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Etapa do Chile estreia com surfistas de 17 países

Nicolas Diaz

Um total de 140 surfistas foi prestigiar a volta de Iquique ao Circuito Mundial após 25 anos e os chilenos são maioria entre os inscritos nas etapas do QS 1500 masculina e feminina no Chile

O Chile vai sediar duas etapas seguidas do WSL Qualifying Series e a primeira delas começou na segunda-feira, com 140 surfistas de 17 países prestigiando a volta de Iquique ao Circuito Mundial, após 25 anos. O Heroes de Mayo Iquique Pro abriu a etapa do QS 1500 masculina no primeiro dia e o único participante do Havaí, Torrey Meister, já tirou a primeira nota 10 numa onda iniciada com um tubo e finalizada com um aéreo nas direitas de El Colegio. Ele fez os recordes do dia, com um imbatível placar de 17,25 pontos de 20 possíveis. As eliminatórias prosseguem nesta terça-feira, com a primeira chamada do dia as 7h00 no Chile.

Os chilenos são maioria entre os inscritos nas duas categorias, 37 entre os 108 homens e 13 entre as 32 participantes do feminino, totalizando um incrível número de 50 surfistas. Os brasileiros sempre comparecem em maior número nas etapas do WSL Qualifying Series na América do Sul, mas em Iquique tem 24 inscritos. No QS 1500 masculino, a lista dos dezesseis países começa pelo Chile com 37 surfistas, seguido pelo Brasil com vinte, Estados Unidos com doze, Austrália com dez, Peru com oito, Argentina com seis, Portugal e Equador com três cada, México com dois e com um o Havaí, Japão, Uruguai, Colômbia, Porto Rico, Alemanha e Irlanda.

No QS 1500 feminino, são treze chilenas entre as 32 surfistas de oito países, que foram divididas em oito baterias na primeira fase. O Peru vem em segundo com seis concorrentes ao título do Heroes de Mayo Iquique Pro, entre elas a tricampeã sul-americana da WSL South America, Anali Gomez. Depois, tem o Brasil com quatro competidoras, Estados Unidos e Argentina com três cada e com uma o México, Costa Rica e Equador, da atual líder do ranking sul-americano com vitórias nas duas primeiras etapas de 2018, Dominic Barona. As meninas não competiram no primeiro dia, com a segunda-feira ficando para iniciar o masculino.

As ondas de El Colegio recebem grande influência da maré, então foi preciso fazer um intervalo no meio do dia para aproveitar a melhor condição para competir. Pela manhã, foram realizadas as oito baterias da primeira fase e duas das dezesseis da segunda rodada, que teve mais oito disputadas após o intervalo. Muitos participantes nunca tinham surfado em Iquique e as condições estavam mais difíceis no início do dia, com o campeonato começando com pontuações baixas pela dificuldade em encontrar duas ondas boas para somar no resultado.

MELHOR DO DIA – Mas, na sétima bateria do dia, El Colegio mostrou todo o potencial das suas direitas, justamente quando estreava o único representante do Havaí no QS 1500 de Iquique. Torrey Meister pegou uma onda muito boa para surfar o melhor tubo da segunda-feira e ainda fazer uma série de batidas e rasgadas até finalizar com um aéreo. Ele tinha acabado de surfar uma onda que valeu 7,25 e nessa ganhou a primeira nota 10 do Heroes de Mayo Iquique Pro para totalizar 17,25 pontos, saindo do mar como recordista absoluto do campeonato.

“Eu me senti muito bem aqui e essa onda é incrível”, disse Torrey Meister. “É a minha primeira vez no Chile e fiquei sabendo que as ondas são boas aqui, então pensei: OK, vou competir nesse evento porque no QS é osso. Geralmente, não temos ondas assim tão boas no circuito, então me senti como uma criança lá fora, parecia que tinha 12 anos de idade. Estava tão divertido, que eu queria pegar todas as ondas que entravam”.

