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Tênis

“Eu vou esperar acontecer para falar”, diz Meligeni sobre Wild

Em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia, Fernando Meligeni elogia Thiago Wild, mas também prega cautela

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni (twitter/meligeni)

Grande destaque do tênis brasileiro nas últimas semanas após conquistar o título do ATP 250 de Santiago, Thiago Wild não deixou de ser assunto na entrevista exclusiva de Fernando Meligeni para o Olimpíada Todo Dia. Na conversa, o ex-tenista comentou sobre o que ele vê na modalidade e a evolução dos últimos tempos.

Para Fernando Meligeni, o Fininho, falar da nova sensação do tênis brasileiro não é um problema. Considera que o jovem de 20 anos, recém completados, ainda precisa de tempo e calma, apesar de existir esperança para o futuro.

“Eu vou esperar as coisas acontecerem com ele para falar depois. Sei que no Brasil, se eu não falar e ele explodir, depois vão me cobrar, mas eu prefiro esperar”, diz. “Sei que tem muito potencial, um técnico muito bom, mas agora as coisas mudam um pouco. A pressão aumenta, os estudos do jogo dele vão acontecer. Ele é jovem, as facilidades da vida vão aparecer, as comparações com o Guga. Prefiro esperar para falar, tem futuro mas depende dele”, comentou o ex-tenista.

Thiago Wild, campeão do ATP de Santiago, no Chile
Wild foi campeão em Santiago (facebook/ThiagoWildOfficial)

Bia Haddad

Por conta do momento e de idade, Thiago Wild é visto como uma das grandes esperanças da modalidade nos últimos anos, assim como aconteceu com Beatriz Haddad Maia quando apareceu no cenário do tênis profissional brasileiro.

Com uma altura incomum para as tenistas brasileiras, Bia chamou a atenção de todos pela forma que jogada e por como conseguia se colocar na quadra. Perguntado se é possível uma comparação entre os dois atletas, Meligeni é direto.

“Hoje não. A Bia é mais velha, já jogou e já ganhou jogos em Grand Slam, já tomou pancadas de várias formas, seja lesão, derrotas e agora o caso de doping que ela superou. Pra mim hoje ela é mais preparada, hoje, para chegar em um top 10 do mundo. O Wild ainda falta mostrar o que consegue. Pode chegar, tem por onde chegar, mas tem que querer”.

Bia Haddad
Bia Haddad (reprodução/Instagram)

Copa Davis

Na semana seguinte ao primeiro título da carreira, o jovem tenista atravessou o mundo. Wild saiu do Chile e viajou até Adelaide, na Austrália, para enfrentar os donos da casa pela Copa Davis, a primeira como titular em um dos jogos de simples. Na única partida que atuou, Wild foi derrotado de virada por Milmann.

Apaixonado por tênis e pelo Brasil, errado é imaginar que Fernando Meligeni não acompanhou os jogos do país pela competição. Apesar do resultado, a equipe brasileira foi derrotada por 3 jogos a 1, Fininho viu com bons olhos o que o jovem time brasileiro fez na Oceania.

“Vi um pouco e gostei. Tem várias coisas que eu acho que valem muito mais que o resultado. O Jaime (Oncins, capitão da equipe brasileira) conseguiu trazer de volta o espírito Davis que tinha se perdido. E isso não é culpa de um ou de outro, do técnico, apenas se perdeu”, comenta. “Na hora que você via a partida, a troca de olhares entre os jogadores, era visível a vontade de estar ali representando o país”.

Time Brasil BRB conheceu próximo adversário na Davis nesta sexta-feira (Foto: Divulgação/CBT)
Brasil na Copa Davis (divulgação/CBT)

Além do saldo positivo e apesar da derrota no confronto, Meligeni é direto ao falar sobre a situação da Confederação Brasileira de Tênis, que depois de um período sob desconfiança, caminha para uma retomada. “Não dava para passar para o resultado que a gente queria sem uma porrada, mas fazendo a coisa certa, do jeito que tem que ser feito, eu vejo um futuro bom pela frente. Mas tem que seguir trabalhando certo”.

O tênis brasileiro é igual há 100 anos

Com o crescimento de Thiago Wild e o bom momento de Thiago Monteiro, o Brasil está perto de voltar a ter dois tenistas dentro do top 100 no ranking mundial masculino. Para Meligeni, este fato só faz com o que o país retome o que já é sua marca na história da modalidade.

“Tira o Guga e a Maria Esther Bueno e me fala um momento do tênis brasileiro diferente do que a gente tem hoje. O país sempre teve dois, três tenistas entre os 100 do mundo ou brigando para isso. Independente da época sempre teve essa mesma quantidade, o que diferenciava era que tinha mais tenistas próximos desse top 100 do que existe hoje”

Atualmente, além de Thiago Monteiro, atual número 82 do mundo, e Thiago Wild, que é o 113º, o Brasil também conta com João Menezes, atual 181º, Guilherme Clezar, 271º, Thomaz Bellucci, 287º, Pedro Sakamoto, 294º, e Orlando Luz, 298º, entre os 300 primeiros do planeta.

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