Aos 32 anos, Willian Cardoso desbanca líderes e vence a etapa de Uluwatu. É a quarta vitória brasileira no ano em 5 competições. Tati Weston-Webb fica com o vice.
A etapa de Uluwatu, que era uma continuação de Margaret River, foi finalizada no início da manhã deste sábado (9). E, para a surpresa de muitos, o campeão foi brasileiro, mas não Gabriel Medina, Filipe Toledo ou Ítalo Ferreira, e sim o catarinense Willian Cardoso, que faz sua primeira temporada na elite aos 32 anos. Na final, ele superou o líder do ranking Julian Wilson para ficar com a taça e se tornar o quarto brasileiro no top-5 da classificação do mundial de surfe. No feminino, a brasileira Tatiana Weston-Webb sofreu a virada na última onda e ficou com o vice, mas colou nas líderes gerais.
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Willian Cardoso surpreende a todos e vive dia dos sonhos
Ao chegar às semifinais em Uluwatu, Willian já havia conseguido o melhor resultado de sua carreira. Estreante no tour aos 32 anos de idade, no entanto, ele queria mais. E assim foi. Venceu Filipinho nas quartas e o favorito Mikey Wright em uma bateria muito tensa na semi para encarar Julian Wilson na final. Era o líder do ranking à sua frente, mas para quem quase desistiu do surfe profissional em 2017 aquilo não era um obstáculo considerável. Usando a mesma tática que usou em todas as suas baterias no evento, de esperar a melhor onda com a prioridade e soltar manobras muito fortes nas da série, ele venceu com sobras seu adversário.
Congratulations @williancardoso, winner of the 2018 #UluwatuCT! 🏆 pic.twitter.com/64E3gGhf24
— World Surf League (@wsl) 9 de junho de 2018
Com a conquista, Willian subiu para a quinta posição do ranking mundial e agora lidera a corrida pelo prêmio de “rookie of the year”, ou “estreante do ano”. Detalhe é que ele se junta a Medina, Filipinho, Ítalo e Julian Wilson no top-5 do mundo.
Tatiana chega na final e perde no último minuto em decisão duvidosa
Por muito pouco a gaúcha Tatiana Weston-Webb não faturou o título da etapa de Uluwatu, na Indonésia, e completou uma dobradinha brasileira. Com atuações consistentes desde as quartas de final, quando eliminou a sempre perigosa Carissa Moore, passando pela semi, onde superou a líder do ranking Stephanie Gilmore, da Austrália, até a própria final, onde foi melhor do que sua adversária, Johanne Defay, Tati mereceu o título.
Nas transmissões da língua portuguesa, tanto na TV, quanto na internet, foi unanimidade entre os comentaristas que Johanne Defay não deveria ter virado a bateria no final. A francesa chegou nos últimos 40 segundos precisando de 6.18, pegou uma onda razoável, porém quase caiu em três manobras. Sua sorte foi que finalizou com força na junção e chamou a atenção dos juízes, que lhe deram 6.63, por isso. Tati acabou ficando com um 7.00, a melhor nota da bateria. Mais uma decisão muito contestada do júri da World Surf League.
Congratulations @johannedefay, winner of the 2018 #UluwatuCT! 🏆 pic.twitter.com/2MJg1Q1tiI
— World Surf League (@wsl) 9 de junho de 2018
Gabriel Medina e Filipe Toledo têm roteiros parecidos
Dois dos brasileiros que mais geravam expectativa para conquistar o título em Uluwatu foram eliminados com roteiros parecidos e um na sequência do outro. Primeiro foi Gabriel Medina. Após avançar com sobras no round 4, ele pegou o australiano wildcard Mikey Wright nas quartas de final. Medina usou a estratégia de tentar pegar boas ondas no começo para colocar pressão no adversário, mas pecou nas manobras e viu seu adversário se sobressair na parte tática. Mesmo pegando sua primeira onda a 15 minutos do fim, Mikey foi cirúrgico, surfou o suficiente para vencer e viu Gabriel se perder aos poucos. Veja a melhor onda de Mikey na bateria:
#MikeyWright defeats @gabriel1medina in the third Quarterfinal at the #UluwatuCT → https://t.co/fn2UtlqhsA pic.twitter.com/ZOKp5LwLjh
— World Surf League (@wsl) 9 de junho de 2018
Já Filipinho passou por algo semelhante, mas com o compatriota Willian Cardoso. Toledo tentou pegar ondas em um pico mais à direita, mas viu seu oponente o bloquear com a prioridade, em duas ocasiões em que boas notas viriam. Sendo assim, ficou extremamente difícil para o ubatubense, que arriscou vários aéreos no fim, mas sem sucesso. A estratégia de Willian de segurar a prioridade durante quase toda a bateria atrapalhou a vida de Filipinho, que, mais uma vez, perdeu devido a erros táticos. Veja a melhor onda de Willian na bateria:
.@williancardoso defeats @toledo_filipe in the fourth Quarterfinal at the #UluwatuCT → https://t.co/fn2UtlqhsA pic.twitter.com/mECWFNHgCF
— World Surf League (@wsl) 9 de junho de 2018
Novos líderes do ranking
Após as campanhas na etapa de Uluwatu, o CT terá dois novos líderes. No masculino, o australiano Julian Wilson ultrapassou Ítalo Ferreira, que caiu de forma precoce ficando em 13º, e Filipe Toledo, que foi eliminado nas quartas. Assim, ele vestirá a lycra amarela na etapa de Jeffreys Bay.
