Três dos principais nomes do tênis em cadeira de rodas do Brasil, Daniel Rodrigues, Gustavo Carneiro e Ymanitu Silva, já retomaram os treinos visando aos Jogos Paralímpicos de Tóquio. Eles estão reunidos desde o dia 13 em Itajaí para um período de treinamentos.
Ymanitu Silva, do tênis em cadeira de rodas quad, passou a treinar em Itajaí, Santa Catarina, desde abril. Many, como é conhecido, dia que tem conseguido trocar experiências novas nos treinamentos.
“Como eu sou o único da Quad, e os demais são da Open, até o peso da bola é outro. Estou usando tudo isso para aprimorar meu jogo. Sem falar que considero o Daniel Rodrigues um irmão que o circuito mundial me trouxe”, disse Ymanitu Silva para a “Agência Brasil”. Disse ainda que não foi tão afetado pela pandemia. “Fiquei parado, sem treinar apenas uns 15 dias.”
Quad é a classe dele no tênis em cadeira de rodas, é para paratletas com deficiência em três ou mais extremidades do corpo. O Open é para alguma deficiência nos membros inferiores.
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Treinos desde março
Enquanto Ymanitu Silva ficou pouco mais de duas semanas fora das quadras, Daniel Rodrigues sofreu bem mais com a quarentena. “Desde março não pegava na raquete. Todos estamos ganhando com essa retomada. Pelo circuito mundial estar parado, esse é o momento de trabalharmos forte para corrigir erros e melhorar o jogo.”
Já Gustavo Carneiro contou que ficou parado um mês no início da crise sanitária. “Depois consegui uma quadra ao ar livre e treinei por um mês e meio. Mas tive um acidente doméstico, uma queda, que me afastou do esporte por mais dois meses”, conta.
“Tênis já é um esporte muito solitário. E essa pandemia nos deixou ainda mais solitários. Então, essa chance de treinar com os colegas está sendo muito boa. A volta é essencial pela questão emocional, pela volta a desempenhar a nossa profissão e treinos por um objetivo, que é a Paralimpíada de Tóquio”, acrescentou Gustavo, de 47 anos.
Jogos Paralímpicos
A pandemia provocou o congelamento da posições da edição de março do ranking mundial. A listagem deixa o trio brasileiro praticamente garantido nos Jogos de Tóquio.
Ymanitu Silva, por exemplo, ocupa a décima posição na classe Quad, sendo que os 12 primeiros têm a classificação garantida. “Estou quase dentro. Falta bem pouco. Por isso que decidi vir aqui para a ADK em Itajaí. Quero conquistar a vaga e depois brigar pela tão sonhada medalha em 2021”, deseja o atleta.
Já na classe Open, para não depender de outros critérios, os atletas precisam estar entre os 40 melhores do mundo.
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Por estar em 11º, Daniel Rodrigues está praticamente dentro. “Esse “congelamento” do ranking e a incerteza em relação ao retorno do circuito praticamente me colocam já na Paralimpíada”. Gustavo Carneiro ocupa a 37ª posição. “Posso dizer que estou 90% garantido. Mas ainda preciso de pontos nas próximas etapas do Circuito, assim que ele retomar. Vou me preparar para isso”, comentou.
Data final
Segundo os atletas, a Federação Internacional da modalidade (ITF) estuda o retorno do circuito mundial a partir de setembro deste ano, mas ainda sem uma definição oficial. A data limite para a definição dos classificados aos Jogos Paralímpicos é 7 de julho do ano que vem.