Com três medalhas de bronze e uma vaga na Olimpíada da Juventude, a Seleção Brasileira Juvenil de Taekwondo volta ao país com saldo positivo
Após 15 dias em Hammamet, na Tunísia, a Seleção Brasileira Juvenil de Taekwondo encerrou suas participações no Campeonato Mundial Junior e Seletiva Olímpica dos Jogos da Juventude – YOG com saldo positivo. A equipe retorna ao país com a conquista de três medalhas de bronze, uma vaga olímpica e uma nova geração com expressiva experiência internacional.
Entre os dias seis e sete de abril foi realizada a seletiva Olímpica dos Jogos da Juventude, que serão disputados em Buenos Aires, na Argentina, no mês de outubro. O Brasil contou com seis representantes e garantiu presença na categoria até 55 quilos feminino, com Sandy Macedo. O evento contou com mais de 400 taekwondistas, de 111 distintas nações.
Para esta conquista, a brasileira encarou na estreia, a medalhista mundial, da etapa de 2016, Gabriela Briskarova, da Eslováquia. Na sequência, Sandy levou a melhor contra Mell Mina, do equador, e Safia Salih do Marrocos. Na semifinal, contra a grega, Fani Tzeli, que mais tarde conquistou a primeira colocação, Sandy não conseguiu superar a adversária e perdeu o combate, por 5 a 7, garantindo a terceira colocação.
– Estou muito feliz! Achei que lutei bem e consegui seguir todas as estratégias que meu técnico passou. Estava com boas expectativas no torneio e fiquei feliz em ter garantido a vaga e mais ainda com a medalha que conquistei – comentou Sandy Macedo.
Na sequência, entre os dias nove e 13, o Brasil contou com força máxima, equipe completa, formada com 18 atletas entre 15 e 17 anos, e iniciou sua campanha no Campeonato Mundial Junior, também em Hammamet. Foram cinco dias intensos, de muito Taekwondo, com presença brasileira em todas as etapas. Com nível técnico elevado, o torneio reuniu de 941 atletas.
Na terceira etapa, pela categoria até 59 quilos, o paulista Gabriel Fabre Ramos, conquistou a medalha de bronze para o país. Para chegar ao pódio o brasileiro derrotou o português Nuno Vieira, o mexicano Norberto Santamaria, o tunisiano Mohamed Khelifi e o chadiano Casimir Djinodi. Na semifinal, mais um duro confronto, com o turco Arslan Demir, em que o adversário levou a melhor, por 19 a 12 pontos.
– É muita felicidade poder representar o Brasil e conquistar esta medalha, mesmo não sendo de ouro. A competição está muito bem organizada e com nível muito alto – comentou Gabriel Ramos.
Na última etapa, Patrick Cardoso garantiu mais um pódio com presença brasileira. Desta vez, na categoria acima de 78 quilos, em que o taekwondista do Brasil faturou a terceira colocação. Até chegar na medalha, o brasileiro venceu o libanês Ray Rahy, na estreia. Na sequência, teve êxito noss confronto contra o mexicano, Carlos Trujano, e o norte-americano, Vlado Duvnjak. Na semifinal, Patrick não passou por Meng-en Lee, da China.
Com estes resultados o Brasil chegou a soma de 26 medalhas em campeonatos mundiais e a 11ª em mundiais da categoria junior. Com isto, a geração 2018 se igualou a campanha feita em 2000, como o segundo melhor desempenho brasileiro, em número de medalhas, em mundiais da categoria junior.
-Nosso planejamento contava com uma medalha, o que vínhamos apresentando nos últimos anos, mas conseguimos duas, fato que não acontecia desde 2000. Há 18 anos não tínhamos mais de uma medalha em mundial Junior e isto, alem do nivel estar muito forte, faz com que o saldo seja positivo. A equipe se portou muito bem e a comissão técnica soube tirar o melhor de cada situação. Tivemos boas surpresas e excelentes resultados, com atleta experientes correspondendo às expectativas e com os de menor experiência ganhando bagagem internacional – analisou Natália Falavigna, chefe de equipe e diretora tecnica da CBTKD.
A melhor campanha brasileira em mundiais junior, em número de medalhas, foi em 1998, com quatro pódios. Na sequência vêm 2000 e 2018, com duas medalhas em cada edição. Veja abaixo o histórico brasileiro de medalhas em Campeonatos Mundiais.
– O resultado brasileiro foi muito bom, com duas medalhas, o que ha anos não acontecia e uma vaga para o YOG. O nível técnico esteve bem alto. Algumas equipes dominaram, como o Iran, no masculino, e Grã Bretanha no feminino. Saímos com a sensação de missão cumprida e com a certeza de um bom trabalho feito pela gestão, como, por exemplo, o treinamento de campo, que fez com que nos conhecemos um pouco mais esses atletas e pudessemos direcionalos melhor – Erickson.
Bruno Igreja integrante da comissão técnica do Brasil ressaltou a importância da evolução técnica da equipe e
destacou a vitoria brasileira contra fortes adversários.
– A seleção apresentou boas performances e com grandes avanços, em algumas categorias, vencendo países com forte tradição, como Inglaterra e México. Nas categorias que não obtivemos êxito, foram por detalhes e coisas que podemos ajustar. Mostramos nossa capacidade de subir ao pódio nas categorias mais leves, como 55, e nas mais pesadas, repetindo o último bom resultado brasileiro, em 2016. Acreditamos que nas competições futuras, com nossos ajustes, os resultados possam ser ainda melhores – analisou Bruno Igreja.
Para o treinador, Edgar Guimarães, as ações preparatórias realizadas em conjunto pela equipe do Brasil fizeram diferença no processo de evolução dos atletas, e isto dá esperança para a conquista de bons resultados em competições futuras.
– Esta competição foi bem positiva para o desenvolvimento dos atletas, assim como as ações preparatórias, como o treinamento de campo. Sou técnico do Patrick, que conquistou a medalha de bronze, e desde o treinamento até aqui ele teve uma evolução enorme. Na comissão técnica tivemos um trabalho interessante, em conjunto, com cada uma passando sua experiência para auxiliar o outro. Acredito que no Pan-Americano do ano que vem, com essa base mantida, o resultado vai ser ainda mais interessante – Edgar Guimarães.