Em meio à pandemia do coronavírus e a paralisação das competições do tênis até julho pelo menos, as entidades que comandam os principais torneios do mundo criaram um fundo para ajudar os atletas que mais sofrem sem as premiações financeiras. Número 3 do mundo, o austríaco Dominic Thiem é contra essa atitude.
“Muitos jogadores não têm esse esporte acima de tudo e não vivem de uma maneira profissional. Realmente não vejo por que devo dar dinheiro a esses jogadores. Prefiro dar o dinheiro a pessoas ou organizações que realmente precisam”, disse Dominic Thiem em entrevista publicada no jornal austríaco Kronen Zeitung.
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Estrelas como Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic, o presidente da Comissão de Atletas da ATP, se mostraram contrários às palavras de Dominic Thiem e pretendem ajudar o fundo. “Parece que haverá entre US$ 3 a 4,5 milhões redistribuídos para esses jogadores”, afirmou Djokovic.
Atualmente todas as competições do tênis profissional estão paralisadas até o dia 13 de julho, com possibilidade de prolongamento conforme o avanço do coronavírus.
Surgimento da discussão
A discussão sobre a situação financeira dos tenistas profissionais pode ter começado após o americano Mitchell Krueger, de 26 anos, se inscrever para receber benefícios de desemprego nos Estados Unidos. Isso seria uma forma de compensar a renda perdida durante a pandemia.
Mesmo sem conseguir o benefício, Mitchell Krueger chamou a atenção para o assunto. Assim como a maioria dos jogadores de tênis, o número 195º do mundo não recebe salário regular e depende dos torneios para ganhar dinheiro.
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“Existem muitos jogadores que sentem que não podem sobreviver sem ganhar dinheiro. Depois de um tempo, eles podem entrar em outra coisa e perceber que talvez seja melhor. Se isso continuar nos próximos nove meses, será que eles vão se incomodar em tentar voltar e jogar de novo?” disse o tenista.
Em 2019, Mitchell Kruger embolsou cerca de US$ 40 mil em premiações, equivalente a R$ 230 mil. No mesmo período, Dominic Thiem recebeu por volta de US$ 1,7 milhão, aproximadamente R$ 9,7 milhões. Ao longo da carreira, o austríaco levou US$ 23 milhões, em torno de R$ 130 milhões, sem contar as quantias vindas de publicidade e patrocínio.
