8 5
Siga o OTD

Surfe

“Ano louco” pode colocar Tati duas vezes na história em um mês

Depois de ser a primeira brasileira a conquistar uma medalha olímpica no surfe, brasileira está em Trestles onde busca ser a primeira brasileira campeã mundial da modalidade

Tatiana Weston-Webb surfe WSL Finals Paris 2024 medalha de prata
(William Lucas/COB)

Diferentemente do que ocorre com a grande maioria das modalidades, a temporada da elite do surfe mundial não termina antes dos Jogos Olímpicos. Pelo contrário, para na reta final para a realização da Olimpíada e depois volta já para decidir o campeão. Ou seja, se ‘combinar direitinho’, dá para realizar dois sonhos de infância em questão de algumas semanas. É o que vai tentar a brasileira Tatiana Weston-Webb, medalhista de prata em Paris-2024 e uma das cinco postulantes ao título do WSL Finals.

+ Único goofy em Trestles, Italo quer sufocar rivais pra chegar ao bi
+ Saiba onde assistir ao vivo a competição

“A conquista da medalha de prata foi o melhor momento da minha carreira”, disse Tatiana Weston-Webb em entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira (4) direto de Trestles, nos Estados Unidos, palco do Finals desde 2021. “Foi um sonho realizado e depois disso caiu muito a pressão que eu estava sentindo antes. Acho que foi por causa disso que fui tão bem em Fiji e espero que aconteça a mesma coisa aqui. Estou orgulhosa de mim mesmo”, acrescentou a brasileira, citando a última etapa da temporada regular, onde ela ficou com o vice-campeonato e garantiu vaga no Finals.

Tatiana Weston-Webb surfe WSL Finals Paris 2024 medalha de prata
(William Lucas/COB)

Por que não eu?

O WSL Finals é o torneio que define o campeão do circuito mundial de surte reunindo os cinco melhores ranqueados da temporada. O formato é simples. O quinto e o quarto abrem a competição e quem ganhar a bateria enfrenta o terceiro. O vencedor deste confronto pega o segundo e, a seguir, o primeiro ranqueado na grande final. A decisão é uma melhor de três baterias.

Como é a quinta ranqueada, Tati entra na primeira bateria e, desta forma, vai precisar derrotar todas as adversárias para ser campeã. “Vão ser várias baterias, mas é possível. A Stephanie Gilmore conseguiu uma vez, por que não eu?”, disse. Ela abre a disputa contra a australiana Molly Picklum. Se vencer, enfrenta a Brisa Hennessy, da Costa Rica, a seguir a estadunidense campeã em Paris-2024 Caroline Marks, e, na final, Caitlin Simmers, também dos Estados Unidos.

História e história?

Se conseguir, além de ser a primeira brasileira medalhista olímpica no surfe, será também a primeira campeã mundial. Tudo isso em pouco mais de um mês, já que a final olímpica foi no dia 5 de agosto e a janela do WSL Finals começa nesta sexta-feira (6). “Realmente foi um ano louco. Tive de fazer adaptações na cabeça pra pensar: ‘agora é um CT, agora é a Olimpíada, competições completamente diferentes, vibes diferentes'”, falou. “A gente vem se preparando desde o ano passado, fisicamente e mentalmente. Estava falando bastante com minha psicóloga, pra conseguir a ficar feliz, leve. Ajudou bastante. Consegui me adaptar super bem. Não fiz isso sozinha. Confiei muito no meu time”, disse Tatiana Weston-Webb.

Tatiana Weston-Webb surfe WSL Finals Fiji
(Aaron Hughes/World Surf League)

Leve e confiante

“Estou me sentindo leve, super bem, cheia de confiança. Minhas pranchas estão ótimas e estou gostando muito no meu surfe. É encaixar no dia e fazer boas decisões”, acrescenta a brasileira. “Fisicamente, fizemos uma pré-temporada excelente para esse ano olímpico. Estava me sentindo ótima na Olimpíada, mas já passou um mês e não estava treinando tanto (fisicamente) depois da Olimpíada, fazendo bastante assessoria, viajar pra Paris, me preparar pra Fiji, então não teve muita preparação física. Mas confio no meu corpo pra conseguir fazer o trabalho”.

+ SIGA O OTD NO YOUTUBETWITTERINSTAGRAMTIK TOK E FACEBOOK

O mar de Trestles, na Califórnia, não é o que ela mais gosta, mas não é um problema, pelo contrário. “Todo mundo sabe que gosto de condições maiores, mais pesadas, mas tenho confiança nas ondas pequenas também. Estou super confiante, porque meu surfe evoluiu bastante nas ondas pequenas. Vai ser irado conseguir mostrar isso pra todo mundo. É uma oportunidade bem boa pra mostrar isso.”

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

Mais em Surfe