Gabriel Medina consegue virada improvável contra o australiano Josh Kerr nos últimos minutos da bateria e avança para o round 4 do Billabong Pipe Masters. John John também passa com emoção.
O domingo (17) foi cheio de emoções em Banzai Pipeline, no Havaí, tanto em termos de título mundial quanto na briga para se manter na elite em 2018. Dos quatro concorrentes à taça máxima do esporte no início da competição, dois seguem com chances. Os candidatos Gabriel Medina e John John Florence tiveram que ralar muito em suas baterias e, por pouco, não deram adeus ao sonho do bi. Já Jordy Smith perdeu para Kelly Slater na última bateria do dia, o que acabou com suas esperanças.
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O dia foi cheio em Pipeline. De belos tubos a ondas manobráveis de beach break, foi possível ver de tudo e sentir muita emoção, nos rounds 2 e 3, que foram finalizados. O sistema de disputa foi diferenciado. Baterias de 40 minutos no estilo dual-heat, em que duas acontecem simultaneamente. Brasileiros se deram bem, outros se deram mal, mas o fato é que a corrida pelo título mundial segue enchendo os olhos de quem acompanha ao tour.
Gabriel Medina, testando corações
O Brasil respira. Medina venceu com facilidade a bateria do round 2 contra o havaiano Dusty Payne, mas não foi assim no round 3. Dos 40 minutos da bateria contra o australiano Josh Kerr, em 38 o brasileiro esteve atrás no placar. A disputa começou com Medina paciente esperando as melhores ondas e Kerr pegando várias e tentando incrementar seu somatório. Quando faltavam 20 minutos para o fim, Medina abandonou sua estratégia inicial e saiu pegando de tudo. No entanto, não estava fácil. As pranchas dos surfistas não eram específicas para manobras aéreas, mas eles não tinham outra saída.
Josh Kerr foi se mantendo pouco a frente durante toda a disputa com Medina. Quando faltavam 7 minutos para o fim, o australiano pegou um tubaço e completou com uma manobra na junção. A nota veio: 6 pontos, ótimo para o dia. Parecia que o título de Medina estava mais distante, mas então, Gabriel ficou precisando de um improvável 7.26 e encontrou um tubo para Pipeline raríssimo, que só gênios achariam. Ali ele não virou a bateria, tirando 6.57, mas encostou no placar. Quando faltavam dois minutos, onda de manobras para Medina e ele conseguiu 0.17 a mais do que precisava, fechando a bateria em 10 a 9.83.
Emoção na parte de baixo
A emoção não ficou somente por conta dos candidatos ao título mundial, mas também de quem brigava para se manter no top-22. Hoje, dois brasileiros já deram adeus à elite de 2018. Foram eles: Wiggolly Dantas e Jadson André. Os dois foram eliminados no round 2. Miguel Pupo, por sua vez, têm pequenas chances. Ele está, atualmente, em 24º do ranking. Na teoria, somente até o 22º fica na elite, mas como Bede Durbidge anunciou sua aposentadoria e Joel Parkinson pode se despedir também, Miguelito pode permanecer.
Ian Gouveia se classificou para o round 4, mas para se garantir precisa chegar às semifinais do evento. Assim, ele conseguiria seu melhor resultado desde que entrou no CT. Já Caio Ibelli e Ítalo Ferreira confirmaram a vaga pelo CT com os resultados deste domingo.
John John sem moleza
John John encarou no round 3 o australiano Ethan Ewing, 35º do ranking, mas engana-se quem pensa que ele teve moleza. O líder do circuito só venceu por uma diferença de 0.07 e muita contestação por parte da torcida brasileira nas redes sociais, devido à última onda de seu oponente. De qualquer forma, John John também segue forte rumo ao bi.
Jordy Smith e Julian Wilson
Jordy Smith teve pedreira pela frente. Ninguém menos do que Kelly Slater, 11 vezes campeão mundial e que já venceu 7 vezes em Pipeline. Por toda a experiência do norte-americano, o sul-africano ficou pelo caminho e se despediu das chances de título.
Julian Wilson, por sua vez, fez sua parte. Mas, dependia de uma queda precoce de John John no round 3 para buscar o título, o que não aconteceu.
A próxima chamada do evento acontece nesta segunda-feira (18), às 15 horas, de Brasília.
Resultados do domingo
Round 2
1: Gabriel Medina (BRA) 15.33 x Dusty Payne (HAV) 8.50
2: Ethan Ewing (AUS) 11.54 x Owen Wright (AUS) 10.77
3: Julian Wilson (AUS) 8.56 x Benji Brand (HAV) 6.87
4: Matt Wilkinson (AUS) x Stuart Kennedy (AUS)*
5: Adriano de Souza (BRA) 11.93 x Jadson Andre (BRA) 8.33
6: Kolohe Andino (EUA) 17.10 x Jack Freestone (AUS) 14.96
7: Ian Gouveia (BRA) 13.40 x Filipe Toledo (BRA) 11.30
8: Leonardo Fioravanti (ITA) 13,17 x Sebastian Zietz (HAV) 10.00
9: Joel Parkinson (AUS) 6.10 x Wiggolly Dantas (BRA) 5.13
10: Mick Fanning (AUS) 8.90 x Bede Durbidge (AUS) 8.87
11: Kanoa Igarashi (AUS) 12.67 x Frederico Morais (POR) 6.00
12: Michel Bourez (TAH) 16.40 x Joan Duru (FRA) 6.54
*Stuart Kennedy desistiu devido à lesão, e Wilkinson está na terceira rodada
Round 3
1: Julian Wilson (AUS) 15.26 x 8.34 Ezekiel Lau (HAV)
2: Conner Coffin (EUA) 14.03 x 12.60 Mick Fanning (AUS)
3: Ian Gouveia (BRA) 8.60 x 6.83 Matt Wilkinson (AUS)
4: Joel Parkinson (AUS) 8.50 x 5.47 Miguel Pupo (BRA)
5: Caio Ibelli (BRA) 10.13 x 6.57 Michel Bourez (PYF)
6: John John Florence (HAV) 10.87 x 10.80 Ethan Ewing (AUS)
7: Jeremy Flores (FRA) 6.60 x 2.26 Adrian Buchan (AUS)
8: Gabriel Medina (BRA) 10 x 9.83 Josh Kerr (AUS)
9: Ítalo Ferreira (BRA) 10.26 x 4.17 Kolohe Andino (EUA)
10: Leonardo Fioravanti (ITA) 15.87 x 6.13 Adriano de Souza (BRA)
11: Kanoa Igarashi (EUA) 13.34 x 9.73 Connor O’Leary (AUS)
12: Kelly Slater (EUA) 11.87 x 7.87 Jordy Smith (AFS)
Próximas baterias
Round 4
1: Julian Wilson (AUS) x Conner Coffin (EUA) x Ian Gouveia (BRA)
2: Joel Parkinson (AUS) x Caio Ibelli (BRA) x John John Florence (HAV)
3: Jeremy Flores (FRA) x Gabriel Medina (BRA) x Ítalo Ferreira (BRA)
4: Leonardo Fioravanti (ITA) x Kanoa Igarashi (EUA) x Kelly Slater (EUA)