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Deivid Silva é o campeão do Itacaré Surf Sound Festival

Deivid Silva (Igor Neves)

O paulista Deivid Silva conquistou o título do QS 1500 Itacaré Surf Sound Festival apresentado pela South to South e pelo Governo do Estado da Bahia na Praia da Tiririca lotada, torcendo para o baiano Marco Fernandez no domingo.

Mas, Deivid pegou as melhores ondas que entraram na bateria decisiva, para faturar o prêmio máximo de 10.000 dólares, computando notas 9,60 e 8,17 no placar encerrado em 17,77 a 14,40 pontos. Essa foi a segunda vitória do guarujaense na temporada 2017 do WSL Qualifying Series e Marco Fernandez terminou como vice-campeão novamente, como na etapa realizada na Praia do Forte no ano passado, quando perdeu a final para o também baiano Bino Lopes no litoral norte do estado.

“Estou muito feliz por vencer esse evento e isso foi um motivo a mais para eu nunca desistir do meu sonho, que é entrar no CT (divisão de elite da World Surf League)”, foram as primeiras palavras de Deivid Silva, que chegou na Bahia em 34.o lugar no ranking do WSL Qualifying Series. “Eu agradeço aos meus pais, a minha esposa que está aqui e agora eu vou com tudo para as etapas que faltam, em Maresias (SP) e no Havaí, para dar o meu máximo como fiz aqui para buscar meu grande objetivo, que é entrar no CT”.

Deivid Silva competiu desde o primeiro dia em Itacaré, pois não fez a inscrição dentro do prazo e teve que entrar na primeira fase, enquanto os cabeças de chave, como Marco Fernandez, só estrearam na terceira rodada da competição. Mas, isso não o prejudicou em nada e Deivid ganhou o campeonato de ponta a ponta, ou seja, venceu a primeira e a última bateria do South to South apresenta Itacaré Surf Sound Festival, sempre fazendo grandes apresentações nas boas ondas que rolaram durante os quatro dias do evento na Praia da Tiririca. No domingo, começou o dia derrotando o peruano Alonso Correa nas quartas de final e depois passou pelo catarinense Alejo Muniz na disputa pela primeira vaga na grande final.

“Eu acho que esse evento me fortaleceu bastante e muito obrigado a todos pela torcida”, continuou Deivid Silva. “Esse campeonato foi incrível, deu altas ondas em todos os dias, consegui fazer boas baterias e estou muito feliz. Eu nem ia vir para cá, mas meu pai insistiu, então tive que entrar na primeira fase, mas deu tudo certo e só tenho que agradecer a Deus, minha família e a todos que torceram por mim”.

A bateria final com 35 minutos de duração começou as 13h00, com a praia lotada torcendo para o baiano Marco Fernandez. E foi ele quem pegou a primeira onda boa da bateria, que valeu nota 6,83. Deivid Silva logo achou uma direita que rendeu duas manobras para ganhar nota 5,0 e se manter na briga. O baiano entra numa esquerda fraca nota 3,0 e o paulista pegou outra direita para repetir a dose das duas manobras e tirar 5,23, passando a frente por uma pequena vantagem de 10,23 a 9,83 pontos.

Enquanto Marco Fernandez estava com a prioridade de escolha da próxima onda no outside, Deivid pegou uma esquerda que passou por ele e atacou forte para subir seu placar para 11,83 com nota 6,60. O baiano pega uma direita, faz uma manobra e troca a nota 3,0 por 4,17. Marco fica pegando umas ondas fracas e Deivid demora mais para surfar, mas escolhe outra direita boa para mandar uma série de três manobras mais explosivas de backside e arrancar nota 8,17 dos juízes, ampliando a vantagem sobre baiano de Arembepe para 7,95 pontos.

Marco então preferiu ser mais seletivo e escolheu uma direita mais longa para desferir três batidas e rasgadas que valeram nota 7,57, diminuindo a diferença para 7,21 nos 10 minutos finais. Só que Deivid acha outra direita com a parede em pé para usar a potência do seu backside com três pancadas muito fortes que os juízes deram nota 9,60, praticamente confirmando a vitória há 5 minutos do fim. Marco Fernandez não conseguiu nenhuma outra onda boa e o placar terminou em 17,77 a 14,40 pontos, com Deivid Silva ganhando o prêmio máximo de 10.000 dólares. Marco Fernandez repetiu o vice-campeonato em etapas do QS na Bahia, pois também tinha sido vice-campeão na Praia do Forte no ano passado.

“Bati na trave pela segunda vez, mas o trabalho continua e foi um resultado importante para dar uma reanimada no ânimo para os próximos eventos”, disse Marco Fernandez. “A bateria foi decidida nos detalhes e eu sabia que quem pegasse a melhor onda, ia ser o campeão. Quando eu fui naquela onda que fiz minha maior nota (7,57), o Deivid (Silva) pegou a de trás que acabou sendo melhor e tirou nove e pouco. Então, era o dia dele, conseguiu achar a melhor onda e foi o campeão. Mas, foi muito bom ter voltado essa etapa aqui em Itacaré e, quem sabe, poderemos ter esse evento aqui e o da Praia do Forte no ano que vem também, pois o Brasil precisa mesmo de mais etapas para a gente poder somar pontos em casa”.

RECORDISTAS NAS SEMIFINAIS – Os dois finalistas fizeram por merecer chegar na decisão do título, pois foram eles que barraram os surfistas que tinham feito os recordes da semana na Praia da Tiririca. O paulista Deivid Silva fez o maior placar do primeiro dia, 16,90 pontos que só foram ultrapassados no sábado e duas vezes. Primeiro pelo também paulista Flavio Nakagima, que totalizou 17,50 pontos, depois por Alejo Muniz, que atingiu 17,90.

