Pela terceira rodada da etapa de Saquarema do Circuito Mundial de Surfe, Gabriel Medina se garante na próxima fase, mas Ítalo Ferreira, atual líder da WSL, perde e está eliminado.
O potiguar Italo Ferreira não conseguiu vencer o duelo brasileiro da terceira fase do Oi Rio Pro com o catarinense Yago Dora e já perdeu a lycra amarela do Jeep Leaderboard em Saquarema. Agora, o campeão mundial Gabriel Medina e Filipe Toledo são os principais concorrentes para tirar a liderança do ranking do australiano Julian Wilson nesta quarta etapa do World Surf League Championship Tour. Além dos dois paulistas e de Yago Dora, o cearense Michael Rodrigues e o pernambucano Ian Gouveia também venceram suas baterias nas direitas da Barrinha na terça-feira e vão disputar vagas para as quartas de final do Oi Rio Pro. Na quarta-feira, a competição deve retornar ao seu palco principal e a primeira chamada do dia será as 6h45 na Praia de Itaúna, não mais na Barrinha.
“Eu acho que esse desafio de competir com algo do nível do Italo (Ferreira), me deixa mais motivado para entrar na bateria e acho que é para isso que estou aqui, você tem que estar pronto para enfrentar esses caras que estão no topo”, disse Yago Dora, que só tinha passado uma bateria nas três etapas da “perna australiana” e precisa de bons resultados para subir no ranking. Ele acertou um aéreo na finalização de uma onda que pegou nos últimos minutos, para virar o placar para 10,56 a 9,70 pontos do potiguar Italo Ferreira.
“Eu me preparei muito mentalmente para essa bateria de hoje (terça-feira)”, contou Yago Dora. “Eu tenho acompanhado o Italo (Ferreira) desde Snapper Rocks (local da primeira etapa na Austrália) e acho que ele é o cara que está surfando melhor esse ano, então eu sabia que ia ser uma bateria muito difícil. Eu sabia que tinha surfe pra avançar, mas estava trabalhando minha mente pra ficar bem confiante. Eu acho que esse grupo de brasileiros, um puxa o nível do outro. A gente tem uma relação muito próxima e muita gente reclama que a gente só anda em grupo, fala alto, mas é isso que está fazendo a gente ser o que a gente é hoje”.
Dos cinco brasileiros classificados, dois já estão garantidos nas quartas de final, pois a bateria que vai abrir a quarta fase ficou 100% verde-amarela, entre Filipe Toledo, Ian Gouveia e Michael Rodrigues. Os dois primeiros colocados avançam e o terceiro termina em nono lugar no Oi Rio Pro, marcando 3.700 pontos no ranking. Ian Gouveia foi o primeiro a se classificar. Ele surfou o melhor tubo nos dois dias de competição nas direitas da Barrinha e na saída atacou forte uma junção cavernosa para arrancar a maior nota do campeonato – 9,93. Três dos cinco juízes chegaram a dar nota 10 para ele e essa onda liquidou o sul-africano Jordy Smith, que era até o favorito para vencer essa primeira bateria da terceira fase.
“Realmente, estou tendo que atacar qualquer junção que vier, depois de três 25.as colocações na Austrália. Estou precisando passar baterias, precisando fazer pontos, então estou amarradão por ter avançado mais uma”, disse Ian Gouveia, que apesar de preferir surfar esquerdas, ganhou sua maior nota no ano nas direitas. “Hoje (terça-feira) realmente está a Barrinha que queríamos ver, mas eu continuo querendo surfar esquerdas. Fiz um treino em Itaúna e peguei altas ondas antes de vir aqui pra Barrinha, mas o vento começou a bater terral, então os tubos apareceram e realmente está sendo um show de tubos aqui hoje”.
Na bateria seguinte, mais um cabeça de chave foi eliminado por um brasileiro. O cearense Michael Rodrigues levou um sufoco tomando várias séries na cabeça, mas manteve a calma e achou boas ondas para mostrar toda a versatilidade do seu surfe. A bateria começou forte, com Michael recebendo nota 7,27 em sua primeira onda e o português Frederico Morais respondendo com 8,17 em um belo tubo. Só que depois ele não conseguiu surfar nenhuma outra onda boa e o brasileiro ainda somou um 6,43 de um aéreo para vencer por 13,70 a 11,07 pontos.
“Foi uma manhã difícil pra mim, fui esmagado por algumas ondas, mas agora me sinto bem melhor e pronto para as próximas”, disse Michael Rodrigues. “Hoje (terça-feira) aqui está muito parecido com Floripa (Florianópolis-SC, onde ele mora), com esse tipo de vento e tipo de onda. Essa minha prancha nem é muito boa para dar aéreo, mas trabalhou bem, está boa para tubo, manobras e aéreo, então estou feliz por ter escolhido ela e ter dado tudo certo”.
