A Vans World Cup of Surfing fechou o WSL Qualifying Series 2017 neste sábado no Havaí, com o Brasil conquistando seis das dez vagas para a elite dos top-34 que vai disputar o título mundial de 2018 no Championship Tour. O último a ser confirmado foi o cearense Michael Rodrigues, que ficou ameaçado de sair do G-10 até o último minuto das semifinais. Foi quando seu último concorrente, Patrick Gudauskas, terminou em quarto lugar na bateria e tiraria o brasileiro da lista se tivesse ficado em terceiro pelo menos.
Os outros classificados foram o paulista Jessé Mendes, os catarinenses Tomas Hermes, Yago Dora, Willian Cardoso e o potiguar Italo Ferreira. Os norte-americanos também festejaram no último dia, com Griffin Colapinto tirando o primeiro lugar no ranking final do QS 2017 do brasileiro Jessé Mendes, Conner Coffin vencendo a World Cup e Kolohe Andino sendo o vice-campeão. O australiano Wade Carmichael ficou em terceiro lugar e o próprio Colapinto em quarto no QS 10000 de Sunset Beach.
O jovem Griffin Colapinto, 19 anos, também ganhou uma batalha direta pela liderança da Tríplice Coroa Havaiana com Wiggolly Dantas nas semifinais. Na primeira etapa desta competição especial que fecha a temporada da World Surf League na ilha de Oahu, o californiano ficou em segundo lugar na decisão do Hawaiian Pro e o Wiggolly em terceiro. O campeão Filipe Toledo não competiu em Sunset, então a briga pela ponta era entre os dois.
A bateria foi logo dominada por Colapinto e por Wade Carmichael, que atacou uma onda com seu “power surf” agressivo para ganhar 9,57 dos juízes. Mas, o norte-americano liderou desde o início com as notas 6,17 e 8,23 das suas duas primeiras ondas. Wiggolly Dantas só conseguiu surfar nos 10 minutos finais, mas em ondas que só proporcionavam uma ou duas manobras antes de fechar. Já era tarde para uma reação e ele terminou em terceiro lugar na disputa pelas duas primeiras vagas na grande final.
ÚLTIMA VAGA – Na outra semifinal, foi decidida a última classificação para o CT 2018. Eram três norte-americanos e Patrick Gudauskas tiraria o brasileiro Michael Rodrigues do G-10 se ficasse no mínimo em terceiro lugar na bateria. Mas, seus compatriotas Conner Coffin e Kolohe Andino que já estão na elite, atacaram as ondas para receber grandes notas e ganharam as duas últimas vagas para tentar o prestigiado título da Vans World Cup of Surfing.
Mesmo assim, Patrick poderia conseguir a última vaga no CT se ficasse em terceiro lugar, à frente de Barron Mamiya. Ambos quase não surfaram na bateria. O californiano surfou uma no início que valeu 6,23 e só pegou outra há 3 minutos do fim. Ele ainda teve mais uma chance de superar o havaiano, mas não conseguiu. A nota saiu 5,77 e ele ficou em último por 4 décimos, totalizando 12,00 pontos contra 12,04 do terceiro colocado.
Com isso, a última vaga para o CT 2018 ficou mesmo para Michael Rodrigues. Ele perdeu na sexta-feira e o sábado começou com nove surfistas tendo chances matemáticas de ultrapassa-lo. Mas, para a sua felicidade, todos foram caindo um a um, até acontecer o único resultado que ainda manteria o cearense no G-10, Patrick Gudauskas ficar em último na semifinal. Para Michael Rodrigues, foi o fim de uma agonia que durou o dia inteiro, pois em quase todas as baterias tinha alguém ameaçando a sua última vaga na lista.
SELEÇÃO BRASILEIRA – O cearense é a quinta novidade na “seleção brasileira” do CT no ano que vem. Os outros que também nunca fizeram parte do seleto grupo dos 34 melhores surfistas do mundo e vão estrear na divisão principal da World Surf League em 2018 são o paulista Jessé Mendes e os catarinenses Tomas Hermes, Yago Dora e Willian Cardoso. O potiguar Italo Ferreira já era da elite e confirmou sua permanência entre os dez indicados pelo QS no sábado também em Sunset Beach.
