Na categoria até 68kg, Edival Marques só para no melhor do mundo e conquista a medalha de bronze pelo Grand Prix de Tauwan de taekwondo
Começou nesta quarta-feira (19) o Grand Prix de Taiwan de Taekwondo, que conta com 250 taekwondistas, dos cinco continentes, em três dias de competição. E o evento da Federação Internacional – World Taekwondo, já inciou com uma medalha histórica para o Brasil. Edival “Netinho” Marques conquistou o bronze na categoria até 68kg e se tornou o primeiro atleta brasileiro a garantir duas medalhas em Grand Prixs.
E a caminhada de Edival Marques no Grand Prix de Taiwan foi duríssima e só valorizou ainda mais sua conquista, já que venceu o jordaniano Ahmad Abughaush, atual campeão olímpico, nas oitavas de final. O brasileiro só parou na semifinal, quando enfrentou o sul-coreano Dae-hoon Lee, número 1 do ranking e que acabou ficando com o ouro em Taiwan, conquistando seu décimo título de Grand Prix, um recorde do lutador de taekwondo no evento, o que só reforça sua reputação de ser o taekwondistas mais dominante no cenário atual.
A prata ficou com o iraniano Mirhashem Hosseini. Edival garantiu o seu bronze, assim como Ju-yen Huang, da China Taipei.
Essa é a segunda medalha seguida de Edival Marques. No Grand Prix da Rússia, o brasileiro também conquistou o bronze na categoria até 68kg. Além de “Netinho”, o Brasil também contou com a participação de Guilherme Félix na categoria até 80kg. Contudo, Félix perdeu ainda nas oitavas de final, Anthony Obame, do Gabão, eliminou o atleta brasileiro.
Talisca Reis e Iris Tang Sing, categoria até 49 quilos, só lutam na próxima sexta-feira (21), último dia do Grand Prix de Taiwan de Taekwondo.
Bronze – Edival Marques – Até 68kg
Ainda na primeira rodada, Edival teve pela frente o chinês Shuai Zhao. A luta foi apertada, mas “Netinho” venceu por 8 a 6 no golden point. “Eu já tinha lutado contra o Chinês e sabia que seria uma luta bem difícil. Nós achamos que ele mudaria um pouco a luta, mas acabou que ele não mudou nada e nós continuamos a mesma estratégia de ficar um pouco enrolando, que ele é muito bom, muito rápido, de surpreender e nós fomos um pouco mais tranquilo e ai deu certo, no finalzinho dei um vacilo, que eu abri 6×3 e faltando dois segundos, ele conseguiu acertar minha cabeça, fui girar e ai ficou 6×6. No outro Grand Prix, eu havia ganhado dele também no Golden Point, que é o ponto de ouro e quem fizer o primeiro ponto ganha e dessa vez novamente e eu consegui ganhar”, concluiu Edival.
E logo nas oitavas, um desafio enorme: Ahmad Abughaush, campeão olímpico na Rio-2016. Mais uma vez, a luta foi apertada, e Edivaldo venceu por 16 a 15. “Na segunda luta, era contra o atual campeão olímpico, nós sabíamos que ele era muito forte e iria vim pra cima com tudo e nós tínhamos que manter uma distância mais longa. No começo eu não consegui fazer tanto, ele conseguiu chegar muito em mim, fazer alguns pontos, mas depois, fui desenvolvendo, sem deixar ele chegar muito e quando ele vinha, juntava junto, fazia ponto e foi ai que eu consegui chegar perto. Eu particularmente, na luta, via que não ia dá pra ficar trocando porrada com ele, que ele ia se sair melhor. Então estava 15 x 13 e eu estava muito bem quando atacava, eu estava com uma estatística muito boa de fazer pontos, sempre que eu atacava. Fiquei dando aquela descansada no meio da luta, esperando dar 10seg e fui pra cima, ai foi quando em empatei 15×15, ele caiu no chão, levou uma falta e acabou a luta 16×15”, finalizou o brasileiro.
Nas quartas, o iraniano Abolfazl Yaghoubi Jouybari, que já ganhou o bronze no Mundial de 2015. Outra vez o combate foi muito difícil e apertado, Edivaldo conseguiu se manter na frente e venceu por 16 a 14, de novo no Golden point. “Contra o Iraniano, outra luta que sabíamos que ia ser muito difícil. Ele é muito forte também, igual ao outro, só que ele não chuta tanto. Foi uma luta muito difícil, eu perdendo o tempo todo e tive que ir buscar, no finalzinho também eu consegui empatar em 15 x 15 e novamente no Golden Point, consegui fazer o ponto.”
Na grande semifinal, o maior desafio do dia: o sul-coreano Dae-hoon Lee, número 1 do ranking e tricampeão mundial. Edival fez um primeiro round bem ativo, saiu perdendo por 4 a 0, mas conseguiu descontar para 4 a 2.
A segunda parcial foi totalmente do sul-coreano, que deu um show de combinações e manteve o brasileiro sempre na defensiva. Não à toa, Dae-hoon Lee abriu 15 a 3 ao final do segundo round. Edival mostrou sinais de cansaço, mas não fugiu da luta e partiu para cima. Sem se proteger, o brasileiro virou uma presa fácil no terceiro round e acabou perdendo por 29 a 8.
“E contra o Dae Hoon Lee, tenho que trabalhar um pouco mais. Ele é um atleta muito bom, primeiro do mundo disparadamente, ganha todos os campeonatos. Mas estamos trabalhando para supera-lo. O que eu levo de aprendizado é que tenho que melhorar mais, ganhar do Dae Hoon Lee. Gostei muito, fui bem mais confiante nessa competição. No primeiro Grand Prix que eu medalhei eu já fiquei com mais confiança e agora eu acho que a confiança vai subir ainda mais. E é isso, acho que estou no caminho certo”, disse Edival Marques após conquistar a medalha de bronze.