A terceira fase prosseguiu com a torcida que encheu a praia da Barrinha na terça-feira vibrando com outra vitória brasileira. Foi uma bateria fraca de ondas, mas o paulista Filipe Toledo conseguiu derrotar o havaiano Keanu Asing por uma pequena diferença de 6,90 a 6,37 pontos. Com a classificação para a quarta fase, Filipe já assumiu o quarto lugar no ranking, logo abaixo de Gabriel Medina, que pulou para terceiro quando também passou sua bateria.
“A bateria não foi do jeito que eu esperava, mas Deus sabe de todas as coisas e Ele quis assim, que eu passasse a bateria mesmo com notas baixas”, disse Filipe Toledo. “Quero vir com tudo no próximo rounde, focar mais para fazer um trabalho melhor, uma estratégia melhor, então só tenho que agradecer a Deus pela oportunidade de continuar no campeonato. Quero agradecer também a todos que estão me apoiando, ao meu pai, minha família, minha esposa e meus filhos que estão aqui. Agora é focar no rounde 4”.
Depois de três vitórias seguidas, caíram os primeiros brasileiros na terceira fase. Na quarta bateria, Willian Cardoso não achou ondas para surfar contra o norte-americano Kolohe Andino. E em outra disputa fraca de ondas, o também catarinense Alejo Muniz foi batido pelo número 1 do Jeep Leaderboard, Julian Wilson, por 9,34 a 8,94 pontos.
“É muito bom surfar em casa, com a torcida dando todo esse suporte, minha família, meus amigos e estou feliz por ter passado essa bateria”, disse Gabriel Medina. “Eu sabia que ia ser uma bateria difícil e estou feliz com a vitória. Eu tive uma bateria com o Mikey (Wright) na Gold Coast, agora aqui de novo e estou feliz de ter ganho essa, porque é sempre bom ganhar baterias. Provavelmente a gente vai ver ele no circuito ano que vem, então é bom já ir se acostumando e sabendo mais sobre seus oponentes”.
Medina vai enfrentar dois havaianos na terceira classificatória para as quartas de final, Sebastian Zietz e Ezekiel Lau. Depois dele, só mais um brasileiro venceu, Yago Dora batendo o lycra amarela Italo Ferreira. Os outros dois foram eliminados por surfistas do Havaí. O catarinense Tomas Hermes perdeu para Sebastian Zietz e o bicampeão mundial John John Florence fez um novo recorde de pontos para o Oi Rio Pro, 17,97 pontos de 20 possíveis com a nota 9,80 da sua melhor onda surfada contra o paulista Miguel Pupo na bateria que fechou a terça-feira na Barrinha.
O Oi Rio Pro está sendo transmitido ao vivo de Saquarema pelo www.worldsurfleague.com para o mundo todo também pelo Facebook Live e pelo aplicativo da World Surf League. A primeira chamada da quarta-feira será as 6h45 na Praia de Itaúna e não mais na Barrinha.
O World Surf League Championship Tour tem patrocínio global da Corona, Jeep, Airbnb e Hurley e a Oi como patrocinador “naming rights” da etapa brasileira, que é realizada com o importante apoio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, viabilizado pela Secretaria Estadual de Esporte, Lazer e Juventude (SEELJE), e da Prefeitura Municipal de Saquarema. O Oi Rio Pro 2018 também conta com apoio institucional da Confederação Brasileira de Surf (CBSurf), Federação de Surf do Estado do Rio de Janeiro (FESERJ) e Associação de Surf de Saquarema (ASS).
A OI E O ESPORTE – A companhia patrocina grandes eventos esportivos, equipes e atletas de diferentes modalidades como surfe, skate e eventos de cultura urbana. Além de patrocinar pelo quarto ano consecutivo o Oi Rio Pro, a Oi patrocina os surfistas brasileiros de destaque na WSL: Gabriel Medina, Ítalo Ferreira, Filipe Toledo, Silvana Lima e Adriano de Souza, o Mineirinho, além do surfista Davizinho, de 12 anos, atual vice-campeão mundial de surfe adaptado. Recentemente, como parte do legado do patrocínio aos Jogos Cariocas de Verão de 2016 e 2017, a Oi construiu pistas de skate em Manguinhos e São João da Barra e reformou o park de Campo Grande – aproveitando assim o grande potencial do esporte urbano para aproximar culturas e realidades, promovendo encontros e transformando espaços públicos.
SOBRE A WORLD SURF LEAGUE – A World Surf League (WSL) tem como objetivo celebrar o melhor surfe do mundo nas melhores ondas do mundo, através das melhores plataformas de audiência. A Liga Mundial de Surf, com sede em Santa Mônica, na Califórnia, atua em todo o globo terrestre, com escritórios regionais na Austrália, África, América do Norte, América do Sul, Havaí, Europa e Japão.