Em 2018, o Brasil estará reforçado por um surfista a mais do que os nove deste ano, pois quatro estão entre os 22 primeiros do CT que são mantidos na elite dos top-34, os campeões mundiais Gabriel Medina e Adriano de Souza, Filipe Toledo e Caio Ibelli. E este número pode até aumentar, caso Miguel Pupo e Wiggolly Dantas consigam entrar no G-22 do CT no Billabong Pipe Masters, que começa nesta sexta-feira, 8 de dezembro. Pupo está em 23.o no ranking e Wiggolly é o 24.o, seguido por Italo Ferreira em 25.o. Se o potiguar se classificar pelo CT, sua vaga no QS fica para o americano Patrick Gudauskas.
MAIORIA BRASILEIRA – Os brasileiros chegaram no sábado com maioria entre os 32 escalados nas oitavas de final que abriram o último dia em Sunset Beach. O mar tinha baixado um pouco em relação aos outros dias, mas o swell continuou bombando séries pesadas de 2 metros, porém com longos intervalos entre as séries e poucas ondas boas entrando nas baterias. Os sete brasileiros ficaram divididos em cinco baterias.
Na primeira do dia, entraram dois e só um passou, Caio Ibelli, na vitória de Dion Atkinson. Os favoritos eram o campeão mundial Adriano de Souza e outro australiano, Matt Wilkinson, que acabaram eliminados. O peruano Miguel Tudela competiu na segunda e ficou em último. A terceira foi outro confronto direto entre Brasil e Austrália que terminou empatado, o baiano Bino Lopes venceu, Stu Kennedy passou em segundo e Miguel Pupo, que estava bem próximo do G-10, não achou as ondas nas condições irregulares do mar e ficou em último.
Na bateria seguinte, Wiggolly Dantas usou seu “backside attack” explosivo nas direitas de Sunset Beach para avançar junto com seu principal concorrente no ranking da Tríplice Coroa Havaiana, Griffin Colapinto. Depois, os brasileiros começaram a ajudar Michael Rodrigues a permanecer no G-10. Italo Ferreira barrou o sul-africano Michael February, que já tiraria a vaga do cearense se passasse essa bateria encerrada com vitória portuguesa de Vasco Ribeiro. E Lucas Silveira despachou outro forte concorrente que estava se aproximando a cada rodada, o italiano Leonardo Fioravanti.
MAIORIA AMERICANA – Nas quartas de final, apenas Wiggolly Dantas se classificou, vencendo muito bem a primeira bateria com a força do seu backside vertical atacando os pontos mais críticos das direitas em Sunset Beach. Na segunda bateria, os novos tops do CT, Griffin Colapinto e Wade Carmichael, derrotaram o paulista Caio Ibelli e o baiano Bino Lopes.
Na seguinte, Conner Coffin e Kolohe Andino iniciaram contra o carioca Lucas Silveira, uma dobradinha campeã que foi até o pódio. Na última quarta de final, Italo Ferreira também ficou em terceiro, eliminado por Patrick Gudauskas e o havaiano Barron Mamiya, a grande surpresa do evento. A situação então se inverteu e os norte-americanos passaram a ter maioria entre os semifinalistas, quatro surfistas contra dois australianos, um brasileiro e um havaiano.
Na primeira, a dupla Colapinto e Carmichael tirou o Brasil da decisão do título, com Wiggolly Dantas terminando em quinto lugar na World Cup. Na outra bateria, deu Conner Coffin e Kolohe Andino mais uma vez, contra Barron Mamiya e Patrick Gudauskas. Na última bateria do campeonato, a dobradinha americana se repetiu com Conner Coffin ganhando o troféu de campeão da segunda joia da Tríplice Coroa Havaiana. Kolohe Andino ficou em segundo lugar, seguido por Wade Carmichael e o campeão do QS 2017, Griffin Colapinto.