No feminino, a semifinalista Stephanie Gilmore recuperou o bom surfe mostrado em Bells Beach e no Rio Pro (dois lugares onde foi campeã) e reassumiu a liderança do ranking, mesmo perdendo para a brasileira Tatiana Weston-Webb na semifinal. Isso aconteceu pois a norte-americana Lakey Peterson perdeu ainda antes, nas quartas de final.
Próxima etapa
A próxima etapa do mundial de surfe de 2018 será somente entre os dias 2 e 13 de julho. O palco da sexta etapa da temporada é Jeffreys Bay, na África do Sul.
TODAS AS BATERIAS DE ULUWATU
Final do masculino
Julian Wilson (AUS) 14.43 x 15.57 Willian Cardoso (BRA)
Semifinal do masculino
Bateria 1: Kolohe Andino (EUA) 14.53 x 15.83 Julian Wilson (AUS)
Bateria 2: Mikey Wright (AUS) 13.16 x 13.77 Willian Cardoso (BRA)
Quartas de final do masculino
Bateria 1: Kolohe Andino (EUA) 14.33 x 11.33 Conner Coffin (EUA)
Bateria 2: Julian Wilson (AUS) 16.20 x 15.50 Jordy Smith (AFS)
Bateria 3: Gabriel Medina (BRA) 10.90 x 11.13 Mikey Wright (AUS)
Bateria 4: Willian Cardoso (BRA) 14.24 x 11.67 Filipe Toledo (BRA)
Round 4 masculino
Bateria 1: Owen Wright (AUS) 8.47 x Kolohe Andino (EUA) 9.34 x Jordy Smith (AFS) 9.10
Bateria 2: Michael Rodrigues (BRA) 11.50 x Conner Coffin (EUA) 13.04 x Julian Wilson (AUS) 14.13
Bateria 3: Gabriel Medina (BRA) 17.07 x Connor O’Leary (AUS) 14.63 x Willian Cardoso (BRA) 14.66
Bateria 4: Filipe Toledo (BRA) 10.50 x Joan Duru (FRA) 7.44 x Mikey Wright (AUS) 8.83
Round 3 do masculino
Bateria 1: Owen Wright (AUS) 13.43 x 10.43 Keanu Asing (HAV)
Bateria 2: Kolohe Andino (EUA) 14.47 x 14.33 Jessé Mendes (BRA)
Bateria 3: Jordy Smith (AFS) 15.33 x 7.26 Michael February (AFS)
Bateria 4: Ítalo Ferreira (BRA) 12.93 x14.77 Michael Rodrigues (BRA)
Bateria 5: Sebastian Zietz (HAV) 9.16 x 14.77 Conner Coffin (EUA)
Bateria 6: Julian Wilson (AUS) 8.34 x 7.27 Kael Walsh (AUS)
Bateria 7: Gabriel Medina (BRA) 10.50 x 4.20 Jack Robinson (AUS)
Bateria 8: Michel Bourez (PYF) 9.04 x 11.06 Connor O’Leary (AUS)
Bateria 9: Adriano de Souza (BRA) 12.37 x 13.00 Willian Cardoso (BRA)
Bateria 10: Filipe Toledo (BRA) 12.54 x 11.83 Yago Dora (BRA)
Bateria 11: Joel Parkinson (AUS) 11.70 x 12.67 Joan Duru (FRA)
Bateria 12: John John Florence (HAV) – machucado x Mikey Wright (AUS)
Final do feminino
Tatiana Weston-Webb (BRA) 12.67 x 13.13 Johanne Defay (FRA)
Semifinal do feminino
Bateria 1: Tatiana Weston-Webb (BRA) 14.50 x 2.50 Stephanie Gilmore (AUS)
Bateria 2: Johanne Defay (FRA) 13.77 x 13.73 Tyler Wright (AUS)
Quartas de final do feminino
Bateria 1: Carissa Moore (HAV) 12.66 x 13.10 Tatiana Weston-Webb (BRA)
Bateria 2: Stephanie Gilmore (AUS) 11.83 x 7.64 Bronte Macaulay (AUS)
Bateria 3: Nikki Van Dijk (AUS) 6.97 x 13.00 Johanne Defay (FRA)
Bateria 4: Tyler Wright (AUS) 10.50 x 9.84 Lakey Peterson (EUA)