De olho em Tóquio-2020, Tatiana Weston-Webb decide representar o Brasil na World Surf League
Filha de mãe brasileira, nascida em Porto Alegre mas criada desde os primeiros mêses de vida na ilha de Kauai, Tatiana Weston-Webb representava o Havaí nos campeonatos da World Surf League, principal campeonato do surfe mundial. Mas o desejo de estar em uma Olimpíada a fez mudar.
“Hoje estou animada em anunciar que, seguindo em frente, estarei representando o Brasil tanto no WSL Championship Tour quanto na preparação para os Jogos Olímpicos de 2020 em Tóquio. Esta é uma decisão importante para mim e sobre a qual estou muito empolgada. A maioria das pessoas não sabem que meu pai é da Inglaterra e minha mãe é do Brasil. Me sinto verdadeiramente abençoada por ter sido criada na linda ilha do Kauai – tanto a comunidade quanto as ondas tiveram um papel importante na formação de quem eu sou como surfista e como pessoa. Eu sou muito grato por isso, mas como todos vocês sabem. O Brasil é o país a onde nasci e sempre fez parte de quem eu sou e, recentemente, fui abordada pela Confederação Brasileira de Surf e pelo Comitê Olímpico Brasileiro, com a oportunidade de representar o Brasil. Sempre foi um sonho meu competir nas Olimpíadas e quando o surfe foi anunciado como um esporte olímpico oficial, eu sabia que meu sonho tinha uma chance de se tornar realidade,” escreveu Tatiana em sua rede social.
Mas para os Jogos Olímpicos, o Havaí não é considerado uma nação e Tatiana Weston Webb, que possui dupla cidadania, resolveu defender o Brasil em busca de uma vaga para Tóqui-2020, quando a modalidade vai estrear na programação olímpica.
“A WSL é a única liga que deixou o Havaí ter a sua própria bandeira, e na Olimpíada não teremos a oportunidade de representar a bandeira havaiana. Então, escolhi representar o País onde nasci. O Brasil possui uma grande parte do meu coração. Eu tenho família, amigos e uma grande quantidade de apoio. É onde eu também me sinto em casa. Estou muito orgulhosa de representar um país tão incrível, que tem muita paixão e dedicação pelo nosso esporte”, disse Tatiana.
Em comunicado conjunto, as entidades afirmaram que “A definição foi feita pela Federação Internacional de Surf (ISA), após tratativas com a Confederação Brasileira de Surf (CBS), o Comitê Olímpico do Brasil (COB) e a World Surf League (WSL). Como Tatiana já havia disputado o Campeonato Mundial Junior pelo Havaí, era necessário que a ISA autorizasse a mudança de nacionalidade esportiva para que a surfista passasse a defender o Brasil nas competições mundiais.”
“Sempre foi um sonho meu desde a infância competir na Olimpíada. Quando o surfe foi anunciado como um esporte olímpico, eu sabia que meu sonho tinha uma chance de se tornar realidade. O Havaí é a bandeira que eu representei ao longo da minha carreira profissional e amadora. Tenho muito orgulho de onde fui criada e da surfista que me tornei”, completou Tatiana.
Sempre que pode, Tatiana visita a família na região Sul e consegue se comunicar bem em português. Ela namora o surfista brasileiro Jesse Mendes, que também está na elite mundial.
“O Brasil possui grande parte do meu coração. Eu tenho família, amigos e uma quantidade incrível de apoio lá. É um lugar que sempre me fez sentir em casa. Estou muito orgulhosa de representar um país tão incrível com tanta paixão e dedicação pelo nosso esporte. Embora essa mudança me dê a oportunidade de representar o Brasil em 2020, todas as vagas têm que ser conquistadas e eu vou tentar o meu melhor para me qualificar como um dos poucos surfistas capazes de representar seus países nas Olimpíadas. Eu me considero muito feliz por ter o apoio dos fãs do Havaí, do Brasil e do mundo. Obrigada a todos por entender, respeitar e apoiar minha decisão.”