Os brasileiros estão centralizando as atenções no QS 6000 Azores Airlines Pro, iniciado na terça-feira na Praia de Santa Barbara, na Ilha de São Miguel, nos Açores, em Portugal. Dezoito se classificaram para a terceira fase, com Jessé Mendes, Tomas Hermes, Yago Dora, Willian Cardoso, fazendo grandes apresentações no segundo dia. O peruano Miguel Tudela e o uruguaio Marco Giorgi também avançaram e seguem na busca por mais pontos no ranking que classifica dez surfistas para a elite dos top-34 que disputa o título mundial da World Surf League. Jessé, Tomas, Yago e Willian estão na lista e Michael Rodrigues é o mais próximo para reforçar a maioria brasileira no G-10 do WSL Qualifying Series.
Na quarta-feira, eles já formaram o maior pelotão com 27 surfistas divididos em dezoito das 24 baterias da segunda fase. Eram tantos, que uma ficou 100% verde-amarela, a 19.a, com Flavio Nakagima e David do Carmo ganhando a disputa pelas duas vagas dos mais jovens, Weslley Dantas e Rafael Teixeira. Uma teve três competindo juntos, a quarta do dia, que terminou com outra dobradinha paulista de Alex Ribeiro e Thiago Camarão sobre Luel Felipe e o francês Tom Cloarec. E aconteceram mais duas classificações duplas, com Yago Dora e Peterson Crisanto passando juntos na quarta bateria e Willian Cardoso e Marco Fernandez na oitava.
Além dos 27 brasileiros, quatro peruanos e um uruguaio reforçaram a participação sul-americana. O peruano Miguel Tudela ganhou o segundo confronto do dia, derrotando os australianos Ryan Callinan e Kalani Ball e o brasileiro Robson Santos, que ficou em terceiro lugar. E o único uruguaio, Marco Giorgi, passou em segundo na 14.a bateria, com ele e o havaiano Joshua Moniz, eliminando o australiano Jackson Baker e outro brasileiro, Victor Mendes, irmão mais jovem do líder do ranking com vaga já confirmada no CT 2018.
Jessé Mendes disputou a primeira bateria da quarta-feira nas ondas de 2-3 pés da Praia de Santa Bárbara e estreou com vitória nas Ilhas Açores. Na briga pela segunda vaga para a terceira fase, o japonês Takumi Nakamura levou a melhor sobre o peruano Cristobal de Col e o português Jacome Correia. Aliás, nenhum surfista de Portugal se classificou para a rodada dos 48 surfistas que continuam na disputa do título do QS 6000 Azores Airlines Pro.
“Nossa bateria foi um pouco lenta, fraca de ondas, o que muitas vezes acontece na primeira bateria do dia”, disse Jessé Mendes, que também vai abrir o próximo dia, junto com outro paulista, Thiago Camarão, o peruano Miguel Tudela e o espanhol Gony Zubizarreta. “Ainda bem que consegui achar umas ondas e me diverti um pouco, então foi bom. Eu surfei com uma prancha que testei no Japão e fiquei viciado nela. É um shortboard com menos rocker que funciona incrivelmente bem para passar pelas seções”.
Thiago Camarão se classificou na primeira dobradinha brasileira do dia, numa bateria dominada pelo também paulista Alex Ribeiro, que tenta retornar ao grupo dos dez para recuperar sua vaga no CT perdida no ano passado. Ele chegou em Portugal em 16.o lugar no ranking e é o segundo brasileiro mais próximo da zona de classificação. O primeiro é o cearense Michael Rodrigues na 12.a posição.
“A minha prancha Epoxi funcionou muito bem nessas condições”, disse Alex Ribeiro. “Fiquei feliz em passar a bateria junto com o Thiago (Camarão), meu grande amigo. Ele conseguiu uma última onda boa e aproveitou ao máximo, então fiquei contente por ele também. Pena que tinha outro brasileiro (o pernambucano Luel Felipe) na bateria e só dois podem passar”.
Os três catarinenses que defendem vagas no G-10, também passaram bem suas baterias. O número 3 do ranking, Tomas Hermes, foi o único que competiu sozinho contra três surfistas de outros países e derrotou os australianos Dion Atkinson e Quinn Bruce e o norte-americano Cam Richards. Yago Dora, sexto colocado, usou os aéreos para fazer o maior placar do dia, 16,73 pontos com notas 8,40 e 8,33. O paranaense Peterson Crisanto passou junto com ele, barrando o peruano Tomas Tudela e o americano Michael Dunphy.
“Eu esperava que essa bateria fosse boa e realmente foi”, disse Yago Dora. “Eu tive várias notas baixas no começo e aí percebi que precisava reagir, fazer alguma coisa diferente. Tinham umas ondas boas para voar, então fui para os aéreos e aí as notas saíram, felizmente. A perna europeia é sempre boa para mim e eu adoro vir aqui para os Açores”.
Outro integrante do G-10 que se destacou foi o mais experiente Willian Cardoso, que ocupa uma perigosa nona posição no ranking e precisa de um bom resultado para sair da rabeira da lista. Diferente de Yago Dora, a principal característica do Willian é o “power surf” e foi usando a força nas manobras que ele arrancou a maior nota da quarta-feira, 8,77. Ele ganhou a terceira dobradinha brasileira do dia, concretizada pelo baiano Marco Fernandez, que superou o sul-africano Matthew McGillivray e o taitiano Ariihoe Tefaafana.
“Eu estava precisando de uma segunda nota boa e sabia que os outros dois caras poderiam vir me marcar a qualquer momento, então tentei manter a calma e ficar no lugar certo, quando finalmente veio aquela onda grande no final pra mim”, contou Willian Cardoso. “Eu estou me sentindo bem e espero passar mais baterias aqui nesta semana. Depois do meu segundo lugar no QS 10000 da África do Sul, tive dois resultados ruins na Califórnia (EUA) e em Pantin (ESP), então foi meio decepcionante, mas continuo na luta e confiante para conseguir os resultados que preciso pra me classificar (para o CT)”.
Willian agora vai competir junto com mais dois brasileiros na sua próxima bateria no Azores Airlines Pro. Será a quarta do dia, com o também catarinense Alejo Muniz, o paranaense Peterson Crisanto e o japonês Shun Murakami. São tantos brasileiros na terceira fase que em apenas uma das doze baterias não terá algum deles disputando classificação na última rodada de confrontos formados por quatro competidores no QS 6000 de Portugal.
Jessé Mendes e Thiago Camarão estão juntos com o peruano Miguel Tudela na primeira. Alex Ribeiro está na segunda. Yago Dora e Marco Fernandez entram na terceira. A quarta é com a participação tripla, com Willian, Alejo e Petersinho. Depois, tem Thiago Guimarães na quinta bateria, Krystian Kymerson na sexta, Tomas Hermes e Michael Rodrigues na sétima, Marcos Correa com o uruguaio Marco Giorgi na oitava, David do Carmo na nona, Flavio Nakagima e Lucas Silveira na décima e os baianos Bino Lopes e Yagê Araujo na 12.a e última.
O QS 6000 Azores Airlines Pro está sendo transmitido ao vivo das Ilhas Açores em Portugal pelo www.worldsurfleague.com