Apesar das eliminações na Austrália, em Roland Garros e em Wimbledon, Bruno Soares ainda acredita na conquista de um torneio de Grand Slam em 2017
Um dos maiores nomes do tênis brasileiro na atualidade, número 1 do mundo nas duplas em 2016, Bruno Soares concedeu entrevista exclusiva para o Olimpíada Todo Dia em meio à sua participação em Wimbledon. Depois da eliminação precoce ao lado do britânico Jamie Murray, o mineiro ainda disputa a competição mista do torneio inglês com a russa Elena Vesina. Apesar do resultado na chave masculina não ter sido o que ele esperava, já que a parceria vinha de dois títulos seguidos na grama, o tenista segue otimista com a temporada 2017 e ainda acredita na conquista de um Grand Slam.
“Sempre tenho como meta para todas as temporadas que se iniciam conseguir participar do ATP Finals e de conseguir vencer pelo menos um dos quatro Grand Slam. Como atleta sempre busco fazer o dia de amanhã melhor, busco estar em constante evolução, em todos os aspectos, visando ser o mais completo possível”, explica o tenista.
Ao todo, Bruno Soares soma cinco títulos de Grand Slam. Nas duplas mistas, ele foi campeão do US Open em 2012 e 2014 e do Australian Open em 2016. Ao lado de Jamie Murray, no ano passado, ele faturarou novamente os dois torneios só que nas duplas. As chances em 2017 de ganhar um torneio do mesmo porte se reduziram depois das eliminações na Austrália, em Roland Garros e em Wimbledon. Mas ainda resta disputa mista no torneio inglês e todo o US Open para que ele atinja o objetivo planejado para 2017.
Apesar de todas as conquistas, Bruno Soares não consegue definir qual foi o melhor momento da carreira. “O pior momento eu posso dizer que foi a lesão em 2005, que eu acabei ficando 2 anos fora das quadras e não sabia se conseguiria voltar a jogar; agora o melhor momento eu não sei dizer, por conta dos cinco títulos de Grand Slam em anos diferentes, terminar o ano como terminei em 2016 também foi muito bom, mas não consigo definir o melhor momento”.
Diferente de Gustavo Kuerten, Maria Esther Bueno e Fernando Meligeni, tenistas que representavam o país no circuito mundial da ATP no jogo de simples, Bruno Soares joga e ganhou destaque nas duplas e comentou um pouco sobre as especificidades desse tipo de jogo. ” As principais diferenças estão que o jogo na dupla é mais dinâmico, mais rápido, que envolve muita reação dos atletas, é um jogo que acontece muito na rede e é o que nós treinamos mais, muito saque, devolução, treinos de precisão pelo fato de ter duas pessoas cobrindo a quadra”.
No começo da carreira, ele não imaginava que poderia chegar tão longe, mas a paixão pelo esporte vem desde a infância. “Tudo começou quando eu tinha cinco anos, quando eu peguei pela primeira vez em uma raquete de tênis e me apaixonei, treinar, estar em uma quadra, com o passar do tempo passei a competir e gostei ainda mais, tudo que era relacionado ao tênis sempre me despertou um interesse muito grande. Até quando com 16, 17, 18 anos, quando eu comecei a viajar para disputar os torneiros internacionais e percebi que poderia me tornar profissional e viver o meu sonho de ser tenista”, comentou Bruno Soares sobre o começo da sua trajetória.
Sobre esse início Bruno ressalta a importância da família, que o fez superar as dificuldades e se tornar o tenista que é. “É um caminho difícil, uma trajetória muito árdua, são muitas semanas viajando para os torneios, muitas semanas fora de casa, longe deles, se não fosse pela família, meus pais, minha esposa seria impossível estar onde estou”.
O tênis é uma das modalidades mais elitistas, por conta dos altos valores do material para a prática do esporte, a dificuldade de locais para a prática e a inclusão de um maior número de pessoas. Questionado sobre como vê esse cenário, Bruno Soares espera por uma mudança no futuro. ” O tênis é elitista, infelizmente, mas vem sendo feito muita coisa para mudar isso, visando dar acesso para os jovens, para que mais pessoas possam praticar o esporte e eu vejo isso como o caminho, trazer a modalidade para mais pessoas e jovens possam jogar tênis, como é com o futebol e o vôlei, que estão mais presentes na vida dessas pessoas, das crianças, dos mais jovens”.