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Lucas Silveira avança no mata-mata e encara Kanoa Igarashi no US Open

Depois de eliminar Cole Houshmand no desempate, Lucas Silveira encara Kanoa Igarashi nas quartas de final do US Open, primeira etapa do WSL Challenge Series

Lucas Silveira US Open WSL Challenger Series
@WSL / Kenny Morris

O carioca Lucas Silveira salvou a pátria, com uma classificação emocionante para as quartas de final do US Open, primeira etapa do WSL Challenger Series, circuito de acesso à divisão de eleite do Mundial de surfe. Ele conseguiu a única vitória brasileira do sábado, com a nota 7,33 da onda que surfou no último minuto da bateria. O norte-americano Cole Houshmand liderou desde o início e ainda pegou uma onda que igualou o placar em 13,40 pontos. Mas, o brasileiro levou a melhor no desempate da maior nota. Foi a primeira derrota dos donos da casa, que são maioria no domingo decisivo da competição. A primeira chamada das quartas de final será as 7h30 na Califórnia, 11h30 no Brasil.

“Eu precisava fazer uma manobra grande lá fora, mas tentei manter a calma e sabia que eu tinha que pegar uma onda mais cavada e limpa pra conseguir uma nota mais alta”, disse Lucas Silveira. “O Cole (Houshmand) começou superbem e a turma dele estava dando parabéns a ele e tudo. Mas, essas baterias acirradas são sempre difíceis. Na real, essa foi a primeira bateria que eu ganhei no evento, pois só tava passando no limite, em segundo. Acho que fui um dos últimos a ganhar vaga para o Challenger e já estou nas quartas de final aqui no US Open, então mostra que sou um bom surfista em ondas pequenas também né (risos)”. 

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Lucas foi campeão mundial Pro Junior da World Surf League em 2015 e era a última esperança da América do Sul chegar no domingo final do US Open. O paulista Alex Ribeiro já havia sido eliminado pelo americano Nolan Rapoza e o peruano Alonso Correa perdido para o australiano Liam O´Brien. As ondas melhoraram no sábado, subindo para 3-4 pés, mas o problema eram os longos intervalos entre as séries, fazendo com que poucas ondas entrassem nas baterias. Com isso, a escolha das melhores ganhou peso decisivo. 

Diferente da maioria das baterias, a do Lucas Silveira já começou com ondas e ele pegou a primeira, que rendeu duas batidas de backside no outside, finalizando com mais uma no inside. Cole Houshmand surfa mais forte a onda seguinte e larga na frente com nota 6,00, contra 5,00 do brasileiro. Logo os dois voltam a surfar ondas seguidas e a do americano foi melhor novamente. Valeu 6,50 e a do Lucas foi 5,30. Aí vem a primeira calmaria da bateria, com o brasileiro precisando de 7,20 para reverter o resultado. 

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Só há 10 minutos do fim, Lucas consegue uma onda melhor para botar mais força nas manobras e ganhar 6,07, diminuindo a diferença para 6,44 pontos. Depois, no último minuto, ele teve a chance de conseguir isso e arriscou tudo num pancadão muito forte de backside, ficando de cabeça pra baixo, faz a conexão e destrói a junção no inside. Mas, Cole ainda surfa mais uma onda, jogando água pra cima num layback e segue manobrando até a areia, para receber a vibração da torcida que encheu a praia no sábado. 

NO DESEMPATE – Os dois saem do mar na expectativa pelas notas. Lucas consegue a virada com nota 7,33. O americano fica precisando de 6,91 e acreditava na vitória. Começam a sair as notas dos juízes e três dão a virada, com dois 7,00 e um 7,10, mas dois dão 6,70. Com o descarte da maior e da menor, a média fica em 6,90. Com isso, o placar ficou igualado em 13,40 pontos e Lucas Silveira se classifica no desempate da maior nota (7,33). Curiosamente, dois dias atrás, Caio Ibelli foi eliminado da mesma maneira e com a mesma pontuação, precisando de 6,91 e a média ficando em 6,90. 

Antes da vitória de Lucas Silveira, os norte-americanos tinham vencido todas as baterias das oitavas de final que tinham disputado. Jake Marshall barrou o japonês Shun Murakami na primeira, Kolohe Andino passou pelo havaiano Ezekiel Lau e Nolan Rapoza derrotou Alex Ribeiro. Aí teve um duelo 100% caseiro e Griffin Colapinto fez o maior placar do dia contra Cam Richards, vencendo por 15,16 a 13,20 pontos, com notas 7,83 e 7,33.

QUARTAS DE FINAL – Depois de Lucas Silveira quebrar a invencibilidade contra Cole Houshmand, o japonês Kanoa Igarashi fechou o dia derrotando mais um, Kade Matson, por 13,60 a 12,74 pontos. Os dois vão disputar a última vaga para as semifinais no domingo e será uma parada duríssima para o brasileiro. O japonês tem um retrospecto impressionante em Huntington Beach. Em cinco participações no US Open, ele foi bicampeão em 2017 e 2018, depois de ficar em terceiro lugar parando nas semifinais em 2015 e 2016.

“Eu amo surfar aqui em Huntington, adoro quando está assim, com ondas bem divertidas. E eu amo competir, especialmente aqui e na Europa, que é a minha segunda casa”, disse Kanoa Igarashi, que foi perguntado em se tornar o primeiro tricampeão da história do US Open. “Isso seria incrível, mas estou procurando só me divertir. Minha cabeça está boa, estou com minha família, amigos e poder surfar na frente deles é muito especial. Mas, eu adoro vencer e se puder ganhar aqui novamente, será incrível comemorar com eles pra curtir as férias depois”.

Apesar das três baixas nas últimas baterias do sábado, os norte-americanos são maioria entre os classificados para as quartas de final, que vão abrir o domingo decisivo do primeiro WSL Challenger Series do ano. São quatro surfistas dos Estados Unidos, dois da Austrália, um do Brasil e um do Japão, o medalha de prata na final olímpica com Italo Ferreira, nos Jogos de Tóquio. Na primeira bateria do domingo, Jake Marshall enfrenta o australiano Callum Robson. A segunda será 100% americana, entre Kolohe Andino e Nolan Rapoza. Depois, tem Griffin Colapinto com o australiano Liam O´Brien e Lucas Silveira contra Kanoa Igarashi.

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