Os resultados obtidos nos Jogos Pan-Americanos de Lima no ano passado comprovam que o taekwondo brasileiro vive hoje um momento excepcional. Com o recorde de sete medalhas conquistadas no Peru, os atletas brasileiros da modalidade lutam agora para repetir o sucesso da capital peruana na Olimpíada de Tóquio no ano que vem.
Uma das três atletas já garantidas no evento japonês, Milena Titoneli é uma das esperanças brasileiras de pódio para o Brasil para 2021. Ouro no Pan de Lima na categoria até 67 kg, a lutadora de apenas 21 anos revela que a meta pela medalha olímpica está presente no seu dia a dia.
“Com certeza (acha possível a medalha), trabalho diariamente pra isso. Se não acreditasse nessa possibilidade acho que não deveria nem ir pra Tóquio. A chance de conquistar essa medalha é o que me move, o que me faz acordar e ir treinar todos esses dias”, declarou a atleta em sua participação na transmissão feita pela CBTKd (Confederação Brasileira de Taekwondo).
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Além de Milena Titoneli, o país já tem Edival Pontes, o Netinho, e Ícaro Miguel garantidos nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Os três tentarão aumentar o histórico de duas medalhas – dois bronzes, com Natália Falavigna, em Pequim 2008, e Maicon Andrade, no Rio 2016 – conquistas desde o ingresso do taekwondo nos Jogos Olímpicos, em Sydney 2000.
“Vivemos um momento especial do taekwondo no Brasil. Vejo a nossa comissão técnica como um diferencial para isso, além é claro da vontade dos nossos atletas em melhorar sempre. Espero que essa fase boa permaneça por bastante tempo e que eu consiga fazer parte dela”, avaliou a atleta.
Estratégia bem-sucedida
Um exemplo de como esse trabalho da comissão técnica tem sido bem feito e tem ajudado e muito os atletas foi na preparação para a competição que rendeu a classificação de Milena Titoneli para os Jogos Olímpicos de Tóquio.
“No Pré-Olímpico eu já tinha uma estratégia montada para as adversárias e treinava focada nas lutas contra elas. Quando eu cheguei lá tive uma enorme confiança, porque tudo ia saindo da maneira como imaginávamos e isso ajudou muito”, relembrou a campeã mundial dos Jogos Militares.
Após garantir a sua classificação através do qualificatório de Cuba, realizado em março, Milena Titoneli acabou encontrando diversas dificuldades em retomar a sua rotina de treinamentos por conta da pandemia do coronavírus. A saída encontrada pela atleta e sua equipe foi se isolar em uma chácara para que os treinos pudessem acontecer.
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“Nós sabíamos que teríamos que pensar em algo diferente para seguir treinando. No começo a gente precisou fazer uma quarentena por conta da viagem do qualificatório. Mas ai a gente pensou nessa possibilidade da chácara e acho que foi uma saída inteligente para que a gente não ficasse tanto tempo sem os treinos”, explicou.
Segundo a atleta, as atividades realizadas nesse período têm sido focadas em aprimorar técnicas visando os Jogos Olímpicos de Tóquio, que foram adiados para 2021. Essa mudança de data, aliás, pode ter representado algo positivo para Milena Titoneli.
“No começo não sabia dizer se era uma coisa boa ou ruim. Agora eu já consigo ver um lado positivo. Vou ter muito mais tempo para trabalhar e chegar ainda melhor para os Jogos. Espero fazer esse tempo valer para chegar ainda melhor para a disputa em Tóquio”, completou.