O líder Italo Ferreira e Gabriel Medina, Filipe Toledo, Willian Cardoso, Yago Dora e Miguel Pupo, ganharam suas primeiras baterias nas direitas da Barrinha na segunda-feira em Saquarema
A segunda-feira amanheceu com altas ondas em Saquarema e a estreia dos homens no Oi Rio Pro 2018 foi transferida das esquerdas da Praia de Itaúna para as direitas da Barrinha. Dos quatorze participantes do Brasil nesta quarta etapa do World Surf League Championship Tour, seis venceram suas primeiras baterias e passaram direto para a terceira fase, o potiguar Italo Ferreira com sua lycra amarela, o campeão mundial Gabriel Medina e Filipe Toledo, Willian Cardoso, Yago Dora e Miguel Pupo.
Na terça-feira, os homens continuarão competindo na Barrinha, a partir das 7h.
A bateria que apresentou as direitas da Barrrinha para o mundo, foi iniciada as 7h05 e terminou com vitória brasileira de Filipe Toledo. Ele enfrentou o mesmo adversário que o derrotou em uma disputa polêmica no ano passado, que resultou até numa punição ao brasileiro. Mas, quem largou na frente foi o pernambucano Ian Gouveia, que surfou o primeiro tubo na Barrinha. Só que Filipe depois conseguiu achar boas ondas para mostrar o seu surfe e a batalha ficou entre ele e Kanoa Igarashi. Desta vez, Filipe manteve a calma para vencer o japonês por uma pequena vantagem de 13,70 a 13,07 pontos.
“Foi muito bom terem mudado o evento pra cá. Eu tenho surfado aqui todos os dias e todos os dias têm dado altas ondas, então foi até bom ter treinado aqui, testando as pranchas, pois deu tudo certo na bateria”, disse Filipe Toledo, após vencer a primeira bateria. “Estou amarradão por ter surfado bem, ter vencido, ter feito uma nota excelente (8,60), ainda mais que foi contra o Kanoa (Igarashi), que a gente teve aquele incidente na bateria do ano passado (quando Filipe foi eliminado). É uma sensação boa, de dever cumprido, então agora é pensar no próximo round”.
No segundo confronto do dia, dois brasileiros enfrentaram um dos favoritos ao título e o paulista Miguel Pupo pegou as melhores ondas que entraram na bateria para superar o sul-africano Jordy Smith por 13,10 a 10,66 pontos. Em terceiro ficou o catarinense Tomas Hermes, mas os derrotados nesta rodada inicial não são eliminados e têm uma segunda chance de avançar para a terceira fase na repescagem. Pupo perdeu sua vaga na elite no ano passado, mas foi chamado para substituir o contundido Caio Ibelli em Saquarema.
“É ótimo estar de volta ao CT aqui no Rio. No ano passado, eu acabei saindo da elite, fiquei bem triste, mas acho que Deus tem um plano pra mim. Estou treinando melhor, comendo melhor, me dedicando mais e colhendo os frutos, pois estou em quinto no ranking do QS, o que me dá mais confiança para chegar aqui e estragar os planos dos tops (risos)”, disse Miguel Pupo. “Eu achei uma boa decisão ter mudado aqui pra Barrinha. A clássica esquerda de Itaúna não está quebrando hoje (segunda-feira) e as condições estão melhores aqui. O mar está liso, as ondas perfeitas e parabéns aos organizadores”.
BATERIA BRASILEIRA – A terceira vitória verde-amarela já era garantida na bateria 100% brasileira da primeira fase. Quem largou na frente foi o catarinense Alejo Muniz, que lidera o ranking do WSL Qualifying Series e está competindo em Saquarema como convidado da World Surf League. O campeão mundial Gabriel Medina não começou bem, mas depois encaixou o seu surfe nas direitas da Barrinha para vencer por 14,17 pontos. O também paulista Jessé Mendes ficou em segundo com 13,43 e Alejo Muniz em terceiro com 12,86 numa das baterias mais disputadas do dia.
