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Surfe

Ítalo Ferreira protagoniza foto inédita durante eclipse do Sol no RN

Medalhista de ouro foi clicado no Rio Grande do Norte, por Marcelo Maragni; a dupla detalhou a preparação para cravar feito em 5 segundos

Na imagem, Ítalo Ferreira com sua prancha diante do eclipse solar.
Ítalo Ferreira com sua prancha diante do eclipse solar. Foto: montagem sobre fotos de Marcelo Maragni/ Red Bull Content Pool

Primordialmente, essa é aquela nota em que vale a máxima: “uma imagem vale mais do que mil palavras”. Nesse caso de três imagens que Ítalo Ferreira protagonizou vale quase a mesma coisa que a medalha de ouro nos Jogos de Tóquio 2020. Ser o primeiro nas duas ocasiões é um privilégio que poucos alcançarão na vida.

O brasileiro que conquistou a primeira medalha de ouro olímpica do surfe, e também campeão mundial, agora tem mais um feito exclusivo em sua carreira. No último sábado (14), Ítalo Ferreira desafiou as forças naturais do planeta para capturar uma foto inédita durante o raríssimo eclipse anular do Sol. As imagens causaram o impressionante efeito de estar dentro de um ‘arco de fogo’.

Esse fenômeno se explica porque a Lua está no ponto mais distante de sua órbita da Terra, assim, seu diâmetro aparente é menor do que o do Sol, possibilitando a aparição do anel. O registro aconteceu no Rio Grande do Norte pelo fotógrafo Marcelo Maragni. O fotógrafo precisou não só de estudos científicos e equipamentos especializados para alcançar a foto perfeita, mas também de contar com a sorte de o estado do Rio Grande do Norte ser um dos melhores locais no país para presenciar este fenômeno. 

Técnicas de fotografia e engenharia, posicionamento e agilidade para realizar a foto em segundos foram fundamentais para garantir o resultado artístico memorável. A posição do surfista precisava estar alinhada com o rápido momento em que a Lua se posicionava milimetricamente entre a Terra e o Sol. Enquanto o fotógrafo, há aproximadamente 1 km de distância do surfista, teve de usar, além de sua câmera, rádios para comunicação, dois celulares, óculos de proteção e espelhos para conseguir fixar os olhos contra a luz do Sol e evitar o efeito sombra na imagem do atleta.

A emoção de Ítalo

Na imagem, Ítalo Ferreira com sua prancha diante do eclipse solar.
Foto: Marcelo Maragni/ Red Bull Content Pool

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“Esse foi um projeto mais que especial para mim, fiquei muito feliz de aqui no Rio Grande do Norte a gente ter a melhor visão do eclipse e de ter sido abençoado com essa foto que a gente vem trabalhando há meses para que ficasse perfeita. Hoje quando saí de casa tinham muitas nuvens no céu e eu fiquei um pouco apreensivo, mas quando chegamos na pedra que seria o ponto perfeito calculado o tempo limpou. E quando começou o eclipse conseguimos fazer a foto que, na minha opinião, é provavelmente uma das melhores fotos que alguém já fez durante um eclipse. Estar vivendo esse momento é surreal e muito simbólico, principalmente porque representa um dos arcos olímpicos e me lembra o quão especial foram às Olimpíadas para mim” declarou o surfista.

O lado do fotógrafo

Na imagem, Ítalo Ferreira com sua prancha diante do eclipse solar.
Foto: Marcelo Maragni/ Red Bull Content Pool

A cena inédita foi eternizada após uma única tentativa e em cerca de 5 segundos. Durante esse curto período, Maragni ainda precisou ajustar sua posição para capturar o ângulo perfeito do anel de fogo. Já antes do grande dia, o fotógrafo testou diversas possibilidades para prever o imprevisível e conseguir registrar esse momento raro. Durante os ensaios e estudos, Maragni visitou mais de 20 picos e montanhas ao redor da praia para a checagem prévia do lugar ideal. Os ensaios começaram há quatro meses. Além disso, diversos cálculos para o fotógrafo encontrar a angulação exata para posicionar o surfista.

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Dessa forma, para Marcelo Maragni foi um dos trabalhos mais desafiadores e complexos dos seus quase 25 anos de carreira. Assim, o fotógrafo falou da dificuldade técnica: “Esse foi uma das fotos mais complexas que já fiz, foram trabalhosas tentativas de encontrar um local com a angulação de azimute, que é um ângulo em relação ao Norte e com uma inclinação específica de altura. Também usei dois celulares para simular um teodolito, que é um equipamento de medição de relevo. Coloquei um filtro de densidade neutra na lente para diminuir a luz que entraria na câmera e usei espelhos para refletir a luz do Sol e iluminar o atleta e evitar o efeito de silhueta na imagem do Ítalo que o pôr do Sol costuma causar”, explica o craque.

O eclipse

Na imagem, Ítalo Ferreira com sua prancha diante do eclipse solar.
Foto: Marcelo Maragni/ Red Bull Content Pool

O eclipse no Brasil começou por volta das 15h, até o término do fenômeno, quando o Sol se pôs no horizonte por volta das 18h. Especificamente o ‘anel de fogo’ se formou, sobretudo, por volta das 16h40. Durou um curto período que tornou a fotografia tão rara quanto o fenômeno natural. O eclipse anular pôde ser visto do país somente pelos estados do Amazonas, Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba e Pernambuco. Porém, o privilégio ficou para o município litorâneo do Rio Grande Norte, onde Ítalo cresceu, deixando agora mais um marco para a cidade onde vive. Por fim, o projeto foi realizado com apoio das marcas Canon e Ford.

*Com informações de Gabrielle Mehringer/ Red Bull Content Pool (assessoria).

Jornalista formado em 2013, mas que atuo desde 2008, quando ingressei na Universidade P. Mackenzie, Trabalhei por seis anos no Diário Lance!. Passei por Punteiro Izquierdo, Surto Olímpico, Torcedores e Secretaria Municipal de Esportes e Lazer de São Paulo. Entrei no OTD em Abril de 2023.

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