Campeão no Masters 1000 de Paris, no domingo (5), Marcelo Melo retoma a liderança do ranking mundial individual de duplas. Ao lado do parceiro Lukasz Kubot, ele disputa o ATP Finals, na próxima semana.
O final de semana foi de muita comemoração para o mineiro Marcelo Melo. Ele entrou na quadra no domingo (5), junto com o parceiro polonês Lukasz Kubot, para conquistar o título do Masters 1000 de Paris e, com o resultado reassumiu a liderança do ranking mundial individual de duplas – posição que já ocupou nesta temporada, após o inédito título do torneio de Wimbledon. Melo soma 8.510 pontos no ranking divulgado nesta segunda-feira (6), mesma pontuação de Kubot, mas está na ponta por ter disputado um torneio a menos. Ele foi o primeiro brasileiro a liderar nas duplas, quando assumiu o número 1 em novembro de 2015. Ficou 19 semanas na frente, mais três semanas em maio do ano passado e outras cinco semanas em julho deste ano.
A semana na capital francesa também trouxe a confirmação da dupla Marcelo Melo/ Lukasz Kubot como número 1 do mundo. Assim, eles disputam o ATP Finals, que encerra a temporada e reúne as oito melhores parcerias do ano, como cabeças de chave 1 e principais favoritos ao título, ganhando inclusive um bônus por essa colocação. O Finals será realizado a partir do dia 12 em Londres, na Inglaterra. Na Corrida para Londres, Melo e Kubot somam 8.600 pontos no ranking, contra 7.330 da dupla segunda colocada, o finlandês Henri Kontinen e o australiano John Peers.
Melo, que tem o patrocínio de Centauro, BMG e Itambé, com apoio da Confederação Brasileira de Tênis, já está em Londres e falou sobre a semana de Paris, a expectativa para o Finals, das lideranças no ranking e o encerramento de uma temporada em que comemorou muitas conquistas e alcançou o seu grande sonho, o de ser campeão em Wimbledon. Confira a entrevista com Marcelo Melo:
Vocês demonstraram muita confiança ao longo da semana em Paris, até chegar ao título. Com todas essas coisas positivas acontecendo, a confiança será ainda maior no Finals, onde chegam como dupla número 1 e na liderança do ranking mundial? Jogamos muito bem em Paris. Também antes, em Viena, onde acabamos perdendo nos detalhes. Temos usado toda essa confiança, fazendo bons torneios desde Xangai. É uma época da temporada muito boa para nós, a superfície, a maneira de jogar, e conseguimos aproveitar. Esperamos continuar no Finals da mesma maneira, o que seria muito bom para nós.
Você já igualou o número de títulos de 2015, até então sua melhor temporada. Fica a expectativa, então, para o Finals, para terminar como o melhor ano de sua carreira?
São dois anos bem parecidos, mas pelo nível dos torneios conquistados, acredito que este foi melhor. Foram três Masters Series e mais o Grand Slam, além das finais dos outros dois Masters. Então são vários resultados realmente muito expressivos, que acredito que vai tornar esta temporada a melhor da minha carreira. Foi o que eu vinha falando antes, que ainda estava em constante evolução e, em 2015, eu acreditava que poderia melhorar e acho que estou evoluindo cada dia mais.
Em julho, você conquistou o tão sonhado título e Wimbledon e comemorou a volta ao número 1. Agora, mais um título de Masters 1000, três somente neste ano, e novamente o topo do ranking. Qual a sensação? Um ano muito especial? Com certeza está sendo um ano muito especial. Especialmente pela conquista em Wimbledon, um título tão sonhado, que eu sempre quis ganhar desde pequeno. Masters Series são títulos importantes também, ainda mais três no mesmo ano.
Além de Kontinen/Peers quais duplas você considera mais difíceis no Finals? Para mim, este ano, é o mais equilibrado do Finals. Todas as duplas que estão em Londres tiveram excelentes resultados. Logicamente que são necessários para classificar, mas reunirá duplas extremamente sólidas. Não conseguiria dizer qual é realmente favorita, independente da maneira como estamos jogando, como o Kontinen e o Peers estão. No Finals todos elevam seu nível ao máximo, todos têm condições de ser campeões. Com certeza será um belo torneio.
Sem contar Wimbledon, qual foi a conquista que mais deu satisfação este ano? Eu acho que Miami foi um torneio bem legal de ter conquistado. Muitos brasileiros presentes lá, torcendo. Foi o primeiro Masters Series que ganhamos. Então, Miami, tirando Wimbledon, foi especial.
