é algo muito importante também. Eu e a Anna vivemos cada momento, cada game e cada ponto. Tenho certeza que foi uma entrega muito grande dos dois lados.”
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Superação atrás de superação
Após passar por muitos contratempos na carreira, Beatriz Haddad Maia está contente com os frutos que vem recolhendo e já mira o pós Australian Open. “Voltei de quatro cirurgias, depois voltei de um ano e três meses parada pelo doping, e aí quando voltei descobri um tumor no dedo após ganhar quatro torneios. Depois passei cinco meses direto fora de casa lutando. Um ano atrás eu estava jogando qualifying de 25 mil na África do Sul e hoje eu estive na Rod Laver jogando contra as número 1 do mundo. Por isso dediquei o título ao meu treinador Rafael Paciaoroni que esteve comigo em todos esses momentos. Nível de tênis eu sei que tenho e apresentei ele nessas semanas, mas tenho que melhorar muita coisa durante este ano”, finalizou. Ela deve voltar para São Paulo e definir o calendário das próximas semanas. A brasileira pretende continuará focada na simples em que é a atual 83 do ranking e quando houver oportunidade tentará jogar duplas com Danilina.