A WSL vem realizando os melhores campeonatos do mundo desde 1976, realizando mais de 180 eventos globais que definem os campeões mundiais masculino e feminino no Championship Tour, além do Big Wave Tour, Qualifying Series e das categorias Junior e Longboard, bem como o WSL Big Wave Awards. A Liga tem especial atenção para a rica herança do esporte, promovendo a progressão, inovação e desempenho nos mais altos níveis, para coroar os campeões de todas as divisões do Circuito Mundial.
Os principais campeonatos de surf do mundo são transmitidos ao vivo pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo grátis WSL app. A WSL tem uma enorme legião de fãs apaixonados pelo surf em todo o mundo, que acompanham ao vivo as apresentações de grandes estrelas, como Tyler Wright, John John Florence, Paige Alms, Kai Lenny, Taylor Jensesn, Honolua Blomfield, Mick Fanning, Stephanie Gilmore, Kelly Slater, Carissa Moore, Gabriel Medina, Courtney Conlogue, entre outros, competindo no campo de jogo mais imprevisível e dinâmico entre todos os esportes no mundo.
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QUARTA FASE – 1.o e 2.o=Quartas de Final / 3.o=9.o lugar com 3.700 pontos e US$ 14.700:
1.a: Filipe Toledo (BRA), Michael Rodrigues (BRA), Ian Gouveia (BRA)
2.a: Julian Wilson (AUS), Kolohe Andino (EUA), Kanoa Igarashi (JPN)
3.a: Gabriel Medina (BRA), Sebastian Zietz (HAV), Ezekiel Lau (HAV)
4.a: John John Florence (HAV), Wade Carmichael (AUS), Yago Dora (BRA)
TERCEIRA FASE – Derrota=13.o lugar com 1.665 pontos e US$ 11.500:
1.a: Ian Gouveia (BRA) 14.26 x 10.90 Jordy Smith (AFR)
2.a: Michael Rodrigues (BRA) 13.70 x 11.07 Frederico Morais (PRT)
3.a: Filipe Toledo (BRA) 6.90 x 6.37 Keanu Asing (HAV)
4.a: Kolohe Andino (EUA) 12.40 x 2.57 Willian Cardoso (BRA)
5.a: Kanoa Igarashi (JPN) 12.84 x 11.40 Griffin Colapinto (EUA)
6.a: Julian Wilson (AUS) 9.34 x 8.94 Alejo Muniz (BRA)
7.a: Gabriel Medina (BRA) 13.10 x 11.20 Mikey Wright (AUS)
8.a: Sebastian Zietz (HAV) 14.27 x 9.17 Tomas Hermes (BRA)
9.a: Ezekiel Lau (HAV) 8.33 x 7.44 Adrian Buchan (AUS)
10: Yago Dora (BRA) 10.56 x 9.70 Italo Ferreira (BRA)
11: Wade Carmichael (AUS) 13.30 x 12.67 Jeremy Flores (FRA)
12: John John Florence (HAV) 17.97 x 8.26 Miguel Pupo (BRA)
SEGUNDA FASE – Vitória=Terceira Fase e Derrota=25.o lugar com 420 pontos e US$ 10.000:
———-baterias que abriram a terça-feira:
7.a: Michael Rodrigues (BRA) 8.67 x 5.80 Matt Wilkinson (AUS)
8.a: Frederico Morais (PRT) 9.04 x 6.73 Patrick Gudauskas (EUA)
9.a: Jeremy Flores (FRA) 13.66 x 10.60 Jessé Mendes (BRA)
10: Sebastian Zietz (HAV) 15.86 x 15.67 Joan Duru (FRA)
11: Tomas Hermes (BRA) 14.24 x 5.13 Conner Coffin (EUA)
12: Kanoa Igarashi (JPN) 10.57 x 10.20 Connor O´Leary (AUS)
———-baterias que fecharam a segunda-feira:
1.a: John John Florence (HAV) 12.24 x 10.94 Deivid Silva (BRA)
2.a: Alejo Muniz (BRA) 10.57 x 10.40 Owen Wright (AUS)
3.a: Jordy Smith (AFR) 12.70 x 9.94 Wiggolly Dantas (BRA)
4.a: Ian Gouveia (BRA) 15.53 x 11.83 Adriano de Souza (BRA)
5.a: Keanu Asing (HAV) 9.77 x 9.66 Michel Bourez (TAH)
6.a: Adrian Buchan (AUS) 12.63 x 3.96 Michael February (AFR)
TERCEIRA FASE FEMININA – 1.a e 2.a=Quartas de Final / 3.a=9.o lugar com 3.085 pontos e US$ 11.500:
1.a: Tyler Wright (AUS), Sally Fitzgibbons (AUS), Keely Andrew (AUS)
2.a: Stephanie Gilmore (AUS), Nikki Van Dijk (AUS), Caroline Marks (EUA)
3.a: Lakey Peterson (EUA), Johanne Defay (FRA), Silvana Lima (BRA)
4.a: Carissa Moore (HAV), Tatiana Weston-Webb (BRA), Sage Erickson (EUA)