Para a maioria dos atletas presentes nos Jogos Paralímpicos, a participação representa o ápice da carreira. Até porque se colocar entre a elite é uma tarefa difícil, assim como conquistar medalhas exige o melhor dos melhores do mundo. Alcançar tamanha façanha tão jovem, como o caso de Maria Eduarda Stumpf, liga um farol de alerta para o início de algo grandioso.
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Competindo na categoria até 52kg da classe K44, a gaúcha de apenas 19 anos de idade abriu a participação brasileira no taekwondo dos Jogos Paralímpicos de Paris-2024. Maria Eduarda se destacou ao longo do ciclo, principalmente no ano passado. Nesse período, conquistou o título dos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, além de medalhas em etapas do circuito mundial.
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Como resultados desses pódios, Maria Eduarda não só classificou, mas também surgiu como uma possibilidade de pódio em Paris-2024 ao entrar como cabeça de chave 3 do torneio e estrear nas quartas. Entretanto, o esporte também pode ser uma roleta russa e duas derrotas a fizeram sair do torneio sem medalha.
Maturidade na frustração
Após perder a semifinal da repescagem para a turca Meryem Cavdar, medalhista de prata em Tóquio-2020, Maria Eduarda Stumpf não escondeu sua frustração. Apesar de emocionada, entendeu o tamanho de seu feito e mostrou maturidade.
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“Só de ter classificado já é um passo muito grande na minha carreira com apenas 19 anos. A gente sempre busca um resultado bom, né? Mas aqui os Jogos Paralímpicos é onde os melhores estão e, por estar aqui já, tem um grande significado para mim”, disse.
“Estar nos Jogos, estar representando o meu país, poder levar a bandeira do Brasil mais uma vez para um campeonato grande, e buscar mais experiência. Poder estar evoluindo sempre, que é muito importante, e que sempre tenha um amanhã. Esse campeonato, para mim, hoje se encerra, mas outros virão”, destacou.
Ambicionando ser inspiração
As ambições de Maria Eduarda vão muito além de medalhas nos Jogos Paralímpicos. A jovem que ser fonte de inspiração para as pessoas a aderirem ao paradesporto. Durante o trabalho de parto, ela sofreu uma lesão no conjunto de nervos que faz comunicação entre braços e cérebro. As sequelas causaram limitações em seus movimentos.
Tais limitações não foram um empecilho para que praticasse uma série de atividades físicas. Ela fez natação, balé, dança e teatro, mas se descobriu no taekwondo em 2016. Com menos de nove anos como atleta da modalidade, se classificou para os Jogos Paralímpicos.
”Poder estar num evento tão grande e estar sendo acolhida por todo mundo, pela equipe do Brasil, de todo o pessoal que tá torcendo pela gente. Cada vez mais está conquistando o nosso espaço na sociedade, nas mídias, ter mais visualização, mais visibilidade para o parado de paradesporto, que é muito importante, poder inspirar outras pessoas. É isso que significa o esporte”, ressaltou Maria Eduarda.