Qual a principal virtude da dupla que conseguiu resultados tão consistentes nesta temporada? É o equilíbrio entre os dois ? Você é um grande sacador e o Kubot um grande devolvedor? O principal motivo para estarmos conquistando esses resultados foi encontrar o equilíbrio de como jogar juntos, de vários aspectos tanto dentro como fora de quadra. Sempre fomos arrumando os pequenos detalhes. Procuramos aprimorar, independente de estar ganhando ou perdendo, mantendo esse equilíbrio. Sabemos que há muita coisa para melhorar ainda. São torneios duros e longos. É necessário manter a consistência da primeira à última rodada. Nós nos complementamos muito bem. Consigo fechar muito bem a rede. Lukasz é um excelente devolvedor. Ele tem vários recursos que adiciona aos meus e os meus ao dele. Então isso nos torna uma dupla muito difícil de ser batida, por esse aspecto de golpes e também mentalmente.
Você formou uma grande dupla com o Ivan Dodig. Quais detalhes podem diferenciar aquela dupla da atual? É difícil comparar uma dupla com a outra. Cada uma tem a sua particularidade. Eu e o Dodig também tivemos vários resultados grandes, ganhamos Grand Slam e Masters Series. O Lukasz é parecido tecnicamente com o Ivan. Não tem muitos detalhes a mais ou a menos para cada uma das duplas. São dois jogadores que complementam muito bem o meu jogo, por isso os resultados estão sendo bem parecidos nesta temporada.
Você disse no início da temporada que seu sonho era conquistar Wimbledon… Já ganhou Roland Garros… Qual é a próxima grande meta? Importante continuar evoluindo da melhor maneira possível. Lógico que temos o sonho de conquistar torneios como Roland Garros e Wimbledon, principais Grand Slam do ano. Terminar como número 1 do mundo acho que é agora a meta principal, tanto no individual como junto com o Lukasz. Ele merece também, por estar comigo em todas as conquistas. Então vamos buscar isso aqui no Finals. Acredito que, tanto eu como ele, somos merecedores deste resultado.
Números da temporada, seis títulos e 48 vitórias – O mineiro Marcelo Melo, 34 anos, e o polonês Lukasz Kubot, 35 anos, estão jogando juntos desde o início da temporada. Antes, formaram parceria em torneios como o ATP de Viena, onde foram campeões em 2015 e 2016. Em 2017, a dupla Melo e Kubot disputou 22 torneios, conquistou seis títulos, venceu 48 jogos, com apenas 16 derrotas. Entre essas vitórias está a 400ª da carreira do brasileiro, obtida na estreia em Roland Garros. Melo já ocupou outras três vezes o primeiro lugar no ranking mundial individual de duplas – em 2015, 2016 e 2017.
Recordista brasileiro em número de títulos: Marcelo Melo é o brasileiro com maior número de títulos: 28, sendo oito Masters 1000.
Principais conquistas na carreira: o primeiro título em torneios ATP foi em 2007, no Estoril, em Portugal. Tem dois Grand Slam – Roland Garros 2015 e Wimbledon 2017 -, além de um vice em Londres (2013) e duas semifinais no US Open. Marcelo também lidera no número de títulos em Masters 1000. Em Paris chegou ao oitavo, depois de ganhar Shangai (2013 e 2015), Paris (2015), Toronto (2016), Cincinnati (2016) e Miami e Madri (2017).
Principais resultados em 2017 (23 torneios):
6 títulos: (conquistados em três pisos diferentes):
Grand Slam – Wimbledon, Londres (Inglaterra), grama
Masters 1000 – Paris (França), rápida; Madri (Espanha), saibro; e Miami (EUA), rápida
ATP 500 – Halle (Alemanha), grama
ATP 250 – ‘s’Hertogenbosch (Holanda), grama
3 vice-campeonatos:
Masters 1000 – Shanghai (China), rápida; Indian Wells (EUA), rápida
ATP 500 – Washington(EUA), rápida
1 semifinal:
Masters 1000 – Cincinatti (EUA)
6 quartas de final:
ATP 1000 – Monte Carlo (MON), Roma (ITA)
ATP 500 – Roterdan (HOL), Rio (BRA), Viena (AUT)
ATP 250 – Shenzhen (CHI) – disputado com o alemão Alexander Zverev