8 5
Siga o OTD

Surfe

Gabriel Medina é campeão na “onda perfeita” de Slater

Filipe Toledo é vice; No feminino, havaiana Carissa Moore vence.

O dia 19 de setembro de 2017 vai ficar marcado na história, com uma competição experimental organizada pela World Surf League na piscina que Kelly Slater apresentou para os melhores surfistas do mundo. O lugar perfeito que o maior ídolo do esporte idealizou para surfar ondas perfeitas para a direita e para a esquerda produzidas por uma máquina, foi construído em seu rancho em Lemoore, no interior da Califórnia, Estados Unidos. Os campeões mundiais Gabriel Medina e Adriano de Souza e os campeões do CT de Trestles, Filipe Toledo e Silvana Lima, estavam entre os convidados para surfar e competir nesta terça-feira e os campeões foram Gabriel Medina e a havaiana Carissa Moore. Veja os melhores momentos abaixo:

Todos ficaram maravilhados pela experiência em competir em uma condição igual para todos e com excelente qualidade para surfar longos tubos e fazer vários tipos de manobras nas paredes lisas das ondas. O evento não foi transmitido ao vivo, mas imagens das ondas e do lugar foram logo sendo publicadas nas mídias sociais pelos próprios participantes e convidados que viveram esse dia histórico para a World Surf League. O campeão mundial Gabriel Medina postou um vídeo de uma direita que surfou um tubaço perfeito e depois falou sobre a onda.

“Essa onda é incrível, é a onda dos sonhos, que temos que viajar horas, dias, para buscar uma onda como essa e as vezes nem acha. Hoje a gente tem a oportunidade de ter ela assim tão fácil, tão prático. Na verdade, estamos vivendo o futuro do surfe e é uma honra poder estar presente neste dia, estar vivendo isso junto com os melhores do mundo. É uma onda que qualquer surfista sonharia ter no seu quintal ou num lugar próximo, então a gente está vivendo um sonho hoje”.

Abaixo confira a melhor onda do torneio. Um 9.83 de Filipe Toledo:

 

O lugar impressionou inclusive os dirigentes da World Surf League, como o Deputy Commissioner do CT, Renato Hickel, que também teve a chance de surfar na Kelly Slater Wave Company no dia anterior e divulgou um vídeo nas redes sociais para tentar explicar o que nem conseguia escrever. “É um dia histórico no surfe mundial e na minha vida também. Eu tive a honra de surfar a primeira onda do dia, que é a melhor disparado e não dá para explicar o que que é isso aqui. Eu vou publicar uma série de vídeos depois, mas não vão fazer juz ao que é estar ali ao vivo. É muito perto e tem que estar lá para ver e sentir. É impressionante, surreal”.

A World Surf League testou um novo formato de competição especial para a piscina. Cada surfista tinha direito de surfar quatro ondas, duas direitas e duas esquerdas, não podendo desperdiçar as únicas chances porque todas as notas são somadas. Os que conseguiram as maiores pontuações disputaram a grande final e os primeiros campeões no Kelly Slater Wave Company foram o brasileiro Gabriel Medina e a havaiana Carissa Moore. A decisão do título masculino foi entre brasileiros, com Filipe Toledo ficando em segundo lugar, o norte-americano Kanoa Igarashi em terceiro e o australiano Adrian Buchan em quarto. O sul-africano Jordy Smith, líder do ranking mundial, ficou em 8º. E o vice-líder John John Florence foi o 6º. Já a brasileira Silvana Lima, por um ponto não chegou à grande final.

Resultados do Future Classic 2017

Masculino

1 Gabriel Medina (BRA)
2 Filipe Toledo (BRA)
3 Kanoa Igarashi (EUA)
4 Adrian Buchan (AUS)

Feminino

1 Carissa Moore (HAV)
2 Stephanie Gilmore (AUS)
3 Tyler Wright (AUS)
4 Johanne Defay (FRA)

Kelly Slater ficou emocionado e revelou ter sido um dos melhores dias da sua vida. “Isto é um sonho se tornando realidade e não tenho como agradecer a todos vocês por isso”, disse Slater, que trabalhou mais de 10 anos nesse projeto. O dia 19 de setembro foi o dia que as coisas aconteceram, o dia que os melhores surfistas do mundo estavam ali surfando as ondas que ele criou, que os fãs se alinharam na piscina, que os juízes subiram na torre de julgamento e os atletas experimentaram um novo formato de competição.

“É perfeito. É aquela onda que todos nós sonhamos, aquelas que desenhamos no papel”, disse Filipe Toledo. “Poder surfar, encaixar num tubo por 20 segundos e sair fazendo batidas e rasgadas e em seguida finalizar a onda, é incrível, é perfeito, com condições iguais para todos, é um sonho”.

 

Jornalista formada pela Cásper Líbero. Apaixonada por esportes e boas histórias.

Mais em Surfe