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Netinho dedica bronze a pai e já planeja ouro em Los Angeles

Enquanto beijava a medalha de bronze de Paris-2024, Netinho só pensava no pai, que faleceu em dezembro de 2020: “Era o nosso sonho”

Edival Pontes, o Netinho, beija a medalha de bronze do taekwondo nos Jogos Olímpicos de Paris-2024
Wander Roberto

O momento em que colocou a medalha olímpica  de bronze do taekwondo no peito, Edival Pontes, o Netinho, só pensava em uma pessoa: o pai Loidmar Pontes, falecido em novembro de 2000. “Eu beijava a medalha ali e só imaginava ele. A partir do momento eu entro em quadra, sempre vem ele na cabeça porque sempre foi um sonho nosso. E, graças a Deus, ele deve estar muito feliz lá em cima. Essa medalha é pra ele com certeza”, disse Netinho logo após descer do pódio. 

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Loidmar Pontes foi o grande incentivador da carreira de Netinho e a morte dele foi muito marcante para o filho. “Eu acho que a partir do momento em que meu pai faleceu, eu perdi um pilar muito grande que me sustentava ali nas horas que eu não tinha pra quem recorrer”, lembra o lutador. 

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Ausência do pai

Edival Pontes sobe no pódio e conquista a medalha de bronze no taekwondo nos Jogos Olímpicos de Paris-2024
Wander Roberto/COB

A ausência do pai certamente atrapalhou na preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, que aconteceram apenas oito meses depois da partida dele. Mas foi ainda mais sentida quando Netinho foi eliminado na primeira rodada e voltou para casa sem medalha. 

Como perdeu a pessoa de confiança com quem dividia tudo, passou a guardar tudo dentro dele. Chegou uma hora que ele quase explodiu. “Eu sempre fui um cara muito divertido, gosto de fazer todo mundo rir. Então, quando eu estava triste, mal em casa, eu chegava no treino e ficava tentando fazer o pessoal rir. Nunca contava para ninguém que eu sentia tristeza. Aí, quando eu chegava em casa com uma pessoa muito próxima, eu desabafava e vinha tudo de uma vez”.

Trabalho com coach

Edival Pontes, o Netinho, na disputa do bronze dos Jogos Olímpicos de Paris-2024
Wander Roberto/COB

Em determinado momento, Netinho chegou até a perder seu lugar na seleção brasileira. Só conseguiu colocar a cabeça no lugar com ajuda profissional. O Comitê Olímpico do Brasil disponibilizou para ele o coach esportivo Kléber Maffei.

“Eu sempre muito cabeça dura com essa questão de coach, essas coisas. Achava que isso não funcionava. Mas, dessa vez eu trabalhei e acho que foi um diferencial na minha cabeça. Eu tentei com um psicólogo e tal, e não tinha gostado. Agora, o Kleber foi um cara que chegou como se fosse um amigo meu. Foi uma coisa muito natural, conseguimos trabalhar bem e cheguei aqui tranquilo, bem mais experiente”, explica.

Sonho de ouro

Edival Pontes, o Netinho, na categoria até 68 kg do taekwondo nos Jogos Olímpicos de Paris-2024
Wander Roberto/COB

Para quem chegou a pensar inclusive em parar com o esporte, Netinho mudou bastante o pensamento. Depois de colocar o bronze no peito, ele gostou tanto da sensação que já está pensando em subir dois degraus em Los Angeles. “Então, acho que a ficha tá caindo e a medalha que faltava tá aqui. Acho que agora a gente faz um ciclo mais tranquilo pra buscar o ouro. Eu acho que o bronze ficou com gostinho de que a gente pode pegar o ouro, quem sabe, futuramente”, sonha. 

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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