No entanto, na semifinal o catarinense não conseguiu achar boas ondas, enquanto Deivid Silva dava mais um show nas direitas da Tiririca, fazendo uma apresentação melhor do que a outra. Ele já começou forte com nota 6,67, na segunda recebeu 6,33 e a terceira valeu 8,17. Alejo preferiu esperar mais pelas melhores ondas e Deivid ainda aumentou a vantagem com 7,77 em outra boa onda. Quando o catarinense conseguiu sua maior nota – 8,17 – o paulista respondeu com 7,87 e ainda tirou 7,77 na última onda, para vencer por 16,04 a 13,60 pontos.

“Foi uma bateria difícil como eu já esperava”, disse Alejo Muniz. “Ele conseguiu achar um 8,0 com a prioridade (de escolha) e um 7,0 quando eu estava com a prioridade. Eu ainda consegui surfar uma onda boa nota 8,0, mas o mar deu uma piorada legal e ficou bem difícil. Eu queria ter tido mais uma chance, o que acabou não acontecendo, mas o terceiro lugar é um bom resultado também. Mesmo não fazendo a final, em questão de performance, foi o meu melhor surfe do ano inteiro, então Itacaré foi bem importante pra melhorar minha confiança”.

Na outra semifinal, o baiano Marco Fernandez foi cirúrgico na escolha das ondas e largou na frente com notas 7,77 e 7,17, massacrando as direitas com manobras potentes de frontside levantando grandes leques de água na Praia da Tiririca. O capixaba Krystian Kymerson passou a arriscar os aéreos que lhe renderam as maiores notas do evento, como o 9,90 que recebeu no sábado. No entanto, as condições não estavam tão favoráveis para voar no domingo e Marco Fernandez ainda somou um 8,17 no placar encerrado em 15,94 a 9,34 pontos.

“Estou muito feliz pelo terceiro lugar também, pois eu tive um ano muito difícil e graças a Deus consegui fazer um bom resultado aqui”, disse Krystian Kymerson. “O Marquinho (Marco Fernandez) está de parabéns e eu sabia que ia ser uma grande semifinal. Eu só consegui achar as ondas no fim, mas já era tarde e o Marquinho está de parabéns. Certamente, vai ser uma grande final entre ele e o Deivid (Silva), que também está quebrando o campeonato inteiro. Para mim agora, é focar em Maresias (SP), que vai ser muito importante também. Quero levar essa ‘vibe’ boa daqui da Bahia pra Maresias, para buscar um bom resultado lá também”.

TÍTULO SUL-AMERICANO – Mesmo parando nas semifinais, Krystian Kymerson subiu da oitava para a segunda posição no ranking regional da WSL South America e entrou na briga direta pelo título sul-americano, que será decidido no próximo fim de semana na Praia de Maresias, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo. Ele só tinha disputado uma etapa na América do Sul esse ano, sendo vice-campeão na final com o atual líder do ranking, Thiago Camarão, no QS 1500 de Mar del Plata, na Argentina.

Com o resultado do South to South apresenta Itacaré Surf Sound Festival, quatorze surfistas têm chances matemáticas de se sagrar campeão sul-americano de 2017 na última etapa, inclusive os finalistas na Bahia. Esse título regional ganhou importância depois que a World Surf League passou a premiar o campeão com a garantia de participação nas principais etapas do WSL Qualifying Series do próximo ano, as com status QS 6000 e QS 10000, que são decisivas na disputa pelas dez vagas para a elite dos top-34 do World Surf League Championship Tour.

O Governo do Estado da Bahia e South to South apresentaram o QS 1500 Itacaré Surf Sound Festival, evento homologado pela WSL South America como 48.a etapa do WSL Qualifying Series, que foi realizado com apoio da Prefeitura Municipal de Itacaré, Governo do Estado da Bahia, South to South, Instituto Floresta Viva, Grou Turismo, Pousada Terra Boa e Associação de Surf de Itacaré (ASI). O evento foi transmitido ao vivo pelo www.worldsurfleague.com

SOBRE A WORLD SURF LEAGUE – A World Surf League (WSL), antes denominada Association of Surfing Professionals (ASP), tem como objetivo celebrar o melhor surf do mundo nas melhores ondas do mundo, através das melhores plataformas de audiência. A Liga Mundial de Surf, com sede em Santa Mônica, na Califórnia, atua em todo o globo terrestre, com escritórios regionais na Austrália, África, América do Norte, América do Sul, Havaí, Europa e Japão.

A WSL vem realizando os melhores campeonatos do mundo desde 1976, promovendo os eventos que definem os campeões mundiais masculino e feminino no Championship Tour, além do Big Wave Tour, Qualifying Series e das categorias Junior e Longboard, bem como o WSL Big Wave Awards. A Liga tem especial atenção para a rica herança do esporte, promovendo a progressão, inovação e desempenho nos mais altos níveis, para coroar os campeões de todas as divisões do Circuito Mundial.

Os principais campeonatos de surf do mundo são transmitidos ao vivo pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo grátis WSL app. A WSL tem uma enorme legião de fãs apaixonados pelo surf em todo o mundo, que acompanham ao vivo as apresentações de grandes estrelas, como Tyler Wright, John John Florence, Paige Alms, Grant Baker, Phil Rajzman, Tory Gilkerson, Mick Fanning, Stephanie Gilmore, Kelly Slater, Carissa Moore, Gabriel Medina, Courtney Conlogue, entre outros, competindo no campo de jogo mais imprevisível e dinâmico entre todos os esportes no mundo.

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