“Foi uma bateria difícil. Eu sabia que o Jessé (Mendes) e o Alejo (Muniz) iam surfar bem, pois são dois surfistas que sou fã e amigo, então meu plano foi só surfar meu melhor e estou feliz por ter vencido”, disse Gabriel Medina. “Eu espero que eles consigam surfar bem na segunda fase e continuem no evento. Essa é uma etapa que sempre chego perto do título, mas não venci ainda e seria irado ganhar essa etapa do Brasil. Hoje (segunda-feira) tinha altas ondas aqui na Barrinha e espero que continue assim nos próximos dias”.
Depois da bateria brasileira, o australiano Julian Wilson entrou primeiro e confirmou o favoritismo contra o americano Patrick Gudauskas e o paulista Deivid Silva. O potiguar Italo Ferreira também venceu, mas a disputa foi bem mais acirrada e os três competidores ficaram na casa dos 10 pontos. O brasileiro ficou em primeiro com 10,64, contra 10,47 do australiano Connor O´Leary e 10,36 do havaiano Keanu Asing.
“Foi uma bateria difícil, as ondas balançando muito nas direitas, ficando difícil de se posicionar. Mas, consegui pegar algumas ondas pra me soltar e deu tudo certo no final da bateria”, disse Italo Ferreira. “Eu quero agradecer todo o apoio da torcida, me sinto bem aqui no Brasil, claro, então só quero levar essa energia dos brasileiros comigo nas baterias. No ano passado, eu não competi aqui porque estava machucado, só fiquei torcendo de casa, num quarto, com o pé para cima, mas agora estou aqui defendendo a liderança do ranking e espero manter o foco e o ritmo nas próximas baterias”.
DEFENSOR DO TÍTULO – O potiguar Italo Ferreira conseguiu o objetivo de vencer a bateria, mas o defensor do título foi mandado para a repescagem no confronto seguinte. Foi outra disputa definida por décimos, com os três surfistas ficando na casa dos 11 pontos. Desta vez, o campeão mundial Adriano de Souza ficou em último com exatos 11 pontos, contra 11,47 do sul-africano Michael February e 11,60 do norte-americano Griffin Colapinto, que avançou direto para a terceira fase.
Mas, o Brasil ainda conquistou mais duas vitórias na primeira fase, com dois catarinenses que estão estreando na divisão de elite da World Surf League esse ano. O mais jovem, Yago Dora, totalizou 12,13 pontos para superar o taitiano Michel Bourez e o norte-americano Conner Coffin na nona bateria. Na 11.a, Willian Cardoso só precisou de 11,16 para derrotar o australiano Matt Wilkinson e o francês Jeremy Flores. Os dois completaram as seis classificações diretas do Brasil para a terceira fase na segunda-feira histórica na Barrinha.
PRIMEIRAS VITÓRIAS – Após o término da primeira fase, foi iniciada a repescagem com o bicampeão mundial John John Florence se recuperando da derrota pela manhã. Ele tinha tirado a maior nota da primeira fase – 9,17 – no melhor tubo surfado na Barrinha, mas a bateria foi vencida pelo australiano Mikey Wright. O havaiano aproveitou a segunda chance de classificação contra o paulista Deivid Silva, no primeiro duelo eliminatório do Oi Rio Pro 2018.
No segundo, o catarinense Alejo Muniz despachou um dos concorrentes diretos do potiguar Italo Ferreira na briga pela lycra amarela do Jeep Leaderboard, o australiano Owen Wright, que chegou no Brasil dividindo o quarto lugar com o taitiano Michel Bourez. Depois aconteceu mais um confronto brasileiro e Ian Gouveia fez o maior placar da Etapa de Saquarema para vencer sua primeira bateria no CT esse ano. Foi logo contra o defensor do título desta etapa, Adriano de Souza, que o pernambucano totalizou 15,53 pontos com a nota 8,93 da sua melhor onda.
“Eu estou aqui numa mistura de emoções”, disse Ian Gouveia. “Hoje de manhã, quando soube que ia rolar aqui na Barrinha, fiquei um pouco chateado porque a gente só competiu em direitas esse ano. Em Itaúna tem as esquerdas, mas chamaram o campeonato aqui e na minha primeira bateria, eu estava meio triste por isso. Mas, não tinha jeito, ia ser aqui, então entrei com muita vontade pra vencer essa bateria. Eu perdi pro Adriano (de Souza) no ano passado, então foi muito bom ganhar do campeão, mas continuo querendo muito surfar as esquerdas”.