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Surfe

Padrasto compara Medina a Bolt e Phelps em desabafo contra “ditadura” no surfe

A polêmica eliminação de Gabriel Medina na etapa de Trestles, que impediu o brasileiro de ultrapassar o havaiano John John Jones na liderança do Mundial, continua repercutindo no mundo do surfe. Neste domingo, foi a vez de Charles Rodrigues, técnico e padastro do surfista, desabafar em entrevista ao GloboEsporte.com.

“Sei que é ruim ficar reclamando, mas de todos os eventos que o Gabriel foi prejudicado, esse aqui foi o pior. O Gabriel fez a melhor onda do dia, a melhor do campeonato, e os juízes, infelizmente, conseguiram dar uma nota baixa e o Gabriel não conseguiu virar. Eu fico triste com isso. Claramente estão brecando o Gabriel. Imagine se o atletismo fosse brecar o Usain Bolt ou se a natação fosse brecar o Michael Phelps. Não dá. O menino nasceu para o esporte, ele vai lá e ganha e, infelizmente, cinco pessoas estão determinando o que é o certo e o que é o errado. Eles estão há mais de 20 anos, parece uma ditadura isso aqui”, declarou.

Os próprios comentaristas que fazem a transmissão oficial do circuito pelo site da World Surf League (WSL) se mostraram chocados com o que aconteceu. Campeão mundial em 1988, o australiano Barton Lynch, que foi convidado a comentar por ser embaixador de um dos patrocinadores do evento, não escondeu sua surpresa assim que a nota foi anunciada pelos juízes. “Como assim?”, espantou-se, ouvindo em seguida o apoio do cometarista havaiano Ross Williams: “Eu compartilho o seu choque, Barton! Honestamente eu achei que essa nota merecia, no mínimo, um 9.00”, disse Ross durante a transmissão. Se fosse esta a nota dada pelos árbitros, Gabriel Medina não teria sido eliminado por Tanner Gudauskas.

Depois que o brasileiro aplaudiu os juízes ironizando a pontuação dada a ele, Lynch mais uma vez fez coro com Medina. “Eu acho que obviamente está todo mundo um pouco chocado. Achei essa a melhor onda da bateria e se a primeira surfada pelo Gabi valeu um 8.83, essa deveria ter sido um 9.50. Não tem como…Essa onda do Gabriel definitivamente foi melhor que o 8.50 do Tanner. Nenhuma dúvida para mim”.

 

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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