O havaiano também falou sobre a reação da torcida na praia depois da onda que ele surfou e valeu a primeira nota 10 do ano nas três etapas do WSL Qualifying Series na América do Sul. “Eu nem ouvi nada. Na verdade, eu tava passando mal de calor porque tava usando uma roupa muito grossa. Aquela onda entrou e eu sabia que seria boa. Rolou um “double-up”, abriu legal e depois apareceu uma rampa no final pra dar um aéreo. E é bem assim que quero surfar essa onda, pegar um tubo e mandar um aéreo no final. Fico feliz em conseguir isso naquela onda”.

Quem chegou mais perto dos recordes de Torrey Meister foi o uruguaio Marco Giorgi, duas baterias depois, abrindo a segunda fase do QS 1500 de Iquique. Ele também achou bons tubos para surfar nas direitas de El Colegio e atingir 16,60 pontos, com notas 9,10 e 7,50. O uruguaio tinha vencido a primeira bateria do campeonato, mas em condições bem diferentes das encontradas em sua segunda participação. O alemão Arne Bergwinkl também pegou uma onda boa nota 7,50 para passar em segundo lugar para a rodada de estreia dos principais cabeças de chave, com ambos eliminado o brasileiro Fernando Junior e o chileno Jacob Araya.

“Estou muito feliz, mas as condições mudaram bastante. De manhã estava muito difícil e agora El Colegio mostrou sua cara. Realmente, a onda é incrível para tubo e manobras”, disse Marco Giorgi. “Estou feliz em estar surfando tubos, porque dificilmente temos tubos em campeonatos do QS, então é incrível poder competir surfando tubos nas baterias. No meu país, não temos ondas assim tão boas e realmente o Pacífico é uma máquina de ondas. Sempre quando venho ao Chile, tem ondas boas para surfar, bem diferente do Uruguai”.

MAIORIA CHILENA – Os 108 participantes do Heroes de Mayo Iquique Pro foram divididos em três fases. Os mais bem colocados no ranking mundial, fazem parte da lista dos 32 principais cabeças de chave que só estreiam na terceira rodada da competição. Na segunda, entram os 48 inscritos abaixo deles na classificação geral da World Surf League. E os outros 28 foram divididos nas oito baterias da primeira fase. Por não terem boas pontuações no ranking, a maioria dos chilenos entrou nestas rodadas iniciais.

Na primeira fase, foram dezesseis e apenas seis se classificaram, com três vitórias e três passando em segundo lugar. Os que saíram do mar em primeiro lugar foram Ignacio Villegas na terceira bateria do dia, Kris Kabezas que bateu a jovem promessa australiana, Jack Robinson, na quinta e Ale Diaz na oitava e última. E nas baterias da segunda fase que fecharam a segunda-feira, mais quinze chilenos competiram e somente quatro avançaram para enfrentar os cabeças de chave na terceira fase. Com isso, o primeiro dia terminou com 21 dos 37 participantes do Chile sendo eliminados.

Para compensar tantas derrotas, Diego Medina e Matias Veloz Rojas fizeram uma dobradinha chilena na oitava bateria da segunda fase. Os dois despacharam o brasileiro Pedro Dib e o norte-americano Dylan Christensen. Os outros que já haviam se classificado para a terceira fase eram Andro Goravica, que venceu a última bateria disputada pela manhã antes da paralisação, e Jorge Soto, que passou em segundo lugar no quinto confronto da tarde da segunda-feira nas boas ondas de El Colegio.

“Estou feliz por passar minha bateria em primeiro lugar, as ondas estão muito boas e fico contente e muito motivado por seguir para amanhã (terça-feira)”, disse Diego Medina. “É uma coisa incrível ter esse evento aqui em Iquique e na próxima semana em Arica (QS 3000 também no Chile), porque é uma grande oportunidade para nós chilenos de somar pontos no ranking mundial, então só tenho que felicitar a toda gente que se motivou para fazer esse evento”.

Mais seis chilenos ainda vão competir em cinco das seis baterias que restaram para fechar a segunda fase na segunda-feira. Outros seis estão entre os cabeças de chave da terceira fase, então o Chile ainda tem dezesseis surfistas para tentar o título em Iquique, somando os quatro que se classificaram para a terceira fase no primeiro dia. Além dos 32 cabeças de chave, só restam dezoito surfistas para estrear nos seis confrontos que faltaram da segunda fase.

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