Filipe Toledo é o primeiro brasileiro a vencer 0 Hawaiian Pro do QS 10000 no Havaí. Wiggolly Dantas ficou em terceiro lugar na bateria final e Adriano de Souza e Tomas Hermes só pararam nas semifinais.
Filipe Toledo conquistou a primeira vitória brasileira nas ondas de Haleiwa Beach, no primeiro desafio da Tríplice Coroa Havaiana, que fecha a temporada 2017 da World Surf League na ilha de Oahu. Outro paulista de Ubatuba, Wiggolly Dantas, disputou a bateria final nesta segunda-feira (20) e ficou em terceiro lugar, com o norte-americano Griffin Colapinto em segundo e o taitiano Michel Bourez em quarto. Mais dois brasileiros pararam nas semifinais, o campeão mundial Adriano de Souza e Tomas Hermes, segundo catarinense a confirmar vaga no CT 2018 no penúltimo QS 10000 do ano no Havaí.
“É maravilhoso, realmente incrível, porque senti o gosto da vitória em 2015, quando fui vice-campeão, mas agora consegui o título aqui, o primeiro brasileiro, é incrível isso”, disse Filipe Toledo. “Eu já me qualifiquei para o World Tour do ano que vem, então eu estava super relaxado. Eu só fiz o meu jogo com minhas estratégias e fiz o que precisava fazer, então agradeço a Deus pelas ondas nas baterias e por esses aéreos (risos). Foi muito divertido”, concluiu.
A segunda-feira do Hawaiian Pro começou com maioria brasileira nas oitavas de final, quatorze surfistas entre os 32 classificados no domingo. E foi assim até a decisão, participando de todas as quinze baterias do último dia. Começou com três logo na primeira e terminou com dois nas duas semifinais e na grande final. O campeão Filipe Toledo ganhou as quatro que disputou, sempre achando boas ondas nas difíceis condições do mar para mostrar a sua variedade de manobras modernas e progressivas de frontside nas direitas de Haleiwa.
Na grande final, o californiano Griffin Colapinto, segundo surfista a confirmar classificação para a elite dos top-34 da World Surf League, largou na frente finalizando sua primeira onda com um ataque na junção incrível para ganhar 8,17 com apenas duas manobras. Ele demorou bastante para pegar a segunda, enquanto isso Filipe Toledo foi ganhando vantagem. Ele entrou na briga com o 7,67 que recebeu em sua terceira onda e o 6,50 da quarta. Quando o novo top do CT pegou sua segunda, que foi boa também e valeu 7,77, Filipe respondeu com um aéreo full-rotation sem as mãos na prancha que arrancou 8,87 dos juízes, para atingir imbatíveis 16,54 pontos, contra 15,94 do norte-americano.
Os outros finalistas não conseguiram achar boas ondas durante praticamente toda a bateria. Wiggolly Dantas ainda encontrou algumas para mostrar a potência do seu backside no final. Ele recebeu notas 7,03 e 6,00 para ficar em terceiro lugar com 13,03 pontos e Michel Bourez conseguiu apenas 8,77. Wiggolly era o único a surfar as direitas de Haleiwa de costas para a onda e também chegou invicto na grande final, como Filipe Toledo. Deixou dois campeões mundiais pelo caminho, Adriano de Souza nas semifinais e o defensor do título do Hawaiian Pro, John John Florence, nas quartas de final.
No momento, Wiggolly Dantas ocupa a 24.a posição no ranking do CT, portanto está fora do grupo dos 22 primeiros que são mantidos na elite para o ano que vem. Ele está focado em brigar pela vaga no Billabong Pipe Masters e só tinha participado de duas etapas do QS antes dessa. Com os 6.700 pontos do terceiro lugar no Hawaiian Pro, saltou de 301 para 47 no ranking e pode até conseguir sua permanência na elite entre os dez indicados pelo WSL Qualifying Series, caso conquiste outro bom resultado como este no QS 10000 de Sunset Beach, que começa no sábado. Metade das vagas ainda está em disputa.
Confirmados no CT 2018
A outra metade foi completada na segunda-feira e quatro delas são de brasileiros que vão estrear no Dream Tour da World Surf League. O líder do ranking, Jessé Mendes, 24 anos, foi o primeiro a garantir sua classificação, em julho no QS 10000 da África do Sul. O catarinense Yago Dora, 21, confirmou a sua em setembro, com a vitória no QS 6000 das Ilhas Açores, em Portugal.
Outros dois catarinenses se classificaram agora nos últimos dias do Hawaiian Pro. Willian Cardoso, 31 anos, festejou sua vaga no domingo ao passar para as oitavas de final e Tomas Hermes, 30, quando avançou para as quartas de final em sua primeira bateria na segunda-feira. A única exceção é o jovem californiano Griffin Colapinto, 19, que entrou no CT com a passagem para as semifinais.