Mick Fanning anuncia aposentadoria após a etapa de Bells Beach e abre caminho para sul-africano no WCT. Miguel Pupo e Wiggolly Dantas também concorrem pela vaga.
Dono de três títulos mundial da WSL (2007, 2009 e 2013) e 22 vitórias, o australiano Mick Fanning anunciou, nesta quarta-feira, a sua aposentadoria. Aos 36 anos, o surfista fará sua despedida no palco de sua primeira vitória na elite da modalidade, em Bells Beach, na Austrália. A etapa é a segunda da chamada “perna australiana” do Circuito Mundial, realizada entre os dia 28 de março e oito de abril.
A saída de um dos grandes nomes da modalidade, contudo, abre espaço para um mais um surfista na elite. O sul-africano Michael February, 11º colocado na última temporada do WQS (divisão de acesso do surfe) é o primeiro da lista dos alternantes e será convidado a assumir lugar do australiano. Caso aceite, ele será o segundo sul-africano no WCT, fazendo companhia a Jordy Smith.
Caso recuse, o segundo na lista seria Bede Durbidge, que anunciou, ainda em 2017, sua aposentadoria para virar técnico. Na sequencia, vem Miguel Pupo e Wiggolly Dantas. Caso a vaga caia nas mãos de um dos brasileiros, o país chegaria a 12 representantes na temporada. No momento, os surfistas nacionais são Gabriel Medina, Adriano de Souza, Filipe Toledo, Caio Ibelli, Ítalo Ferreira, Jessé Mendes, Tomas Hermes, Yago Dora, Willian Cardoso, Michael Rodrigues e Ian Gouveia.
O surfista que ficar com a vaga de Mick Fanning terá duas oportunidades para se manter na elite na temporada 2019. O atleta pode tanto terminar entre os 22 primeiros do ranking mundial do WCT ou entre os 10 primeiros do WQS. Vale lembrar que o selecionado só participará das etapas da elite do surfe após a aposentadoria de Fanning, ou seja, a partir da etapa de Margaret, também disputada na Austrália.
A primeira etapa do Circuito Mundial será Gold Coast, na Austrália, entre os dias 11 e 22 de março.
A despedida de uma lenda
Tricampeão mundial, Mick Fanning terá mais dois compromissos antes de se aposentar como surfista profissional. Na manhã desta quarta-feira, através de suas redes sociais, o surfista revelou sua decisão, alegando que não se vê tão competitivo e em condições de dar o seu melhor.
Ele reitera, contudo, que seu amor pelo surfe não diminuir e que trilhará novos caminhos. “Sinto que acabei de perder a chance de competir no dia-a-dia. Foi algo que eu tenho feito por 17 anos, e mesmo antes disso através da QS e Juniors, e eu sinto que não posso mais dar 100%. Eu não estou curtindo tanto quanto no passado. Ainda adoro surfar, e ainda estou excitado por isso, mas eu sinto que há outros caminhos para eu tomar nesta fase da minha vida”, comenta.
“É a hora. Eu decidi que a etapa de Bells Beach será meu último evento como competidor na World Surf League Championship Tour (Circuito do WSL). O Circuito me deu muito, mas eu preciso de um novo desafio. Eu ainda amo o jogo, mas não consigo mais achar motivação e dedicação necessários para competir pelos títulos mundiais. Meu tempo no Circuito foi incrivelmente gratificante, e eu tenho muitas memórias maravilhosas”, escreveu Fanning em seu post de despedida no Instagram.
Mick ainda explicou o porquê da escolha de Bells Beach como palco da despedida. “Sempre tive em mente que meu último evento no Tour seria Bells. Foi lá onde basicamente eu comecei minha carreira, foi minha primeira vitória da CT, e eu me sinto realmente conectado lá”, relatou.
Além de extremamente premiado e respeitado no mundo do surfe, Fanning mostrou grande poder de superação. Após sofrer um ataque de tubarão na final de J-Bay, na África do Sul, em 2015, o atleta, no ano seguinte, voltou ao mar sul-africano para faturar o título da competição. Na final, ele superou o havaiano John John Florence, que, no final de 2016, levantaria seu primeiro título mundial.
Mick Fanning estreou no Circuito Mundial em 2001, como convidado, justamente em Bells Beach. Na ocasião ele foi o campeão da etapa que ainda levantaria em 2012,2014 e 2015. Lá ele ainda soma dois vice-campeonatos, em 2010 (derrota para Kelly Slater) e 2011 (derrota para Joel Parkinson). Seu primeiro ano como atleta da elite foi em 2002, onde foi eleito Calouro do Ano, prêmio dado ao melhor estreante da temporada.